A propósito de posts como este: quando era criança costumava anotar no diário como foi o Natal e alguns dos presentes recebidos. Depois achei injusto não mencionar todos e tratar as oferendas de igual para igual. Ia parecer que não apreciei os outros, o que não era verdade. Então esforcei-me por anotar todos, uma tarefa que por vezes me pareceu enfadonha, ainda que não recebesse tantos assim.
O ano passado retomei o hábito. Mas de forma diferente.
Anotei o que OFERECI.
E dali adiante, achei muito interessante anotar o que se dá, ao invés do que se recebe.
Ao longo dos anos, durante conversas em família alguém lá mencionava «isto ou aquilo» que lhes havia oferecido em determinada altura. E fui percebendo que, afinal, oferecer é algo importante, que pode mesmo alegrar a vida de alguém. E como gosto de dar presentes em ocasiões como o Natal, gosto de dar os que têm algum sentido, toquem o coração, surpreendam ou façam falta. Pode ser uma simples escova de dentes (dei uma este Natal, ahahah!) mas não é o valor ou a raridade do artigo que conta mais. É a utilidade, a surpresa, a emoção. O significado.
Percebi que ao longo dos anos, fui oferecendo coisas com significado. E que isso agradou às pessoas a quem ofereci. Foram presentes que se transformaram como o vinho do Porto: melhoraram com o tempo. Há pessoas que, em determinadas alturas, olham para um desses presentes e isso as faz sentir bem.
Ganhei o dia ao pensar isto agora!
Este Natal, ainda não registei, mas sei o que dei a cada pessoa e irei guardar essa anotação só para mim :)
E já que o espírito natalício, que tinha perdido ontem, regressou hoje, volto a desejar um Feliz Natal! Porque este, se quisermos, é mesmo quando o Homem quiser :)
Muito interessante. Eu nunca liguei aos presentes. Mas ao estarmos juntos, à convivência. Penso que os meus irmãos também pensam assim. De tal modo que depois da morte do pai em 2009 e da mãe em 2010, nunca mais nos juntámos no Natal. Falta-nos alguma coisa, que não é os presentes percebe?
ResponderEliminarJá não voltarei aqui este ano pelo que lhe desejo um muito feliz 2016.
Um abraço
O Natal é mesmo a convivência, Elvira. Os presentes foram introduzidos depois, dão algum colorido porque podemos sorrir, gargalhar ou ver a alegria e entusiasmo dos mais pequenos em particular. Mas sem a partilha em grupo, sem o convívio, receber um presente nem teria o mesmo gosto. Eu mesma só comecei a mencioná-los do diário porque estava a relatar o Natal, o convívio. Ao reler, há uns tempos, percebi que mencionava os presentes às vezes sem referir o que era (contando com a minha memória, rsss).
EliminarEu percebo perfeitamente. Mas será que não dá para criar um outro tipo de convívio que seja igualmente agradável, embora as ausência sempre se faça sentir? Os netos como novos elementos dão uma alegria renovada a esse convívio.
Entre com o pé direito em 2016.
Um abraço.
gosto muito de dar prendas e de ver a reação e a felicidade de quem as recebe :)
ResponderEliminarÉ muito bom!
EliminarBoas entradas em 2016!
Esqueço o que dou com a maior facilidade e rapidez.
ResponderEliminarIntrigante!
EliminarBoas entradas em 2016, Pedro.
Também gosto de anotar os presentes que ofereço, mas por outra razão. Anoto-os para mais tarde não voltar a oferecer o mesmo presente à mesma pessoa e para ir tirando ideias de futuros presentes.
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