sábado, 21 de julho de 2018


Vocês não sabem como sou fisicamente. 

Hoje vi duas mulheres na rua mulheres que, à partida, não repararia nelas. Porque não sou de reparar. Até que olhei para as suas pernas. Depois para os braços. E de volta para as pernas. Nomeadamente para as coxas de uma. Procurava saber onde estavam.

Não me ocorreu tirar uma fotografia mas, agora que estou a escrever sobre isto, gostava que pudessem ter uma ideia do que falo.

Nem uma nem outra podiam ser muito saudáveis. Andavam, fumavam, falavam e mechiam-se normalmente e sem aparente dificuldade, mas sobre a pele, só tinham o esqueleto. Pouco mais. As pernas de ambas? Dois paus rectos. As coxas? Inexistintes.



Adoro usar calções mas é uma peça de indumentária que abandonei lá pelos 16 anos. 
Porque não gosto de me ver com eles e não mais me sinto confortável. Tenho a memória de gostar e a sensação. Mas não é um sentimento que regresse caso cometa a "extravagância" de colocar uns. 

Uma destas mulheres usava calções curtos. Segui as suas pernas de baixo até cima, até ao ponto onde os olhos podem olhar, à procura daquele instante em que se nota a perna a alargar até que se chega àquela curvatura que vai levar à coxa. Mas nada vi. Era tudo uma linha recta. 

Eram pernas direitas como paus.
A primeira mulher, juro, que era tão larga de perna como eu sou no braço. No braço mesmo, não no antebraço. Julgo que o tenho ainda mais espesso que as pernas daquela rapariga que vi na paragem. 

Pernas iguais às que vi!
Dois paus rectos, sem curvas, sem nada.



Tudo isto para dizer que, de certa maneira, sempre nos queixamos de algo
Eu tenho "demasiada" carne e estou ciente disso. Tem instantes em que gostaria, pelo menos por um bom tempo, sentir-me diferente, estar diferente. 


Mas não assim como vi. Pele e osso
Não é nada saudável e cada quilo a mais que o meu corpo carrega, cada grama de gordura, acolhia-a com gosto. Já na renascença associava-se "gordura a formosura" porque só os miseráveis, pobres, raquíticos e doentes eram esqueletos vivos. 


Foi impactante observar que ainda é verdade.

Desejo que aquelas pessoas tenham saúde. 
Entre gordos ou magros, a saúde é o bem mais precioso que se pode possuir.


Portuguesinha

11 comentários:

  1. Amiga a minha irmã é assim, e tem mais saúde que eu, e come bastante mais do que eu. Costumamos passar as férias juntas e ela sempre me diz, "Ó mulher se eu comesse como tu, já tinha morrido tuberculosa" Eu nunca fui como ela tem 1,60 e pesa 43/44Kg. Mas até há dez anos atrás, eu que tenho 1,57 pesava 47/48Kg. depois de uma cirurgia (histerectomia total com anexotomia bilateral) E um problema que me levou a fazer cortisona durante quase seis meses, inverti os números e passei para 74. Quem me dera emagrecer, mas a própria nutricionista já desistiu.
    Abraço e bom domingo

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    1. Oh Elvira.
      Os nossos corpos estão sempre a mudar. Nem sempre para melhor... Mas encontre consolo no facto disso significar que estamos vivos e bem vivos! :D

      Temos de nos aceitar como ficamos... que remédio, não é mesmo?

      O importante nisto tudo é mesmo sentirmos-nos bem, o melhor que conseguirmos, dentro das "surpresas" que nos vão surgindo com o tempo.

      O meu desejo para todos é muita saúde. Isso sim, é essencial e importante.

      Um forte abraço e boa saúde :D

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  2. Boa tarde de domingo

    Venho agradecer a sua visita bem como o comentário que deixou num dos meus blogues.

    Sim, também concordo que é totalmente desnecessário estas "manifestações".

    Mas, só para ver a FORÇA que têm,
    como é que conseguem criar o CAOS
    numa cidade como Londres...
    isso é que me deixou admirada e irritada
    pois continuo a dizer que era "obrigação"
    de quem me vendeu o bilhete ter-me alertado para a situação.

