Gosto de ver o mar. Já trabalhei no meio dele (ver post anteriores) e mesmo anos depois de tudo terminar a vida no mar entranha-se e a normalidade em terra estranha-se. Sente-se saudades, mesmo sabendo-se o quanto custa lá andar. O mar é hipnótico, tenta nos seduzir como o canto de uma sereia. Mas também é temeroso. Sabe-se que tem mistérios e perigos. O mar impõe respeito.
Mas somos todos criaturas da terra. No mar podemos estar, mas não ficar. Se ele nos quiser lá, reclama-nos para sempre. Impressionou-me a matemática das recentes notícias de mortes no mar. Primeiro foram o grupo de sete estudantes universitários que se sentaram na praia a contemplar as águas e o mar reclamou-os arrastando-os até si com uma onda colapsante. O mar só devolveu um. Sete dias depois tragédia similar volta a ocorrer, com uma onda a derrubar a embarcação de sete metros de comprimento onde um grupo de sete amigos pescadores se encontravam na pescaria. O mar só devolveu um.
O mar engole quantos quiser, mas pelos vistos só devolve um.
São pessoas cuja vida que lhes é tirada de uma forma tão trágica, deixando os seus subitamente sem a sua companhia. Ler aqui um relato bem simples mas muito humano sobre quem eram este grupo de pescadores e como a intuição por vezes deve ser seguida.
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