sábado, 10 de julho de 2021
13 anos
Um testemunho à quarentena (isolamento) e o que penso do levantamento
Daqui a nove dias, a 19 de Julho, o governo Inglês vai decretar o fim da não-recomendação de viagens a países na lista ambar (Portugal). Também vai deixar de impor uma quarentena de 10 dias no retorno ao UK - desde que a pessoa tenha completado as duas doses de vacinas.
Como é de conhecimento geral, por esta altura, já quase todos estão totalmente vacinados. O governo antecipou a segunda dose da população exatamente para esse fim. Que fim? Dar início à recuperação da economia. Sim, porque se fosse pela saúde, com os casos de COvid a aumentar em flecha e o surgimento de novas variantes do virus ainda mais transmissíveis - como é que alguma vez esta decisão faz sentido??
Antes de mais, quero aqui deixar o meu testemunho sobre o que foi, para mim, viajar cumprindo as actuais regras de imposição de isolamento à chegada.
E o que penso do facto destas serem levantadas.
Descaradamente uma forma de extorsão. Já não bastassem os 200 euros gastos nos PCRs antes e depois da viagem, o isolamento, ainda era realmente preciso mais dois PCRs? Para quê? Só se for para encher os bolsos aos laboratórios! Depois das máscaras de rosto e do gel desinfetante vendidos a preços exorbitantes, agora vêm os Kits de teste ao Covid.
Como podia o governo garantir que estas pessoas - sem serem sujeitas a testes - já não tinham o virus e não iam contaminar outras? E o que é pior: na altura a quarentena era suposto durar 15 dias. A dela foi logo reduzida para 10.
Que cara-de-pau.
Eu carreguei num ao acaso - o primeiro da lista. E até hoje estou à espera que me enviem o Kit de teste ao Covid para o dia 2 e 8 de isolamento. Gastei 155 libras - quase o equivalente em euros.
Acho que não! Definitivamente não.
Sabiam muito bem que isso implica a compra de QUATRO testes por pessoa. A 100 euros cada teste (preço mais barato), só uma família gasta um ABSURDO para estes testes ao COVID. Parece-me a mim que estavam mais interessados em CASTIGAR a pessoa que persistisse em viajar. Impondo estes gastos absurdos.
E para quê?
Para ao final de três semanas, com casos a aumentar ao nível vermelho, levantarem tudo.
Vai... agora que os casos positivos estão alarmantemente a aumentar como já estás vacinado - vai. Expõe-te. Precisamos saber se a vacina é eficaz. Vai lá, cobaia. Se morreres saberemos.
quinta-feira, 8 de julho de 2021
terça-feira, 6 de julho de 2021
Abrindo os olhos do cérebro
A M. veio cobrar-me que dissesse ao novo inquilino que a incomoda quando o cheiro de cigarro se sente no interior da casa. Ela tinha a certeza que ele estava a fumar dentro do quarto. "Tens de dizer alguma coisa. Sou sempre eu. Nunca dizes nada a ninguém, dizes a mim".
Mas está errada.
Enquanto rezava por dentro para que ela me deixasse jantar em sossego indo-se embora, já que me seguiu assim que saí do quarto no intuito único de me dizer isto até a exaustão, tive outra epifania. Mais uma vez, ate nisto, ela descreve-se a si própria.
Temos maneiras diferentes de ser. Eu abordo as pessoas quando sinto que chega a altura. Dois dias antes, tinha abordado o rapaz Nº2 e perguntei-lhe se podia evitar deixar que as portas fechassem com um estrondo. Desse ponto a diante, senti claramente que ele fez um esforço nesse sentido. São três portas, que ele abre sucessivamente e deixa que fechem com um estrondo, atrás de si. Há noite torna-se mais incomodativo. Incomodava todos, mas não soube de ninguém que o tivesse abordado sobre este assunto. Já não é a primeira vez que o abordo sobre este tema. Logo no início, quando se mudou, como eu trabalhava às noites não fazia ideia do barulho das portas. Duas semanas foi o tempo que levou para o perceber. E aí disse-lhe. Logo a seguir a M. veio perguntar-me/afirmar:
-"Disseste-lhe alguma coisa, não foi? O que foi que lhe disseste?"
-"Ah, nada... não aconteceu nada de especial".
Vejam bem: quando o abordei era bem tarde de noite, eu e ele estavamos na cozinha e os outros fechados nos seus quartos à tanto tempo, que seria de supor que já teriam adormecido. O quarto dela fica no piso superior, no topo das escadas. Se nada provasse que estão sempre a escutar quando alguém partilha um diálogo nas áreas em comum, isto prova. Ela estava a prestar tanta atenção, que entendeu que não era conversa casual e sim um pedido para que alterasse um comportamento.
