sábado, 26 de dezembro de 2015

E então como foi o vosso Natal?

Encheram a alma de alegria?

Na noite de 24 para 25, não sei como é com a maioria de vocês, mas há muito que ficou para trás o ficar acordado até à meia-noite para se abrirem os presentes.

O engraçado é que, em qualquer outro dia do ano, uma pessoa consegue ficar acordada até longas horas da madrugada. Talvez até seja raro deitar-se antes da meia-noite. Seria de deduzir que a prática fizesse com que a única noite do ano em que é suposto ficar acordado até tão tarde não requeresse nenhum esforço. Bah! Ficar acordado até à meia-noite na noite de Natal? É canja!!

Não, não é.
Por ser Natal, pela correria toda, é talvez a melhor noite do ano para adormecer cedo. 

E foi isso que me aconteceu. Quando tudo terminou, recolhi-me e liguei o computador. Em meia-hora estava a dormir. Mas não sem ter percebido algo que nunca tinha percebido antes. 


Tinha o computador ligado no facebook e a primeira coisa que vi foi um VÍDEO de Natal. Daquela mesma noite. Tinha sido postado fazia duas horas. E surpreendi-me que alguém, por volta das 21h, tivesse tido tempo para editar um vídeo com fotografias, colocado música e postado na internet. 

Logo fiz deslizar o cursor para ver mais. O que vi foram imensas publicações das pessoas enquanto celebravam o Natal. Fotografias de pose, com a árvore algures no enquadramento, rodeados de família, sentados à mesa e imagens de convívios que ainda estavam a acontecer. Mas o que realmente me surpreendeu foi perceber que as pessoas estavam a comunicar pelo facebook para perguntar: "Então, quando é que vens?", "já posso abrir os presentes?" ou "já falta pouco!" (para a meia-noite). 

Não que fosse ingénua quanto ao facto das pessoas irem colocar fotografias suas durante o Natal na internet. Tinha isso como um facto. Mas pensei que deixassem a noite passar para o fazer. Normalmente, costuma ser no dia seguinte... O que me surpreendeu foi estar quase em direto com os Natais daquelas pessoas. 

É o sinal dos novos tempos. Só temos de admirar e acolher. Claro que algumas das publicações de que falei foram, com certeza, colocadas pelos mais novos. Só eles para pegarem em fotos, fazerem um vídeo e colocarem logo na net. Se calhar,fizeram-no em minutos, com dois ou três movimentos de dedos no telemóvel e sem sair do sítio onde estavam. É o facilitismo das novas tecnologias a intervir na sociedade de forma a mudar-lhe os hábitos. 

E assim, sou sincera quando vos digo que, em minutos também, senti uma overdose de "Natais" que teve um trago ligeiramente enjoativo. Entendi as dinâmicas familiares de toda a gente, quem ia a casa de quem, quem esperava por quem, quem stressava com os preparativos... Fiquei a saber de tudo. 

Tenho também alguns amigos virtuais americanos. Que também postaram fotografias do seu Natal. E foi muito curioso constatar as DIFERENÇAS. 

Eles por lá, devido às "liberdades" da primeira emenda e ao politicamente correcto que afeta a sociedade americana, estão a "duelar" sobre a expressão "Merry Christmas" versus "Happy Holidays" (Feliz Natal ou Boas Festas). 

Antes da chegada efetiva do Natal, muitas das publicações a respeito da quadra natalícia abordavam essa controversa questão do conservadorismo  tradicional, versus uma expressão mais generalista que não entra em conflito com nenhuma crença ou religião.  Algumas diziam esta curiosa frase: "Eu não vou tirar Christ (Cristo) de Christmas (Natal)" ou "Jesus is the reason for the Season". Pessoas tradicionais, que não viam mal algum em continuar a usar o cumprimento que aprenderam quando eram crianças e se revoltavam com a imposição de um outro menos "ofensivo" para outros credos. 

Talvez por essa razão me surpreendeu constatar as tais DIFERENÇAS no Natal de com o de
É que, pelas fotos que vi, o Natal de um americano é em muito semelhante ao do Inglês. E sabem qual é a grande diferença? ÁLCOOL.


Não houve foto em que não aparecesse umas quantas latas ou garrafas de cerveja ou vinho. E as pessoas a fazerem figuras um tanto ou quanto... bom, é Natal. E por isso devem pensar que o tipo de celebração lhes permite fazer figuras um tanto ou quanto parvas. E não é só por meterem antenas de rena na cabeça. É mais pelas fotos que publicam. Todos com copo na mão e em cima da mesa, em primeiro plano, as respectivas latas ou garrafas de álcool. Eles lá gostam de beber egg-nog. Uma mistela que uma vez também fiz cá, seguindo meticulosamente uma receita. Gostei mas... no Natal só se exagera nos doces. No que respeita a bebida, costuma ser tudo muito inofensivo: água, sumos, coca-cola, sprite... Há cerveja e vinho, pois claro que há. Mas são bebidos com moderação durante a refeição. Não a toda a hora. 


E então foi assim, o que vi do Natal pelo facebook. Americanos meio-despidos, com garrafas na mão, todos contentes a desejar boas festas, e portugueses nas suas tradições de se juntarem todos na casinha de alguém, a comunicar e a postar no facebook enquanto decorria o Natal.

A minha família reúne-se no próprio dia de Natal, não na véspera. Dito isto, preciso desabafar o seguinte: quando tudo terminou, voltei ao computador. E adormeci. Quando a constipação fez questão de me acordar com um surto de tosse, não consegui mais adormecer, por isso liguei o computador. E foi então que vi. Enquanto se celebrava o Natal, também existiu uma pessoa da minha família que encontrou um 'cadinho' de tempo para postar algo no Facebook. Não sobre o Natal, sobre outra coisa. Com um telemóvel na mão, de facto, hoje em dia, faz-se de um tudo. 

Continuação de uma quadra festiva cheia de amor no coração!


5 comentários:

  1. É assustador ver que cada vez mais se vive para as redes sociais e se descuida da convivência pessoal...

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  2. Eu despedi-me das minhas pessoas no facebook antes de ir jantar e voltei ao outro dia. Tenho mais que fazer:jogar dominó, lambuzar-me de fritos, ver filmes da disney, and so on, and so on.

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  3. Durante toda a semana fui deixando mensagens aos amigos no Facebook. Na noite de Natal estive um pouco no Face, já que estava sozinha com o marido, e ele estava a ver um programa televisivo que não me interessava. Quando o programa acabou desliguei o computador e fui jogar às cartas com o marido. Este ano o filho e a nora trabalharam até às 8, e depois foram para casa dos meus compadres. No dia de Natal, (que tiveram o mesmo horário) vieram jantar connosco. A neta de seis anos, ganhou da outra avó, um telemóvel e estava doida a tirar fotos a tudo e a todos e a mandar mensagens para os 10 familiares a quem pode ligar, e de quem pode receber chamadas.
    Um abraço e dias felizes

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  4. O Natal não é apenas sempre que um homem quiser.
    É, também, como um homem quiser.
    Pior? Melhor? Cada um que faça o seu juízo.
    Acho que as redes sociais deveriam ser utilizadas em modo 'low profile'.

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  5. É realmente interessante como hoje em dia vemos a vida de todos em directo.

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