A propósito de posts como este: quando era criança costumava anotar no diário como foi o Natal e alguns dos presentes recebidos. Depois achei injusto não mencionar todos e tratar as oferendas de igual para igual. Ia parecer que não apreciei os outros, o que não era verdade. Então esforcei-me por anotar todos, uma tarefa que por vezes me pareceu enfadonha, ainda que não recebesse tantos assim.
O ano passado retomei o hábito. Mas de forma diferente.
Anotei o que OFERECI.
E dali adiante, achei muito interessante anotar o que se dá, ao invés do que se recebe.
Ao longo dos anos, durante conversas em família alguém lá mencionava «isto ou aquilo» que lhes havia oferecido em determinada altura. E fui percebendo que, afinal, oferecer é algo importante, que pode mesmo alegrar a vida de alguém. E como gosto de dar presentes em ocasiões como o Natal, gosto de dar os que têm algum sentido, toquem o coração, surpreendam ou façam falta. Pode ser uma simples escova de dentes (dei uma este Natal, ahahah!) mas não é o valor ou a raridade do artigo que conta mais. É a utilidade, a surpresa, a emoção. O significado.
Percebi que ao longo dos anos, fui oferecendo coisas com significado. E que isso agradou às pessoas a quem ofereci. Foram presentes que se transformaram como o vinho do Porto: melhoraram com o tempo. Há pessoas que, em determinadas alturas, olham para um desses presentes e isso as faz sentir bem.
Ganhei o dia ao pensar isto agora!
Este Natal, ainda não registei, mas sei o que dei a cada pessoa e irei guardar essa anotação só para mim :)
E já que o espírito natalício, que tinha perdido ontem, regressou hoje, volto a desejar um Feliz Natal! Porque este, se quisermos, é mesmo quando o Homem quiser :)