terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Bullyng no emprego - continuação

Acordei com a imagem viva do que se passa no emprego. Sou vítima de bulling, practicamente desde que lá cheguei. Dois colegas (homens) começaram a ter uma atitude superior para comigo, dando-me ordens sem qualquer legitimidade para o fazer. Maldizendo o meu trabalho, sem qualquer razão para o fazer. Mandando-me refazer as coisas várias vezes, quando estiveram sempre bem feitas e não têm qualquer legitimidade para o fazer. Quanto mais eu fiz e sem refilar, mais estes me perseguiram. Sempre pensei que fossem daqueles comportamentos iniciais, que depois passavam. Daquelas parvoíces que algumas pessoas inseguras e insatisfeitas consigo mesmas sentem-se compelidas a tomar. Estão iradas e descontam nos outros. Eventualmente, aquilo passava-lhes - pensei. Mais ainda - pensei, diante da minha tranquilidade, o meu profissionalismo, a minha postura digna e honrada, de não os denunciar e não lhes retribuir na mesma moeda (com tantas hipóteses que tive para fazê-lo)!
Já se passou um ano e continuo, acerrimamente, a ser alvo de bulling.
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Hoje acordei com o "peso" de tudo isto em cima. Todas as situações vieram à minha cabeça. Revivi cada uma, percebi o perigo que estava a correr em armadilhas que me estão a tentar montar.
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A minha forma de ser e a minha dedicação a um trabalho bem feito tem dificultado a implicância de um dos agressores. Eles procuram incessantemente a coisa mais mínima para poder me enfraquecer e dar a impressão geral que não fiz o meu trabalho decentemente. Mas neste ano inteiro que passou, mesmo atolada em excesso de trabalho, com montes de pormenores que não podia esquecer de dar atenção, com coisas a cair no meu colo no último minuto, EU não falhei. Ao contrário: fiz um trabalho a merecer 3 medalhas de ouro e outra de platina (veio-me este "valor" à cabeça sem mais nem menos e percebi que está certo...).
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Ontem, segunda-feira, pela primeira vez, não estive a trabalhar da parte de manhã. Bem... ás 11.30 h já estava a trabalhar, pelo que, também não é justo dizer que não trabalhei da parte da manhã... não trabalhei das 9.00 às 11.30 - 2h30 apenas. Fui fazer um exame médico e tinha avisado toda a gente disso. Tendo indo trabalhar no Sábado e estando lá o tal colega que me maltrata, estranhei os seus modos mais "doces" que o habitual e estranhei também que a sua última pergunta tenha sido "Segunda-feira não vez, é isso?" - parecia que se preocupava com isso! Respondi-lhe que só da parte da manhã, que de tarde estaria lá.
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Neste periodo de tempo em que trabalho, não me ausentei do local de trabalho mais que 2 dias. Dias esses procedidos de muito trabalho, excesso de horas, muito bulling e pura exaustão, para que as coisas pudessem ficar prontas no limite do prazo. Ontem quando lá cheguei, a primeira coisa que este tipo me faz é chamar-me para apontar aquilo que julga ser um erro de minha parte. Logo de seguida critica-me por isso. Depois realça mais "erros" meus: não lhe deixei em cima da mesa uma lista que me ordenou que fizesse 15 minutos antes de se ter ido embora no Sábado, estando eu assoberbada de tarefas. "Pediu-a" em cima da hora, mas não para ele. Era para outra pessoa. E foi a essa pessoa que direccionei a dita, que deixei entre papéis na minha secretária. Depois acusou-me de ter feito a lista "muito mal feita", muito incompleta. Afinal, tinha a lista na mão! Foi á minha secretária e, sem autorização, mexeu nos meus papéis, no recado que tinha deixado para a colega, e extraiu de lá a lista, fazendo uma fotocópia para si! Que esmero, que profissionalismo, deixem-me dizer...
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Era para isto que queria confirmar o meu horário na segunda-feira... para se sentir "há vontade" para aprontar das suas.... que merda de ser humano! Ainda reparei, com espanto, um dos dossiers onde guardo as coisas, que são para minha consulta, estava mexido e tinham deixado um objecto no interior, a marcar uma página. Quando fui ver, era a página que remetia para o erro que me quis incutir assim que me pôs a vista em cima! Que verme!
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Quando uma pessoa se depara com alguém que não agride, não reage e não responde, o comportamento que assume diz muito sobre a sua essência. Este indivíduo revelou-se por inteiro para mim. Sei quem é. Não tem mistérios. Conheço-o melhor que todos. Sem máscaras, na essência. É um verme. A sua presença aqui na Terra resume-se a ser um F* da P* para os outros...
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Só uma coisa me deixa contente: não ser da família dele! Se aquilo fosse meu filho, eu morria de desgosto! Se fosse irmã dele, ficava triste. Um ano é tempo suficiente para saber que não há ali nada que se aproveite. Que tristeza, vir ao mundo para se ser um verme...
RIP: verme

