Assim que entrou em casa voluntariou ao canalizador que haviam muitos cabelos a entupir os canos. Este responde «nem tantos, só alguns». Depois começou a numerar uma lista enorme de reparações necessárias no banheiro.
-"É preciso tirar este armário. E ampliar o banheiro. E arranjar esta luz. E substituir o chão. E arranjar aquela parede. E remover estes azulejos. E abrir a ventalização. E substituir as tábuas. E a sanita não está bem fixa ao chão. Ainda bem que não sou uma pessoa pesada".
- "Eu vou dizer isso à senhoria" - responde o inocente canalizador, sem adivinhar onde se vai meter e como acabou de ser manipulado.
A conversa muda de imediato para assuntos que nada têm a ver com a presença do profissional nesta casa. Passa por política, pelos EUA, pela China, pelo comunismo, pela Alemanha. Já vi esta "conversa" antes. Já a tive também. E vejo acontecer com todos os estranhos que cá vêm a casa fazer reparações.
Talvez ele queira desesperadamente manter a sua imagem de pessoa muito simpática, participativa e colaboradora junto com a senhoria, e usa estes "pobres coitados" como bandeiras-estandarte e moço de recados, que vão levar com as "balas" todas que a senhoria sem duvida vai cuspir, assim que começarem a lhe desfiar um rol de reparações equivalente a substituir um WC inteiro.
Mas ele, que está por trás de cada ideia, sente-se escudado. Mandou um "soldado raso" fazer o seu «trabalho sujo».
Idiossincrasias do colega de casa detectadas nesta conversa que teve com o canalizador, que demorou uma hora e só foi interrompida pelo toque do telemóvel do profissional:
O que ele disse VERSUS o que ele faz
"Idade não significa nada" - mas está a restringir os novos companheiros de casa a "menina até 30 anos".
"Vivi no comunismo e haviam espiões por toda a parte" - Ele comporta-se como um espião nesta casa, sempre a vigiar o que os outros fazem, tal e qual como esses que recrimina. E impôs o seu próprio comunismo na casa.
"As pessoas tinham inveja dos outros que tinham mais" - Ele é que parece ficar desagradado com o facto dos outros colegas de casa ganharem mais dinheiro que ele.
"Também havia coisas boas. Lá as pessoas não trancam as portas. Os vizinhos podem servir-se do que quiserem" - diz o único que possuí uma chave para trancar a porta do próprio quarto e que ficou furioso comigo quando mencionei o facto à senhoria. O mesmo que não gosta, sequer, que cheguemos perto do local onde ele armazena a sua bicicleta, onde guarda a sua comida, onde deixa as suas coisas. Insinua sempre que "alguém" lhes tocou só se desconfiar que alguém precisou passar por ali.
E pronto.
Digam-me lá da vossa sentença.
Digam-me lá da vossa sentença.
Faltam 9 dias...
Espero poder aguentar-me até lá sem surpresas desagradáveis.
Calma!!!
ResponderEliminarParece-lhe que não estou calma?
EliminarGaranto-lhe que estou calmíssima.
BFS
Voluntariou ao canalizador?
ResponderEliminarHaviam muitos cabelos?
Banheiro?
Haviam espiões?
Digo que precisa de aprender a escrever.
A anonima/0 faz lembrar-me uma amiga que diz ter um QI muito alto. Tão alto que é um génio.
EliminarSim, dou erros. Muitos. Mas se vou retratar alguém a respeito dos erros dos outros, tenho a coragem de estar identificada.
Com identificação o outro lado pode agradecer - o que não é o caso. Com identificação, talvez acrescentasse algo de valor e utilidade, como a correcção desses erros - ao invés de se limitar a apontá-los e dizer à outra que precisa de aprender a escrever.
Isto é um blogue. É quase como um rabisco genuíno do que me apetece falar de momento. Muitas vezes é feito à pressa e a maior parte das vezes, no cansaço. Um texto nunca sairá gramaticalmente imputável, nem o desejaria assim, asséptico como um artigo intelectual num jornal qualquer.
Gosto de aprender e aceitaria críticas que sinta que são construtivas. De gente (ai, desculpe, pessoas) com bom coração e não de tipos (indivíduos) com o tal QI muito elevado :)
Cumprimentos e regresse que desconfio que ainda pode aprender alguma coisa por aqui :D