No fundo ela só sabe é gerar conflictos. E não é muito boa a selecioná-los. Noutras ocasiões em que muito queixume ela fez aos meus ouvidos, acabou por ser a minha iniciativa que conduziu a frutos definitivos. Ela queixa-se, diz que não aguenta mais, que vai sair desta casa, porque indivíduo X, Y, Z é porco, não sabe estar, etc, etc... mas não toma uma atitude mais séria. A não ser mostrar o seu desagrado fazendo mais barulho, sendo desrespeitosa, tendo discussões e deixando bilhetes intencionalmente direccionados a uma certa pessoa colados pelas paredes.
A saída do rapaz que andava a roubar foi catapultada por um email que eu escrevi à agência que nos aluga os quartos. Devia ser ela a contactá-los, visto que a situação que relatei foi uma discussão entre a M. e o rapaz às tantas da madrugada. Noutra ocasião, em que chegava a casa exausta, vinda do emprego, fui eu que, com um simples email com uma fotografia de um lava-louças entupido e imundo e o dizer: "todos os dias é esta a recepção ao chegar a casa" que tornei a situação clara e objectiva para a agência.
Costumava pensar que pessoas como ela fazem falta. E que podia aprender com ela. E posso. Aprendo a valorizar-me mais. A minha metodologia - abordar as pessoas quando sinto necessidade evitando o uso de um tom moralista ou irritação na voz, tem-se mostrado eficaz. Mesmo que não fosse, é a minha maneira de ser. Quem é ela para me dizer que não presta? Que a maneira de ser dela - com constantes explosões e provocações é a única correcta? Se mostrares respeito, geralmente, com pequenas excepções, recebes-o de volta. Agora se bates na porta de alguém, começas a dar ordens, a dizer à outra pessoa tudo o que ela faz de errado e como tem de fazer para fazer bem... cai mal. É uma forma implicante de se estar.
Quem sempre se queixou dos outros a mim foi ela. Eu nunca a abordei para lhe pedir que desse um "recado" a outra pessoa a morar na casa. Eu cuido de dar os meus próprios recados. Disse-me que não queria ser ela a "má", aquela que tem sempre de fazer o "papel de má". Quer transferir esse conceito para mim - querem ver? Acha que todos somos passivos e tem de ser sempre ela a colocar ordem na casa. Sofre um pouco de soberba.
Durante quatro ou cinco meses ela nada soube - pela minha boca, da situação entre mim e o Rapaz Nº1. Mas estava sempre a mandar-me os "recados" dele. Ou a expressar "opiniões" generalistas que "calhavam" encaixar-se numa situação específica.
Desci à cozinha passavam 15m da meia-noite, esfomeada e a desejar poder dar as minhas garfadas em silêncio. Tive de ouvir a sua ladaínha repetitiva. Quer que seja eu a dizer ao rapaz nº3 que incomoda quando o cheiro do fumo se sente no interior da casa. O que ela deixa convenientemente ficar de fora, é que a primeira pessoa a ter este comportamento foi ela. Até o rapaz nº1, que fuma lá fora (e muitas vezes dentro do quarto) consegue fumar no exterior sem deixar o fumo entrar na casa. Porque fecha a porta da cozinha. A M. que também fuma mas se acha "diferente" dos restantes - vê-me na cozinha a usufruir da minha refeição, e sem cerimónias, abre a porta que dá para a rua, põe os pés lá fora e começa a fumar deixando a porta aberta o que, como é obvio, faz com que fumo do cigarro entre pela cozinha adentro e invada a casa, inclusive o piso superior.
Quem é ela para passar um certificado de comportamento incorrecto ao outros? Não consigo lembrar de uma única incorreção de terceiros que ela não tenha exibido primeiro. Ela leva o Óscar. Que nem a Meryl Streep, a M. é indubitavelmente a melhor em todas as categorias.
Estava quase a terminar a minha refeição e ela não me deixava comer sossegada. Fui salva pela chegada do rapaz nº2 - que certamente também apareceu no intuito de interromper a conversa. Ela repetiu o seu intuito para os ouvidos dele ouvirem e foi embora. Vou finalmente poder comer em sossego - disse entre dentes. Depois recebi uma mensagem para ir trabalhar e lá fui, toda feliz.
sábado, 3 de julho de 2021
A cadeira e a M.
Não, não é cadeira de Salazar.
Nem é a cadeira do poder.
Mas foi disputada como se fosse.
No primeiro dia que fiquei no jardim e depois entrei em casa com ela no braço para a arrumar, voltei a colocá-la na arrecadação. Fui vista pelo rapaz.
No dia seguinte, fui vista pela rapariga.
Mesmo estado na conversa comigo toda a manhã, ela perguntou:
"Estiveste o dia todo lá fora?"
-"Não. Apenas umas horas".