6 comentários:

  1. Já pensaste em os confrontar directamente (em separado)? No momento em que eles estão a ser desagradáveis dizer-lhes que não lhes admites que te falem assim, ou quando estão a ser irónicos, dizer-lhse que o teu sentido de humor é bem diferente do deles e, por isso, para eles partilharem as ironias com outras pessoas?

    Eu sei que falar é fácil, mas quanto mais permitires esta situação mais eles abusam.

    Se realmente é bulling tens que os enfrentar para que páre.

    Beijinho

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  2. Já pensei em fazer algo em relacção ao assunto sim. Mas pensei em colocar tudo em pratos limpos na presença de 3 pessoas: eu, ele e o patrão. Mas só caso ele pressione um botão e eu, que já estou pela gota de água, decidir colocar tudo a pratos limpos ali.

    Sozinha acho que não tenho hipótese, porque ele tem um geito de ser que não o permite. Uma vez foi rude comigo e pedi-lhe serenamente para me tratar com bons modos. Foi ainda mais rude e imediatamente acusou-me de ser a malcriada ali. É um vermezinho, desliza como um...


    Há frente do patrão, ou ao alcance dos ouvidos deste, comporta-se de forma muito diferente! É um verme, mesmo...

    Obrigada Mónica, por comentar e dar uma sugestão. Hoje este assunto não me tem saído da cabeça e até já verbalizei umas coisas para o ar...

    Infelismente não tenho perfil de agressora. Não sou capaz de numerar cada violência de que fui vítima. Hoje elas vieram á lembrança umas seguidas às outras. No momento de colocar as coisas a limpo, esqueço de mencionar 90% ou, se não esqueço, opto por deixar as mais cabeludas de lado.

    Já agora pergunto: quando alguém é vítima de agressão psicológica no emprego, a quem apresenta queixa? Será que um processo laboral existe?

    O que ele faz, se não é, devia ser considerado crime e acho que, após um ano, está na altura de ser punido...

    Bjs!

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  3. Eu acredito que esse tipo de pessoas de feliz não tem nada.

    Sempre que ele te chatear imagina-o na casa de banho ou numa situação super ridicula, quando ele começar a perceber que não te está a incomodar vai ficar furioso e talvez se descuide em frente a outras pessoas ;)

    Bjs e força (não deixes que ele te afecte, não lhe dês esse poder - falar é fácil, eu sei e tb deixo que roubem a minha paz muitas vezes...)

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  4. se eu estivesse no teu lugar falava com o teu patrão e explicava tudo tim tim por tim tim ...
    não há quem aguente , podes crer que eu sei do que estou a falar , trabalho com um parecido , mas o que trabalha comigo não passa dos limites como esse verme que trabalha contigo ...
    faz queixa , e nem penses duas vezes ,...

    bjs

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  5. Bem miuda... isso é muito chato mesmo... eu tive uma situação com a colega... falei c os recursos humanos... que não fez nada ... e até pensei mesmo sair do emprego por causa dela... mas dps "passei-me" e um dia disse tudo o q tinha a dizer a ela... meteu o rabo entre as pernas e acalmou-se ... hj já nos damos bem ... e conversando viemos a descobrir que eram os outros colegas que diziam q eu falava mal dela, quando isso era pura mentira... portanto... fala c o patrão ou recursos humanos... se não... falas mesmo c eles da forma como falam ctg... e não tenhas medo ... se precisares julgo que tens aki um batalhão que te pode ajudar ;)

