sexta-feira, 16 de maio de 2014

Falsos testemunhos


Alguém sabe onde fica o botão «erase to trash bin» na memória do cérebro?
Hoje dava-me jeito achar esse botão.

Tenho recordado amargos episódios de vida uns atrás dos outros. Em particular vivências de calúnias, falsas verdades, mentiras inventadas, «amigos» que nunca o foram. E nem sequer é nos meus pesadelos. É acordada mesmo. Não quero lembrar nada disto. Porquê será que o cérebro me faz isto? Será que na altura devia ter explodido? Será que é porque não devia ter relevado e deveria ter esbracejado muito mais? Dado uns socos e uns valentes pontapés? Exigido explicações e rectificações?

Dizem que na fracção de segundo em que se julga que vamos perder a vida a nossa vida passa diante dos nossos olhos. Acredito que é verdade. Porque é o que acontece com este tipo de memórias. Elas vão buscar tudo, como num filme, e esmiuçar cada detalhe. E a cada vez parece recordar mais detalhes. Percebendo pormenores que haviam escapado. E não são invenções, são memórias factuais. 


O problema das calúnias e dos falsos testemunhos é que raras vezes se sabe de onde partem. Sabe-se apenas que algo está errado. À nossa volta as pessoas estão a nos tratar de forma diferente, não poucas vezes salta-se de imediato para um clima de hostilidade, ostracismo, ira e má vontade alheia. Mas a pessoa vítima de tudo isto por vezes nem sabe do quê está a ser acusada e condenada. E como os covardes jamais se identificam - ainda mais porque sabem que as mentiras serão facilmente desmascaradas se o fizerem, se calhar é por isso que até hoje estas memórias vêm fazer uma reprise ao cérebro. São memórias com quase 20 anos, outras com mais de 15... E tudo isto é desagradável. Dispensável. Eu lá quero sofrer tudo novamente? 

Acredito que o cérebro tem lá as suas razões. Como refiro acima, pode ser uma forma deste se ensinar que deve ser mais assertivo, esbracejar mais, dar socos e pontapés, exigir explicações e rectificações! Pode ser que seja a forma que o cérebro tem para impedir que se volte a passar por tudo de novo, recordando o passado para que no futuro se possa agir de forma diferente.


As más memórias só ficam muito tempo lá no passado sem grandes "aparições" quando no outro lado do prato da balança está em peso muito superior as boas memórias. Deve ser esse o "botão" que procuro.


2 comentários:

  1. Eu falo com base na minha experiência: por vezes, basta um som, uma palavra, e os amargos episódios da nossa vida assomam na nossa mente uns atrás dos outros... Infelizmente também tenho memórias como muitos anos, são cicatrizes permanentes na alma.

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  2. Se te veio à memória coisas já passadas à 15 ou mais anos, isso aconteceu por alguma razão. Tens que tirar uma lição disso.

    Beijocas

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