Há coisa de mês e meio foi a água. Podem recordar neste post.
Agora sabem o que é?
Tubos para colectagem de sangue!
Aqueles necessários para se fazerem análises.
Acabei de ligar para o GP (médico) e tive uma consulta (convenientemente online desde que o Covid surgiu). Os sintomas descrevi-os por escrito quando fiz a marcação online na Livo app, três horas antes. Logo de início, a doutora diz-me que tenho dois sintomas distintos e só posso escolher um. Aqui surge a primeira condição que me desagrada neste sistema de saúde: eles focam-se num sintoma apenas. Então se tens muitos, esquece. Precisas de marcar uma consulta para cada um deles. O médico só vai focar-se num. Isso acontecia mesmo antes do Covid, com marcações no hospital.
A médica sugere que escolha o da mentruação - mas eu escolho o segundo - que me preocupa mais. Tem a ver, indirectamente, com o facto de me perguntarem se estou grávida, três dias seguidos, três pessoas diferentes. É aquela situação de "ar nas tripas" que mencionei em algum post anterior. Isso e ir ao WC cada vez que ingiro alimentos, com a agravante destes sintomas não terem passado em mais de um mês, fez-me imaginar que posso estar com algo que precisa ser descoberto. Daí fazer a marcação médica neste que foi o meu primeiro dia de folga em... duas semanas.
Seja como for, a escassez de tubos para análises ao sangue - disse-me ela com o maior à vontade, como se nada de relevante fosse, vai durar até "três semanas", diz ela sem qualquer alteração na expressão facial. O NHS - o sistema Nacional de Saúde do UK, só está autorizado a usar em casos de "life treatning" - risco de vida.
Expliquem-me porque sou ignorante.
Se algo semelhante acontecer em Portugal, creio que a primeira coisa que se sabe é o porquê. Faz parte do básico no jornalismo. Aqui não dizem muito porquê. Não se focam nisso. Não gostam de criar "caus", pânico, então são blasés com tudo e simplesmente dizem "não há" "só daqui a quatro a cinco semanas" - como se fosse a coisa mais natural do mundo!
No que se focam é nisto: Dizer que o pessoal médico está a ser vítima de ABUSOS quando telefonam aos pacientes para lhes dizer que não vão fazer testes ao sangue.
É que aqui, se refilas, é visto como um hulygan e os que te atendem, mesmo se te provocarem, são uns coitados automaticamente rotulados de "vítimas de abuso" que aqui é levado sério e chamam a polícia se alguém te levantar a voz. Com isto não podes mostrar frustração, irritabilidade, ou és preso por desacato! Nem tanto ao mar nem tanto à terra mas... é uma forma de controlar as massas que, a meu ver, vai contra a liberdade de expressão.
(Isto está a transformar a sociedade britânica em cordeirinhos comedidos, que, à frente de todos são obedientes, mas que por detrás aprontam das suas e para expressar as suas frustrações consomem cada vez mais drogas leves e pesadas).
Não compreendo. Não esperava tal situação num país desenvolvido como o Reino Unido. Fiquei de boca aberta. Fui pesquisar e a situação não é nova, já dura há duas semanas.
Estão-se a borrifar para a pontualidade. Até para sair não são pontuais. Gostam de sair mais cedo. Vejo pelos jovens. Mal encontram um emprego baldam-se e os adultos são os maiores culpados, por serem indulgentes com este tipo de comportamento. Faz cinco anos que vivo aqui e não tem existido excepção à regra.
Não são preparados para todas as emergências - ou não existiria falta de um bem essencial como água e tubos para colectar sangue. A única coisa verdadeira sobre os britânicos é aquele poster feito durante a guerra, para acalmar a população caso o país fosse invadido pelos nazis:
Keep calm and... carry on.
A Catarina também me vai contando coisas de Inglaterra que são de arrepiar.
ResponderEliminarO Povo então é sereno. Eles não querem que as coisas sejam noticiadas. É vergonhoso, mas vai correr tudo bem!
ResponderEliminarBeijos. Votos de um bom dia!