No dia seguinte voltei a precisar e quando abri a porta da arrecadação para puxar a cadeira, não a encontrei.
Fiquei cismada. Achei que podia ter sido o rapaz no intuito de me causar incómodo. Enviei um texto à M. perguntando se sabia da cadeira. Responde-me que foi ela que a tirou porque vai usá-la durante a aula (ela começou a fazer um curso online algures entre o primeiro e segundo confinamento). Então desejei-lhe uma boa aula.
Na minha lógica, assim que ela terminasse ia devolver a cadeira ao lugar de onde a tirou. Tal como eu sempre o fiz.
Depois cai em mim e percebi que a M. nunca precisou da cadeira antes. Foi só me ver a usá-la, que logo a levou. Conectei os pontos e percebi que, por ter me mostrado a usar a cadeira, a reacção da M. foi tirá-la para a manter consigo. Se não insistisse, a M. ia fingir que não se lembrava que lha pedi.
Porquê queria ela outra cadeira se já tem pelo menos uma? Há meses que ela está sempre a bater com todas as portas da casa, portas de armários, a fazer banzé e quando alguém lhe dirige a palavra grita que não tem tempo. Decerto que frequenta o curso online confortavelmente sentada. Porque haveria ela de querer outra cadeira? Porque me viu a usá-la. E como alguém que cobiça e não quer que o outro fique com algo que lhe agrada, sorrateiramente a tirou. Por esta altura já sei que quando ela toca em algo... toma posse. Não devolve mais.
Era algo que não podia permitir. Além disso, o conforto da cadeira já me tinha convencido em levá-la para o quarto. Tenho o computador novamente a funcionar e estava a querer colocá-lo numa mesa que tenho. Faltava-me a cadeira. Sendo esta dobrável e confortável, e fui eu que a trouxe cá para casa, pareceu-me ideal. Não teria de sentir incómodo por a tomar.
No dia seguinte, nem sinal dela ter removido a cadeira do seu quarto.
Espero o momento certo para lhe pedir, com casualidade, a cadeira. Explicando que estava a pensar colocá-la no quarto para escrever no computador, porque preciso pesquisar empregos, fazer o currículo, etc.
Ela praticamente diz "não" e desculpa-se que precisa dela à tarde. É também a primeira vez que usa a palavra "partilhar". O intuito dela, no fundo, é ficar com tudo para si. Nunca foi capaz de partilhar! Só de tomar posse. Estava a querer atirar-me areia para os olhos, fazendo-se de pessoa bom carácter que vai abnegar da «sua» cadeira por algumas horas, em caracter temporário. Na realidade nunca mais a iria ver se fosse na conversa dela.
Já a conheço tão bem que sei que a forma como passa a exercer o seu poder aumenta a cada vitória com estas pequenas coisas. Dá-lhe a ideia de que consegue tudo o que quer. Depois, numa próxima ocasião, a escala seria maior.
Mais que não fosse por uma questão de necessidade para o bem comum, tinha de colocar um travão a esta sua postura. Ela sempre consegue o que quer, mais que não seja por exaustão. Isso fê-la crescer com uma noção equivocada de como as coisas devem desenrolar-se. Ela espera mesmo que todos lhe obedeçam e se comportem conforme os seus mandamentos.
Chama-se a isso uma miúda "mimada". Tal como as crianças, quando contrariadas desenvolvem uma copiosa birra com laivos de ataque de fúria. Praguejam, batem portas, fazem barulho, são desrespeitosas. Assim tem sido a M. Então é preciso fazê-las ver que "pedir uma cadeira" não é algo contra elas, não é algo para as prejudicar. E faz-se isso nomeando as próprias necessidades, fundamentando-as em algo que a pessoa egoísta possa compreender e tenha dificuldade em refutar, mesmo não aceitando a ideia.
Não menciono mais o assunto até o dia seguinte. Ela tenta impingir-me uma do set da mesa da cozinha. Que é bonita, redonda e triangular. (Como um queijo da vaca-que-ri) mas não se dobra e por isso não se ajusta ao pequeno quarto que tenho. Esse argumento ela não podia contrariar. Ela própria tirou uma cadeira da mesa da cozinha que levou para o seu quarto, assim que chegou à casa. Sem cerimónias. Nunca mais a vimos. Nunca a devolveu. Nem perguntou se podia levar. Simplesmente tirou, sem se interrogar se poderia fazer falta. Se todos concordavam.
