Metereologia 24 h

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sábado, 18 de julho de 2020

Finalmente, o JACKPOT!!!


Mudei de casa!!

Era esta a novidade que estava a guardar para voces. Nao quis estragar a surpresa contando antes.

Foi no inicio desta semana mas so ontem consegui retirar todos os meus pertences da anterior.

E como é a nova casa?


Muuuuuito melhor!!!

Moderna, tudo novo. Melhor localizada, melhor quarto e... mais barato!!

Mas onde realmente atingi o Jackpot foi nas pessoas. Exatamente o que mais queria. (Tanto o roguei aos céus).

E por isso sinto-me grata.
Sinto-me feliz.
É um prazer regressar a casa e uma satisfaçao encontrar um colega.

A cozinha esta equipada
 com eletrodomesticos novos

Logo no primeiro dia a coisa correu bem. Percebi que o espaco era melhor do que estava à espera e fiquei satisfeita com isso.

No segundo dia convidaram-me para me juntar a eles no jantar de despedida de um rapaz que foi morar para Londres. Prepararam uma refeicao quente, mandaram vir pizzas que genuinamente gostaram de partilhar e nao quiseram saber quando propus pagar por elas.

Foi comida e conversa ate as 11h da noite.
Nessa noite dormi pela primeira vez na casa. E soube bem.

O Jantar improvisado 

No terceiro dia dei por mim a apressa-me para chegar à casa a tempo de me despedir do colega que se ia embora.

Mas o melhor foi perceber que ELES estavam satisfeitos comigo.


Tudo isto é tao diferente, oposto mesmo, ao tipo de ambiente de casa partilhada que experenciei ate ao momento. Talvez tenha de me beliscar.

É isto real?

Ontem um colega tinha acabado de receber pizzas quentes e logo fez questao de mas oferecer. Eu quis ser poupada e so lhe tirei uma fatia. Ele insistir, inclinou a caixa quase na vertical, a pizza comecou a escorregar e quase deslizou para fora da caixa. Mas ele queria que eu tirasse mais porque lembrou-se que eu ainda tinha de ir trabalhar.

Muito querido e atencioso da parte dele. Espero estar à altura. Porque o que encontrei aqui nao é um pouco diferente do que tinha no anterior. É 100%!

Vivi eu dois anos e cinco meses com italianos que faziam as proprias pizzas e NUNCA que estes foram capazes de me convidar e oferecer como este rapaz o fez.

E sabem o que as pessoas que avaliam pela aparencia diriam de uns e outros? O italiano bem aparentado, bom falante, iam rotular de simpatico. O polaco, fumador de cannabis e bom bebedor de alcohol, iam rotular de indesejado. Talvez ate perigoso.

Mas as pessoas valem pelas accoes que demonstram, nao pelo que aparentam. Este homem teve a cortesia de nao beber alcohol durante o jantar para o qual me convidaram e no qual insistiram para que eu bebesse vinho. (E acabasse com a garrafa). Ele ficou a sumo. No dia seguinte mencionei que queria colocar prateleiras na parede do quarto e ele prontificou-se a trazer-me as tabuas de Madeira, pois trabalha na contrucao. E trouxe-as! Junto com ferragens. Tambem as vai instalar e arranjar o berbequim e restantes produtos. Uma joia de pessoa!!

Ja o senhorio da outra casa, disse que sim a este meu desejo de ter prateleiras, mas comportou-se de forma canalha. Fez-me exasperar meses, insistindo em ficar indisponivel para tao simples tarefa.

Nao observei este traço na personalidade do novo colega somente com base na sua afabilidade para comigo. Tambem reconheci a sua  disponibilidade e prontificacao para ajudar a outra colega numa destas noites,  mortificada com a barra do armario da roupa, que estava sempre a cair. O rapaz foi ao supermercado fazer compras para si mas regressou com duas colheres de pau, partiu-as e esteve de volta da barra dela, a fixar o tubo de madeira na extremidade. Antes dela lhe bater à porta para se queixar, ja ele se tinha retirado para o quarto. Ao que parece, ele tinha o mesmo problema no armario dele, mas remediou a coisa enfiando papel e deu-se por satisfeito.

Contudo, quando foi para ajudar outra pessoa, voluntariou-se a todo este trabalho a meio da noite. Um gesto tao bonito com tanto despreendimento e ela nem percebeu. Achou que ele fez a barra para ele.


A maquina para de lavar roupa ate toca uma musiquinha para avisar que a roupa esta pronta!

Em dois dias nesta casa, comi mais pizza do que em dois anos na outra. O contraste!

