terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Riqueza de pobre sofre bruxedo

Faz muitos anos que tenho telemóvel porém só no ano passado ganhei de presente um smartphone.


Meus amigos: eu costumava dizer que qualquer telemóvel me servia - e era verdade. Mas depois de conhecer um smartphone e de aprender a lidar com ele, passou a ser um objecto tão fácil e útil de ter! 


Fotos... uma coisa que no tempo dos rolos de filme tinha de me conter bastante para não desatar a fotografar tudo o que me apetecesse. Com um smartphone isso deixou de ser uma preocupação. Em uma semana apenas ganhava com facilidade 800 imagens armazenadas. Aos poucos fui descobrindo uma nova forma de teclar e descobri o movimento de passar o dedo no ecrã. Senti-me como uma mulher das cavernas a chegar perto da saída da gruta para quase cegar com a claridade. 

Pois aqui já disse que sempre me atraíram os gadjets, mas não foi por isso que tive acesso a muitos. Acabei mesmo por «ficar para trás» no que respeita a muita coisa do universo tecnológico. 

Nos imensos anos em que possui telemóvel, nunca foi um objecto que apreciasse por aí além. Diria mesmo que o dispensava totalmente, não fosse a sociedade de hoje recriminar tanto e estranhar ainda mais que alguém possa não desejar ter um. Mas um smartphone é um misto de computador com telefone. Ele filma, tira fotografias, grava som... Era mais para isso que me agradava que outra coisa.

Há umas semanas dei pelo meu pensamento a divagar no historial de telemóveis que já passaram pelas minhas mãos. Na realidade, nunca comprei um. Nunca desejei, juntei dinheiro e tinha porque tinha de ter «aquele modelo» àquele preço... Neste tempo todo, o que aconteceu foi que um aparelho ia sendo substituído por outro, quando finalmente o seu tempo de vida expirava. E esse outro não precisava ser novo - e nunca foi. Alguém na família, esses sim, compradores de telemóveis, sempre tinha um largado numa gaveta que acabava por ficar a meu uso. 

Então recordei faz pouco tempo, cada um desses momentos, cada um desses telemóveis, datando quando e como cada qual deixou de servir. Fiquei surpresa com a minha memória, achei piada ter recordado uma coisa à qual nunca dei importância e ser capaz de precisar no tempo quando se deu a mudança. Agora tinha o meu smartphone - de marca "branca", dos mais baratos, mas que eu costumava louvar aos céus as suas qualidades e não o desmerecia perante nenhum topo de gama de 800€. Era novo... ia durar muitos anos. E se dependesse de mim, podia durar mais de 10 que não precisava de nenhum outro.

Ontem fui consultar uma mensagem no smartphone e voltei a pousá-lo na secretária. Onde ficou o fim-de-semana inteiro. 24h depois fui buscá-lo porque é tão prático tirar uma fotografia ao invés de fazer uma lista e vai que quando o agarrei vi que estava desligado. Sem bateria não podia ter ficado, pois tinha o suficiente. E não houve forma de o ver voltar à vida. Montei, desmontei, certifiquei-me que tudo estava bem, tentei carregá-lo via USB no computador, depois diretamente na tomada... NADA.

Meu smartphone MORREU.
Um ano e um mês depois de me ter vindo parar às mãos... Sem que eu lhe tivesse feito porra nenhuma! Não caiu, não se molhou, estava sossegadinho, paradinho, protegido, em cima da secretária. Mas mesmo assim, morreu.

Ocorre-me que estou muito sujeita a mau olhado, caramba! Bastou recordar do historial  e concluir a satisfação que tinha por este smartphone para a alegria durar pouco tempo. UM ANO. Mas que raio de telemóvel dura apenas um ano??
Depois caiu a ficha...
Eles são feitos PARA durar pouco! De preferência um ano e um mês... que é o tempo de garantia que têm ao sair da fábrica. 
Um smartphone é também um computador. Dá para aceder à internet! E olhem que poder ver um filme num pequeníssimo monitor (que eu adoro) enquanto se aguarda a vez no posto médico é uma experiência boa e tranquilizante. O tempo não custa a passar e os níveis de ansiedade mantêm-se lá em baixo. (recomendadíssimo).

Mas como disse, é um computador com acesso à net. Quer isso dizer que tanto tu a utilizas, como outros podem se introduzir no teu smartphone. Podem consultar os teus dados privados - que sempre tens de introduzir para usar o aparelho - podem ver cada foto tua, cada vídeo, cada gravação. E por isso o smartphone pode ganhar vírus.

E se alguém contaminou o meu menino com uma maldade qualquer, hã?

