quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Como uma UNIVERSIDADE vê o aluno que acolhe



CLIENTE

Esta é a designação com que a Universidade onde estudei me atribui numa comunicação.

Solicitei informações sobre um certificado que necessito e enviaram-me um documento com o título "Lista de documentos A LIQUIDAR".

 A liquidar... como se tivesse dívidas para com o estabelecimento de «ensino». Se a Universidade se preocupasse mais em facultar aprendizagem e conhecimento e menos em fazer lucrativos negócios não se referiria à minha pessoa como "cliente" nem me enviaria uma lista personalizada de documentos a «liquidar». São surpreendentes erros de designação que considero inadmissíveis vindos de quem vem. 

Como pode existir uma lista de documentos a LIQUIDAR se não lhes devo nada? Quaisquer certidões ou diplomas o aluno só pede se desejar, não é obrigatório, logo, não tem nada a «liquidar». No máximo devem-me eles porque enquando lá andei foi necessário um ano para me entregarem um documento já pago. Quanto lhes custaria isso só em «juros»? 

As Universidades vêm todos os alunos como um negócio e não há forma de alguém me convencer, ainda mais depois desta, que a formação é a prioridade. Não é nada! Se eu contasse... No início do meu curso ainda foi. A preocupação em facultar um plano curricular importante para que o curso não «desaparecesse» era o principal. Mas para o final a preocupação era totalmente outra, onde o aluno de NADA importava e cada professor estava a pensar na própria pele e em como não se prejudicar na linha do poder para rapidamente conseguir progredir hierarquicamente e atingir um cargo maior. 

 O que existe é um potencial de extorsão da parte da instituição que não foi bem sucedido. E por essa razão o ex-aluno, ou devo dizer, o CLIENTE, pois pelos vistos as universidades já não possuem alunos mas sim CLIENTES pois é assim que sou IDENTIFICADA na referida comunicação, permanece na base de dados do arquivo morto durante tantos anos, na esperança que um dia este "salde" e "liquide" a dívida.



PS: Na busca de uma ilustração para este post encontrei uma notícia sobre um projecto no Brasil que proibe as faculdades de cobrar a 1ª via de quaisquer Diplomas. Pois é assim mesmo que devia ser! Sem dúvida alguma. O aluno GANHOU por MÉRITO essa certificação. Nada mais justo que a receber. Não está a comprar, pois não? Teve de se esforçar para a obter, não é algo na qual não teve nenhuma participação e por isso compra e leva para casa a seu belo prazer. Sou tão CONTRA a cobrança de valores monetários pela emissão de um Diploma de Habilitações que até hoje deixei os Serviços Académicos da Universidade ficarem lá com o meu. Bem podia ganhar teias de aranha. Raios!

4 comentários:

  1. Concordo. Esse tipo de documentação deveria ser propriedade do aluno (não, cliente) e sem custos!

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  2. É vergonhoso o preço que cobram e o tempo que demoram a emitir o diploma. :/

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  3. Eu estudei numa universidade estatal e numa época em que as propinas eram irrisórias, diga-se. Mas lembro-me de ex colegas de liceu que foram para uma universidade privada e que pagavam balúrdios. E depois, com o 'boom' das más privadas, que mais não eram que fábricas de fazer 'dótores', foi o descalabro.

    Eu não tenho diploma, tenho apenas certificado de habilitações, porque na época - e em escudos - o diploma era caro e não servia nada, e ainda por cima vinha numa lata! :-)

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    1. Gata, também eu fiquei pelo certificado. Sinto aversão por diplomas e recuso-me a pagar pelo meu. Pode e está a ser necessário para me abrir portas mas vou continuar a resistir à ideia (para mim inconcebível) de dar dinheiro à instituição em troca de um "Diploma" que mereci. Ao contrário de muitos colegas, eu andei na instituição para aprender. E isso é o ponto 2 da minha aversão. Defendo que diplomas não atestam necessariamente o valor do indivíduo, muito menos os conhecimentos que adquiriu. Não passa de um papel com uma classificação e essa classificação, pelo que observei em décadas de estudo, é muito facilmente forjada. Tive colegas que suportaram os anos de faculdade só porque queriam o Diploma. A forma como o obtiam era irrelevante, o conhecimento encarado como desnecessário e as manobras para tirar notas altas nos exames o objectivo. Muita graxa aos professores e muitos copy-paste e OCRs.

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