Pessoas receptivas, a falar com sinceridade e acolhedoras. Todas com mas experiencias noutras casas e talvez por isso, interessadas numa mudanca. Eu mereço isto. Espero que assim continue.

E hoje é aniversario do rapaz. Vai fazer um barbeque e ja disse que vai comprar tudo. Quando lhe perguntei se tinha barbeque, disse que havia um no supermercado.

Imaginem!
Nao so compra todas as carnes, bebidas, etc, como vai propositadamente comprar um set de barbeque para o efeito.

Diante da sovinice que presenciei no outro lado, isto é mind blowing!

Que assim continue. Porque eu mereço.

E agora vou ao supermercado comprar umas bebidas sem alcohol!

😂😂

sábado, 5 de janeiro de 2019

Muitas mudanças



A que-não-limpa e já foi embora repetiu isto muitas vezes:
-"Em Janeiro vão haver muitas mudanças nesta casa".


Ora, se ela já não ia cá estar a morar, no quê lhe afectariam? Para quê se preocupar em mencionar? 

Achei que ela estava a fazer referência à "amiga" do rapaz que vem para esta casa. Ela devia saber alguma coisa que eu não sei. 

--- 
Aparentemente eles tiveram um desentendimento porque ele deu uma festa quando eu viajei em Outubro para Portugal - claro. (Sempre à espera que vire as costas). E nessa festa existiram exageros e pessoas ficaram bêbadas. 

A que-não-limpa tinha uma função útil nesta casa: não permitia exageros. Gostava de convívios e festas, mas não bebia álcool e exigia sossego e silêncio. Como era "uma" deles, os italianos enfiavam a cauda entre as pernas. Comigo ausente acharam que ia ficar "tudo bem" com a comadre, se aproveitassem para celebrar em exagero. Mas enganaram-se.

A perspectiva dela se ir embora agradou-lhes imenso nesse sentido. 

E como seria de esperar, esse sentimento de "liberdade" já os faz querer voltar à pândega. 
Isso já me apavora, como me apavorava antes.

Não sou anti-festas e até sou bastante tolerante. O problema é mesmo esse: demasiada tolerância. Acho que a mais velha serviu-me de exemplo. Ela não tinha problemas em manifestar o que pensava e o que queria, esperando receber. Eu recebo pouco e dou muito. E não cobro nada. Sou "tolerante" - e nesse sentido, sou desrespeitada. Fico com os meus sentimentos feridos constantemente. Porque eles não querem saber de mim. Tratam-me como se eu fosse um espinho que pode entrar no pé deles, como uma inconveniência. Não me incluem em nada do que fazem nem sequer comunicam que vão trazer pessoas para a casa. 

E isso é ser-se desrespeitoso.
Não peço nem espero que me convidem  para as suas festas privadas. Embora fique mal nunca terem se esforçado em me incluir. Mas que não comuniquem? Isso acho de baixo nível, porque é o mesmo que dizer que eu não valho nada. Entrar em casa com compras, a planear fazer um belo jantar e deparar-me com a casa cheia de gente, mal posso me mexer, álcool a ser servido por todo o lado faz-nos sentir uma merda. É que os da casa estão todos ali, vêem-me e é como se eu não existisse. Não me convidam, não mo comunicaram, nem sequer dizem olá... e uns uma vez, ainda riram-se e olharam de lado para mim, como que para reforçar a exclusão com um olhar "não és uma de nós".   Esperam que me afaste rapidamente, só isso. E é o que faço. Deixo-os estar. E retiro-me para lhes dar à-vontade com as pessoas que escolhem. 

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Se vos contar a noite de ontem também vão ficar muito apreensivos. Para começar, mudou-se para cá a nova-jovem rapariga. É simpática, como previ. Mas também muito dada a festas e a beber até as pernas balancearem. Fala pelos cotovelos e também por isso foi instantaneamente aceite pelos italianos por ter deixado claro que é uma rapariga de festas. Trouxe vinho, ofereceu e bebeu até ficar afectada. A reação do rapaz - que esteve a "apalpar" terreno desde que ela chegou, foi dizer: "És como uma versão da minha pessoa".

Acham que ela vai ser tratada e rejeitada como eu?


(conto o resto desta história depois)


sexta-feira, 27 de abril de 2018

Rotina de hoje



Não queria deixar a impressão de que tudo me corre mal no que respeita a estar numa casa.
Sei que muitos podem concluir que o problema reside mais em mim do que nos outros.
Admito que a minha forma de ser é que está sempre a gerar o mesmo género de problemas. Acabei por perceber isso. Mas é a minha forma de ser passiva, aquela que tolera e quando algo não cai bem, uma, duas, várias vezes, releva, por achar que pode ter sido uma impressão equívocada.