Bom, ele morreu e lá tive de ir encontrar o encaixe de plástico descartável do pequeno cartão SIM para poder usá-lo no telemóvel anterior, que havia sido «deixado para trás» ainda com vida, graças ao presente novo. 

Até parece bruxedo. Bom, alegria de pobre dura mesmo pouco. Uma ano, pelos vistos, eheh.


7 comentários:

  1. O Smartphone é daquelas coisas que dispensamos até termos um. Depois disso a nossa vida nunca mais é a mesma. Leva-o ao médico :)

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    1. É o que vou fazer, Gaja. Se calhar precipitei-me mas a sua morte súbita apanhou-me de surpresa :P

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  2. Mas não são dois anos de garantia? Eu tenho um smartphone. Durante anos ia ficando com os telemóveis que o meu filhote ia largando. O marido sempre teve um dos mais simples, ele só usa o telemóvel, parea comunicar comigo ou com o filho.
    Há uns 4 anos o meu telemóvel avariou e eu comprei um Nokia X2. Com uma máquina fotográfica maravilhosa e um rádio que não precisa auscultadores. Foi baratinho pois utilizei os pontos acumulados na TMN.
    O ano passado, o telemóvel do marido avariou e ele disse que podia ficar com o meu telemóvel, e eu comprava um para mim. Por essa altura, uma amiga a quem fiz uns favores ofereceu-me um smartphone. Mas parece que aquilo é areia de mais para a minha camioneta. Especialmente a máquina fotográfica. Se toco de leve não tira a foto. Se toco um pouco mais de força, tira seis ou sete de rajada que parece uma metralhadora.
    Bom mas vem tudo isto para lhe dizer que um mês depois de ter o meu, um dia de manhã ele estava morto. Eu estava no Algarve e fiquei uma semana sem telemóvel que não conseguia ligá-lo de jeito nenhum. E ao fim desse tempo um dia volto a tirar o cartão e a bateria, e a pôr, carrego no botão e ele liga-se. E nunca mais se desligou desde esse dia, Julho de 2015.
    Um abraço

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    1. Ahah Elvira. A sua história fez-me lembrar os meus primeiros dias (meses na verdade) a tentar perceber o dito cujo. Isso de tirar fotografias tem várias definições - o meu até tira no botão físico, se preferir. Isso permite sentir a foto como se fosse tirada com um obliterador. Mas uma vez coloquei-lhe o código de entrada e nada de dar. Eu sabia que estava certo mas não entendia porque não aceitava... Estava a carregar no lugar errado. Tinha o hábito dos telefones antigos (basta introduzir o código e entra) e o smartphone, como computador que é, depois do codigo introduzido tem de se carregar numa tecla parecida ao ENTER do computador.

      Anos de telemóvel normal, entenda-se...

      Já tirei a bateria, que é um truque que se tem logo de fazer. Mas não adiantou. Talvez seja só a bateria! Se tiver realmente 2 anos de garantia, acho que posso ter esperança. Como foi oferta não fiquei com o recibo de compra mas vou ver se a pessoa, por alguma razão, a guardou. Um abração!

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  3. Estas modernices são feitas para durar pouco. Eu já comprei telemoveis mais caros (a maior loucura foi quando comprei um por 89.90) e não era smartphone. Depois reparei que não importa se comprar dos mais baratos ou mais caros porque todos vão avariar no prazo de 1 ano. Então compro dos mais baratinhos. Não tem modernices, a camera é uma tristeza mas faz o essencial: atende e recebe chamadas. Só se me sair o euromilhões é que compro um smartphone e mesmo assim teria de pensar muito no assunto! lol

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    1. Oh Ana... eu pensava o mesmo.
      Até ter nas mãos o «fruto proibido» rsss.

      Mas o engraçado é que regredi às origens sem grande pesar. Gostava de ter o smartphone de volta - porque cada vez que preciso de tirar uma fotografia para colocar na internet preciso de uma máquina fotográfica de verdade, retirar o cartão de memória, colocar no computador, aceder à pasta, copiar o ficheiro... Com o Smartphone são tarefas que ficaram ligeiramente simplificadas.

      Mas o estranho dizia, é que, para telefone, ele não me faz grande falta e nem foi assim tão estranho voltar ao anterior.

      PS: Por vezes há promoções para smartphones ali nos 99.99 :)
      Abç

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    2. Pois é nisso que o smartphone faz mais falta. Poder tirar fotos em qualquer altura e em qualquer lugar é muito bom. Acho que era só mesmo por isso que eu não me importava nada de ter um. Quanto ao fazer o básico dos básicos (atender e fazer chamadas) qualquer um serve ;)

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