    As pessoas AGORA no século XXI estão mal habituadas,
    pois no "meu tempo" coitados de nós...
    enfim...
    Agora há direitos até a mais...

    Gostei de saber a sua história, por Londres:
    "pulinho" a um sítio nada turístico - mas que me agradou bastante. Uma pequena praça com uns edifícios interessantes, um jardim particular aberto ao público até certas horas somente - para espreitar o edifício que foi escolhido para as filmagens da série Poirot, brilhantemente protagonizada pelo britânico David Suchet.

    Ainda bem que isso ficou marcado
    e hoje recorda feliz.
    Abraços!

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    1. Obrigada eu por me visitar.
      Gostei muito do seu blogue e agora que passou por aqui posso sempre visitá-la de volta. Basta seguir o link!

      Relatou a sua viagem tão bem que aguardo expectante uma próxima. Por isso, desejo-lhe muitas viagens, eheheh.

      Na minha opinião o melhor das viagens são as descobertas inesperadas, os desvios não programados. Por vezes surpreendem. Há cantinhos por toda a parte do mundo que não são turísticos mas que são um gosto conhecer.

      PS: Concordo com tudo o que diz sobre Londres e a forma como hoje em dia este género de coisa (desnecessária) produz caos.

      Um forte abraço!

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  3. AGORA SOBRE O SEU POST:

    TERMINOU O POST COM O MAIS IMPORTANTE DA QUESTÃO...
    Entre gordos ou magros,
    a saúde é o bem mais precioso que se pode possuir.
    OH...se é.

    Dizer que "Adoro usar calções" nã...
    nunca foi grande hábito meu
    mas, confesso que nos dias de hoje,
    vejo pessoas usando calções que,
    deviam ter visto ao espelho, antes de sair de casa, a figura que fazem, mas é MODA
    e esse é o problema, sendo moda tudo se usa.

    CONTINUA:
    Tudo isto para dizer que, sempre nos queixamos de algo.

    Pois, eu também tenho "demasiada" carne
    e custa ouvir comentários muito desagradáveis de pessoas que olham
    e pensam que é porque como demasiado,
    nunca pensando que pode ser por distúrbios diversos.

    Obrigada pela partilha do tema.
    Boa semana

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    1. Antes não usá-los (calções) do que vê-las a caminhar achando-se a última bolacha no pacote, enquanto o "pacote" está à vista e não é nada atractivo. Eheheh.

      Sim, algumas pessoas com micro-calções, por exemplo, quando caminham ve-se... as estrias que têm no rabiosque. Nada giro mas... pensam que estão no pico da moda e por isso não têm de se preocupar se fica bem ou mal.

      Com os anos a passar aprende-se a ignorar os comentários dos "experts" sobre a nossa vida. Entende-me melhor a velha rábula do velho, o rapaz e o burro :)

      Boa semana

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    2. Atenção que não recrimino que mulheres/homens que gostem de calções e não se achem perfeitas os usem. Admiro quem aceita o seu corpo e mostrar estrias não tem mal algum. O mau, no meu entender, é mostrar mais do que é suposto, com uma pose aparentemente orgulhosa e mostrar mais do que seria desejável.

      Uma mulher que usa calções e se nota celulite é diferente de uma que coloca microcalções e mostra celulite :)

      Enfim,
      cada qual com o seu gosto.

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  4. A cultura da magreza chegou a extremos doentios.
    E feios.
    Boa semana

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    1. Sem dúvida.
      Em alguns casos interrogo-me se será doença. Aliás, só pode ser, mesmo se for escolha pessoal e não uma aflição, é uma doença do foro psicológico.

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  5. Hahaha. Muito engraçado seu texto. Também sou uma observadora de corpos. Admiro quem assume o seu, feio ou velho. Com a idade vamos adquirindo sabedoria e ser feliz com o que tem. Bjs

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  6. Também só uso calções... em certos contextos... valorizando o facto de ser uma peça confortável... e se me ficam bem... sem mostrarem, o que não devem...
    Mas muita gente, segue cegamente as modas... sem ter a noção do ridículo, em que ficam...
    Já me deixei de seguir modas... só porque sim!...
    Beijinho
    Ana

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