terça-feira, 31 de março de 2009

Chorar para Mamar

Dizem que não têm inveja de pessoas com dinheiro, mas não páram de comentar o quanto é injusto viverem com o que dizem ser pouco, quando outros têm tanto e nem se esforçam.
Estas teorias "de bolso" deixam-me entristecida com o futuro da humanidade. É fácil dizer estas coisas. Difícil é olhar para o próprio umbigo e assumir que nos outros se projectam os próprios defeitos e as críticas que lhes fazemos é pura inveja.
Observo isto todos os dias. Volta vai, volta vem, oiço pessoas a falar do quanto "estão pobres". Como salário, recebem cerca de 1500 euros por mês, mas estão sempre tesos. Tão tesos, que comem do prato dos outros, atacam todas as sobras da sobremesa alheia, e fazem com que os outros lhes paguem o cafezinho. Tentam passear em carros alheios, dormir na casa de amigos, comer e tratar da higiene na casa dos outros, a consumir o shampôo dos outros, o gás e a elctricidade dos outros e quando convidam alguém para algo, têm uma intenção oculta, que normalmente é dar paleio para fazer com que lhes dêm dinheiro «espontâneamente». Pedincham tudo e mais alguma coisa.
Fazem-no com grande habilidade. É-lhes quase natural. E quase não percebem (ou não assumem) aquilo que são! Falam como se fossem os únicos a ter despesas. Como se os que os escutam também não tivessem rendas de casa para pagar, gasolina para colocar, supermercado para fazer. E fazem-no com menos dinheiro!

Estes são "tio Patinhas" de araque, sem filhos para sustentar e grandes "cravas" de favores alheios. Só se queixam. Invejam-lhes os carros, as roupas, o estilo de vida, o suposto dinheiro...


Ultimamente tenho reparado numa "estirpe" em particular. Nas pessoas que dizem ter sido criadas entre gente com muito dinheiro, mas que não vivem com o mesmo nível económico. Louvam-se a si próprios, por trabalharem com relativo sucesso profissional, mas se acham mais do que aquilo que valem. Escolheram profissões de alguma alta rentabilidade e pouco esforço. A maioria das profissões requerem raciocínio, acumulação de informação, selecção e divulgação mas as escolhidas por estas pessoas não lhes prendem desta forma. Normalmente, não cumprem horários e conseguem dedicar-se a outras actividades durante o horário laboral. Como ir fazer uma manicure, uma limpeza facial, ir ao café, ao médico, ir namorar, etc...

Quando sabem que um colega pensa num aumento de salário, a coisa não lhes cai bem. Se um colega mal pago desabafar que precisa de ganhar mais dinheiro, respondem-lhes que precisa de arranjar outro trabalho. Isto vindo de pessoas que poucas vezes põem os pés na empresa onde trabalham! Quer dizer: os que mais trabalham recebem menos para sustentar os que menos gostam de trabalhar, a ganhar mais...


Bravam ao vento que são pessoas que se emanciparam cedo. Mas a dita independência continua dependente do jantar da mãe, que ainda lhes lava e passa a roupa a ferro, lhes fazem recados e lhes dá dinheiro quando começam a «chorar para mamar».

As aparências enganam tanto!

1 comentário:

  1. Felizmente não tenho pessoas desse género a orbitar à minha volta, mas também seguramente não teriam grande sucesso. Venho de uma família humilde e a minha maior riqueza é manter essa humildade, pelo que sei bemd ar valor a tudo o que tenho. Beijoca!

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