Depois do «curso intensivo» que foram aqueles 20 dias a dividir um espaço com os «millenais infantis» fiquei sensível e alerta. Como um cão muitas vezes espancado que quando abana a cauda de felicidade também se encolhe de medo e receio.

Nesta nova casa as pessoas têm sido diferentes.
Aqueles sinais que captei não foram inventados. Por isso sei que, como sempre nisto que diz respeito a dividir espaços comuns com desconhecidos, as coisas podem rumar para sítios inesperados de um momento para o outro.

Mas tenho a sensação que desta vez - sendo que esta é a primeira - mudei para o melhor lugar que alguma vez se pode encontrar, dadas as circunstâncias. Independentemente dos feitios de cada um, das manias, parece que todos se respeitam e procuram ter consideração pelos outros.

É só o que é necessário.

Temo escrever estas palavras para amanhã mesmo descobrir que tenho de as retirar. É um temor que vem da experiência vivida, do senso comum. Sou a única que tem de se levantar para ir trabalhar de madrugada. O que significa que tenho de adormecer por volta das 18h (idealmente, claro). E será que os restantes estão dispostos a ser contidos no seu convívio?

Quase nunca isso acontece. Seja em que casa for.
Notei que aqui gostam de conversar e rir enquanto se prepara o jantar. Quando acabam de comer vão todos, à vez, tomar um duche na casa de banho, que fica ao lado do quarto onde durmo.

Tudo isto é muito normal, mas coincide com a altura em que o ideal, para mim, é estar sossegada, ter algum silêncio para poder mergulhar no sono.

Sono esse que é muito difícil de obter. 
Sempre fui difícil para dormir mas desde que me mudei, surpreende-me o despertar matinal e a incapacidade de voltar a dormir. Posso adormecer exausta pelas 4 da manhã que antes das 8 estarei acordada e de pé. Uma calamidade, que não me faz sentir energética nem optimista. Não é só pelo barulho que outros possam fazer pela casa, a abrir e fechar portas, etc, etc. É pela luminosidade que entra pelo quarto. Deve ser comum aqui no UK... não existir persianas. Um quarto nunca está totalmente mergulhado no escuro. Existe uma janela ampla e um cortinado pendurado num varão. Só isso. O tecido não é nada de especial, não corta a luz. E como as minhas cortinas são douradas na cor, quando a claridade aparece, é como se um pequeno farol se iluminasse. 



O senhorio não se compadece deste tipo de problema. Perguntei-lhe - já que aparece cá em casa todo o santo dia - se podia tapar as janelas com alguma coisa, caso verificasse que não conseguiria dormir. Por uma questão estética acha que não. Pôs-se também a dizer que o sol nascia de lado e girava para a traseira da casa. Eu sei disso. Mas quando nasce e enquanto se estabelece na sua posição, essa claridade é o suficiente para me impedir de adormecer, caso abra os olhos com algum ruído. E devo abri-los umas 20 vezes. 


Finalmente estou de folga e tenho tentado descansar. Não estou a conseguir os resultados imediatos que pretendia - por dormir poucas horas seguidas. Durante a tarde e após almoçar, é que costumo ficar sonolenta. Acabo de despertar de uma soneca de uma hora, duas. O tempo não me ajuda. Pretendia dar um longo passeio na minha folga. Mas está quase sempre a chover. 

Então hoje aproveitei que estava de pé antes das 8 da manhã, desci à cozinha e fiquei a pensar no que ia comer. Foi quando me deu vontade para começar a limpar a casa. Aqui todas as semanas um de nós tem de limpar uma área da casa. Ainda que só cá esteja a dormir faz três noites, calhava-me o corredor e as escadas do primeiro andar, o hall, a área em comum e o anexo. Em cerca de três horas encarreguei-me de limpar minuciosamente estas zonas. Removi teias de aranha e, atrás da televisão, bolas de pó. Esfreguei o corrimão de madeira com um produto próprio, aproveitando para remover algumas manchas avistadas. Limpei aqueles cantinhos que todos esquecem: por cima e por baixo das placas de madeira, a base em madeira, a prateleira em cima da lareira, a própria lareira, etc, etc. Como estava com a mão na massa, decidi também varrer, aspirar e lavar o chão da cozinha, que estava verdadeiramente imundo e manchado de verde, vermelho e laranja.