segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A praga tecnológica

Todos os dias, logo pela manhã, levo com duas ou três coisas que dispensava bem: o cheiro de tubo de escape do trânsito automóvel, pessoas a acender os cigarros bem na minha frente de modo a que o fumo siga a direcção dos meus pulmões e, o pior de todos, terrível para mim, a PRAGA DIGITAL.


Não consigo fugir dela. Mas qual praga? Falo da música portátil. Dos muitos e muitos ouvidos onde espetam os auscultadores e daí sai um ruído irritante, um zumbido pouco pacífico, que nos é impigido. Os infractores deste acto danoso, sentem-se imunes, escudados que estão pelo equipamento que os esconde. Apetece-me cortar-lhes os fios. Puf! Terminava o acto doloso.


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Hoje pela manhã, senti tranquilidade no autocarro. Não estava cheio, consegui um lugar para viajar sentada e tentei perceber porquê estava esta viagem a ser tranquila. Viajava na parte de tras de um autocarro de três portas. O que estava diferente? É que todas as pessoas ali não traziam consigo nada que produzisse ruído. Percebi que não estava a ser agredida com os habituais zombidos. Tão depressa respirei de satisfação, tão depressa apareceu uma miúda. Põe-se mesmo à minha frente. Surge de imediato aquele som ruídoso: Bzzzz rRsssss Tssss Rssss Tasssss. Irra! Estava a ser tranquilo e era bom demais para ser verdade... aquele minuto durou uma eternidade. Mais ainda quando o som tornou-se mais cristalino, com o fim do movimento do autocarro num semáforo. Lá se foi a viagem tranquila...

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E você? Como começa a sua manhã mal põe os pés na rua?

2 comentários:

  1. Confesso que adoro ouvir música, mas não me sinto à vontade de ouvir num sítio silencioso com pessoas ao lado, porque não gosto que ouçam as minhas músicas... lol
    É uma cisma minha! Mas adoro essa coisas dos mp3, mp4 e i-pods, o problema disso é que uma pessoa sente-se alienada do mundo!....

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  2. Também sou um pouco assim. Gosto de ouvir a música tranquilamente e sem perturbar os outros. Talvez a origem esteja na educação e no receio dos outros nos julgarem pela música que ouvimos. Não se pode agradar a todos, mas todos nos tentam julgar, isso é garantido. Ou se finge que se escuta o que está na moda, ou assumimos que gostamos do que gostamos e pronto.

    Há uns anos esteve na moda andar com rádios-cassetes portáteis na rua e quem se sentia incomodado com a música alta, logo barafustava para se baixar o volume. A diferença é que antes, o som não escondia estar a ser projectado para o campo auditivo envolvente e agora, com o individualismo, já não é música, mas ruido, e não é só uma fonte mas várias. E ninguém barafusta, mas todos se sentem incomodados.

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