sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Escolhas Existenciais



Estou com dúvidas.

Tenho trabalhado muitas horas. Quando tenho dias de folga, nem sei o que fazer com eles. Sei que tenho de os usar para descansar o corpo e tratar da lida doméstica. Mas no que respeita a actividades de lazer, que é o que realmente nos carrega as baterias para o resto dos dias, começo a sentir desanimo, por não ter com quem as partilhar nem saber onde ir e o que fazer. 

Vim sozinha para outro país. E como comecei quase de imediato a trabalhar, não deu para criar nenhuma relação fora desse contexto. Na casa onde vivo, bem que tentei. Mas depois do que aconteceu semanas antes do Natal e após todos ignorarem a quadra e as decorações Natalícias, entendi perfeitamente onde vinha morar.

Não conheço ninguém cá. Ou melhor: até conheço alguém que vive a uma hora daqui, mas são pessoas que também trabalham e só têm os fins-de-semana livres, coisa que eu não tenho. E ainda que assim os tivesse, começo a ter dúvidas quanto aos passos a dar.

Vim para Inglaterra para me sentir útil e trabalhar.
Isso já consegui.

Mas permanecem sempre dúvidas. 

Devo viver para trabalhar ao invés de trabalhar para viver?
Que tipo de vida será a minha se continuar neste rumo?

Devo tentar encontrar trabalho mais dentro das minhas áreas de prazer e formação, arriscando ter de mudar de cidade, encontrar um emprego menos estável ou com uma remuneração menos aprazível? Devo solicitar uma carga horária semanal menos carregada, a fim de me sobrar tempo para o dedicar a outras actividades? Devo voltar a estudar?

Na vida, as dúvidas persistem... Sempre.
Vir para cá foi uma decisão certa. No fundo sei que, acobardar-me agora, não é certo. Mas ao mesmo tempo... 

Sinto uma vontade grande de me sentir em paz, a viver numa casa própria, onde posso cozinhar e viver completamente à vontade, sem ter de me privar ou me sentir policiada.

14 comentários:

  1. Se te sentes assim acho que podias continuar a procurar trabalho e até formações, nunca se perde nada! Também podes passear sozinha e ir almoçar ou jantar fora, eu sei que não é a mesma coisa mas por vezes também faz bem! Um beijinho e boa sorte :)

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  2. Como dizia minha avó "Teu coração teu mestre"
    Ninguém pode decidir por si amiga.
    Um abraço e bom fim de semana

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    1. Elvira, esses ensinamentos populares fazem cá uma falta! Que pena que quase cairam em desuso. Se fossem repetidos de boca em boca mais vezes, muitas dúvidas que todos temos deixariam de atormentar tanto.

      «Teu coração, teu mestre» é um grande ensinamento. Tão simples, tão certeiro.

      Obrigada beijinhos!

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  3. Estar sozinha num pais estranho é sempre complicado e as duvidas aumentam cada vez mais. Se calhar o melhor é tentar uma experiência... por enquanto ficas como estás e se não te sentires feliz após algum tempo, então mudas.

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    1. Por enquanto estou bem. E acho que vou ficar bem... Temos é de lidar com a vida a desenrolar-se... aguentar que envelhecemos, etc, etc eheheh. Bjos Ana!

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  4. Sei bem do que falas. És uma corajosa. Emigrar sozinha é foda. Não serão tempos fáceis mas com o tempo tudo se encaixa. Inglaterra é aquele tipo de país que não me seduz em nada. Desde o clima, às próprias pessoas... Mas se tu gostas é meio caminho andado. E com o tempo acabas por te conseguir encaixar.
    Beijinhos

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    1. Veremos. Sempre estou melhor do que estava. Mas nós somos como balanças. Precisamos de sentir equilíbrio de peso em ambos os pratos :)))
      Beijocas!

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  5. Podes sempre tentar conciliar tudo. Trabalho, descanso, paz, e vida social. Já que estás aí porque não fazer amigos?
    QUe tudo comece a encaixar. Beijinhos

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  6. A nossa vida é uma sucessão de dúvidas.
    Não se atormente muito com esta fase porque vai ver que não passa disso mesmo - uma fase.
    Boa semana

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    1. São fases. É verdade. Umas curtas, outras médias, outras excessivamente longas que deixam de ser fases para ser vidas desperdiçadas. Mas é só uma constatação generalizada! Não estou a fazer uma referência pessoal.
      Boa semana Pedro

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  7. As dúvidas persistem ao longo da vida...
    Mas quando fazemos uma escolha assim, e ir sozinhos habitar para longe é algo que que mexer um pouco com o nosso íntimo.

    Costuma ser bom inscrever-se num ginásio,natação, aulas de dança, pintura, enfim... um passatempo aprazível e onde se conhece mais pessoas que pelo menos têm esse interesse em comum connosco.
    Já mudei de cidade umas poucas de vezes, e de país também mas sendo pequena as amizades são mais fáceis, bem... continuando, mudei de cidade várias vezes e muitas das pessoas que conheci foram nesse género de atividades, isso excetuando as pessoas com quem trabalho que muitas vezes não partilham dos mesmos interesses que eu.

    Eu sou adepta do lema de viver! E não julgo que a trabalhar seja uma melhor forma. Mas isso sou eu. Há quem só viva assim, são os ditos "workaholic". Eu sou viciada em tempo livre :)))))

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