Este gesto e outras atitudes que demonstra ter, fez-me entender que é uma usurpadora. Tira espaço dos outros, ocupa, não quer saber. Por exemplo: Cada um de nós tem uma prateleira no frigorífico. Ela também tem só que, além dessa área exclusiva, ocupa todas as que deviam ser partilhadas. Todos os espaços nas duas portas do frigorífico são ocupados com coisas dela. E nota-se perfeitamente que enfia coisas sem nexo e que cabem no seu espaço privado em espaços que seriam mais úteis para outras coisas. Mas como o que ela pretende é reservar o espaço para si - nunca que cedeu um centímetro. Nem uma única vez consegui ter uma embalagem de leite, ou sumo - o que fosse, na prateleira da porta do frigorífico. Nesse espaço que devia ser só para embalagens de grande porte, ela coloca frascos, o que for - só para dizer "este espaço é meu, tem as minhas coisas".
E se alguém as mudasse para lá enfiar a sua garrafa de leite, ela voltava a colocar tudo no lugar, refilando que não gosta que mexam nas suas coisas, que as pessoas não sabem viver numa casa partilhada e respeitar os outros, que teria de desinfectar tudo de novo por causa do Covid, etc.
Uma vez pôs uma taça de bolo cheia de arroz na prateleira de uma colega. Até tinha espaço na sua - se fizesse um ligeiro esforço nesse sentido. Mas achou por bem que ela (os outros não) podia "invadir" o espaço alheio. A dona da prateleira não disse nada mas confidenciou-me que ia para trazer mais coisas do supermercado mas sabia que não teria onde as colocar, então não as trouxe. Postura que fortalece o sentido "quero, posso e mando" da M.
Fiquei a contar os dias em que a taça ficou a ocupar o espaço. Ali ficou cheia de arroz intocado por uma semana mais um dia - num total de oito dias. E o que é pior: não estava a ser consumido. Se era para ir parar ao lixo, que o deitasse fora de imediato. Mas não... decidiu armazenar no espaço da colega.
Mais tarde disse-me várias vezes que só gosta de comer arroz no proprio dia - talvez no seguinte. Fez uma quantidade absurda dele e deixou-o por 8 dias a ocupar o espaço de outro colega, sabendo que provavelmente não lhe ia tocar. Causou inconveniências desnecessárias. Isso revela um carácter pouco empático com terceiros.
Este exemplo da taça de arroz é até insignificante comparado a muitos outros que podia dar. Mas lembrei-me deste.
Por isso era importante para mim não permitir que ela levasse a dela adiante com a situação da cadeira. Calma, serena, sem me precipitar, fui indicando que queria a cadeira. A minha própria cadeira! Ela não queria ceder. Estava a dizer-me que precisava dela. E ia precisar sempre.
Mas ao terceiro dia enviei-lhe um sms dizendo que estava um dia lindo de sol, apetecia-me ir para o jardim, e ela trouxe a cadeira. Voltou a dizer-me que era "emprestada" que eu não ia ficar com ela e eu voltei a abanar a cabeça ao mesmo tempo que explicava que precisava dela para a usar no quarto, e me sentar ao computador.
-"Não estou satisfeita. Não estou nada satisfeita! - diz.
- "Compreendo que possas estar aborrecida porque eu a deixei na arrecadação para qualquer um usar. Mas não vou comprar uma cadeira nova..."
- "Não! Não quero ouvir. Não estou satisfeita" - vira as costas e sai.
Aborrecida sim, mas não irada. Consegui evitar a fúria do monstro.
Mas mais do que isso, consegui que a M. vivesse uma situação na qual não obteve o resultado pretendido. Só assim uma pessoa cresce e evoluí, certo?
Da próxima vez, talvez se lembre e pense duas vezes quando lhe apetecer tirar de alguém ou de um espaço em comum em particular, algo de forma permanente.
sexta-feira, 2 de julho de 2021
Foram os franceses?
Como os franceses?
Terá esta tradição começado no tempo das invasões napoleónicas?
É coisa que vos atrai?
quinta-feira, 1 de julho de 2021
A mulher branca que se julgava negra e não liga a isso
Esse facto curioso chamou a atenção dos media e Verda foi a um programa de televisão com três entrevistadores, falar da sua experiência. As perguntas dos profissionais são... como dizer? Básicas, simplistas e totalmente focadas na raça. Não escutam as respostas dadas por Verda e formulam outras perguntas com base nelas. Mas vejam vocês mesmos. (intruções de como colocar legendas em portugues).
Acho que TODOS deviamos PRESTAR ATENÇÃO ao que Verda diz!
Candidatos ao Panteao Nacional
A respeito do teor do post anterior, qual destes candidatos escolheria para vir a receber honras de Estado para ser sepultado no Panteao Nacional?
1- Cristiano Ronaldo
2- Cristina Ferreira
3- Catarina Furtado
4- Salvador Sobral
Nota: nao faco ideia dos criterios de seleccao nem Tao pouco sei se a pessoa em vida pode recusar e dizer "Epá, obrigado. Sinto-me muito honrado/a mas nao me apetece".
Nesta lists, quem acham que nao merece de todo?