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  6. Caro Anónimo,
    Parto quase sempre do princípio que uma conversa esclarecedora resolve mal-entendidos. Num outro emprego tive dois colegas que se detestavam desde antes de ir trabalhar na empresa. Conheci-os a ambos e até achei que, se dessem uma oportunidade, iam ficar amigos. Mas eles zangaram-se e ficaram por ali. Por isso ainda bem que você conversou com a colega e esclareceu as coisas...

    Eu não costumo dar ouvidos ao que os outros dizem e não me zango com ninguém com base no que os outros dizem que "fulano" disse de mim. Fico triste é com as atitudes directas, isso sim!

    Nesse outro emprego também fui vítima de intrigas. A sub-chefe chamou-me para me dizer que tinha ouvido queixas sobre mim. Acusou-me de não trabalhar como devia porque, pasme-se: ia muitas vezes à casa-de-banho! Fui logo ter com o chefe para expor a situação, indignada que estava com a injustiça! Mas ele esteve ausente por dias. Acabei por não o fazer e depois o emprego terminou.

    Fui caluniada e a sub-chee recusou-se a dizer quem tinham sido os 2 caluniadores. Assim não podia me defender! Fiquei ali a trabalhar, a tentar adivinhar quem estava a tentar me fazer a folha. Vim a descobrir muito mais tarde, já não trabalhava lá, que uma das pessoas era um rapaz que vivia zangado com tudo e todos e que, não poucas vezes, armava confusão com os clientes, por ter uma forma de falar arrogante. Nenhum dos outros colegas que mencionei gostava deste aqui. Disseram-me logo para ter cuidado com ele, que era um mafioso. Mas como não fico logo agarrada pelo que dizem... tratei-o igual a todos.

    Ele sim, é que se baldava ao trabalho e, uma vez, topei-lhe o esquema e decidi "furá-lo": fui ao armazém tratar de um assunto e depois tive de me enfiar ao WC até ouvir a campainha da chamada do próximo cliente ser adiccionada. É que nós chamávamos clientes por senhas e estava um à espera, que ele já conhecia de gingeira, e detestava atender. Dizia sempre: "Não vou atender esse gajo!". Enquanto eu atendi 5 pessoas, muitas das quais devia ter sido ele a atender porque eram senhas especiais, ele "arrastou-se" em pausas, idas ao WC, etc. Eu decidi que ele não ia fazer com que eu atendesse aquele cliente. Ainda mais porque para certas questões não estava habilitada a solucionar o caso, e ele sabia que aquele cliente era o caso. Eu nem chamava as senhas especiais, mas atendia essas pessoas, chamando-as oralmente, quando só senhas especiais sobravam na sala. E atendi uma série de clientes dele seguidos, enquanto ele ficou por uma pessoa! Um amigo, com quem conversava...

    De resto, caro anónimo, eu sou tão "estúpida" que não fazia pausas para nada, ficava aflita mas não ia ao WC, nunca parava! Logo, ao me dizerem que ia muito ao WC (o outro colega, para homem, vivia lá!) só consegui soltar uma ampla gargalhada! (Eu detesto WCs, o colega dizia querer viver num, a ler revistas e jornais).

    Existem muitas situações onde as pessoas são mesquinhas até mais não. A meu ver, são umas infelizes, insatisfeitas consigo mesmas, que descarregam em cima de terceiros! Normalmente, as melhores pessoas que os rodeiam, porque detestam não conseguir ser assim.

    Presentemente no emprego (até tenho receio de falar), após este desabafo, no dia a seguir as pessoas passaram a tratar-me com mais delicadeza. Mas assim que um engano de audição surgiu, o tal «verme» já estava a mostrar as garras afiadas!

    As pessoas não mudam, por mais que pareçam...

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