Metereologia 24 h

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quarta-feira, 18 de outubro de 2017

10 pence


10 pence é o equivalente a 10 cêntimos.
Estava aqui e subitamente estabeleci uma correlação sobre o que se valoriza aqui no UK.

Dias antes de ser «dispensada» do emprego eu e a gerente fazíamos a contagem de dinheiro  da caixa (registadora) e no final tinha-a em baixo 10 «cêntimos». A gerente achou por bem comentar em meio de uma risada «foi um dia pouco movimentado, não fizeste muito dinheiro mas mesmo assim conseguiste perder 10 cêntimos». 

Eu lembrei da sua reacção no dia anterior. No dia anterior, no final da caixa feita, comentei: «Não pode ser. Eu dou sempre o troco certo!» ao que ela me respondeu, contente: «Portuguesinha, está tudo bem. São 68 cêntimos a mais. Não tem problema, ah?».

Para mim tanto é negativo se for para mais ou para menos. Se for para mais então até considero pior, porque pode significar que um cliente saiu insatisfeito. Mas isto «escapa-lhes» ao ver os cêntimos de lucro. O que sempre queria era ter a certeza que todo o cliente levou o troco correto. E ter a caixa no final do turno sem qualquer variância. Se isso não acontecesse cabe a mim saber porquê. Pode ser erro no troco ou erro do supervisor ao alterar algum produto que o consumidor desejou alterar. Naquele dia simplesmente soube que não existiu erro no troco, não recebi centimos a mais pelo que fiquei surpresa sem saber de onde apareceu a quantia em excesso. E não fiquei contente. A gerente, pelo contrário, ficou. 


Depois dela fazer o comentário dos 10 cêntimos que eu por saber o que faço sabia que faltavam, olhei para o bloco de anotações das caixas e reparei no resultado da contagem da caixa da pessoa anterior a mim. Tinha perdido 36 cêntimos (mais do triplo do «prejuízo») e feito quase metade da quantia de dinheiro que eu angariei naquele dia. 

Era tão óbvio que a sua reacção não fazia sentido que optei por nem argumentar. Não achei necessário. Por 10 cêntimos e pela caixa anterior...


Agora fico aqui a pensar se o comentário algo tendencioso não era já um indício de má vontade

Quando se quer implicar com alguém tudo serve de pretexto. 
Creio até que a implicância seja alimentada pela acção de alguns que ali se esforçavam para dar a entender que o meu trabalho era mal feito e que eu era incompetente. Bastaria um deles chegar perto dela e começar a "plantar" a ideia de que eu não era das pessoas mais lucrativas atrás do bar. 

Por acaso, a certa altura, dei conta que eles se importavam muito com isso. Então comecei a prestar atenção à quantia de dinheiro que fazia no final do turno e a espreitar a dos outros. E percebi que, de facto, até era das mais lucrativas. Por vezes, a mais lucrativa do dia. Mesmo quando «perdia» alguma clientela por me ocupar de TODO o trabalho e não ficar parada em prontidão a aguardar o próximo: Mesmo assim.  

Mas quando metem na cabeça que querem derrubar uma pessoa e se fazem «grupos»... aquilo é como um hobbie para eles. Um motivo que os une e que os satisfaz.

Estou de rastos emocionalmente, mas deveras contente por ter deixado aquele emprego e ter aquele tipo de gente pelas costas. Só espero que a seguir venha algo que eu mereça. Gente BOA! De trabalho não tenho medo. E dou o meu melhor. Só quero em troca gente decente, de boa índole e boa fé.

Temo é que isso seja esperar o impossível.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Dúvida linguística - voltando à primária

Fiz uma pesquisa no google e fui dar ao MercadoLivre Brasil. O equivalente brasileiro ao OLX ou Custo Justo. Sempre que se vai lá parar, aparece a seguinte informação:


E sempre que me deparo com este pop-up, ele causa-me aflição instantânea. 
Sinto o impulso de mudar aquele artigo de lugar "no Portugal" para "em Portugal". 
Logo em baixo surge "Ficar em Brasil" e também me apetece apagar o "em" e colocar "no".

É o jeito que eles lá em Terras de Vera Cruz têm de interpretar o português. Quem tem razão?

Neste exemplo não tenho dúvidas que eles baralharam tudo, como tanta vez fazem. Mas depois ocorreu-me tentar compreender estes equívocos. Sem ir a correr para os livros que esclarecem o que é o correto, comecei a substituir o «sujeito» da frase. 

No primeiro exemplo, "Portugal" foi substituido por "Dubai". 
Ambos são locais. A diferença é que Portugal é país e Dubai uma cidade. Quando nos referimos a locais como cidades, usa-se o no/na o/a. "Buscar o mesmo em Dubai" não me parece soar tão correcto quanto "Buscar o mesmo no Dubai". 

Mas e então... Vilamoura? Não se diz "Buscar o mesmo na Vilamoura". O correcto é dizer "em Vilamoura". Contudo, cidades como Porto, Rio de Janeiro.. todas teriam de ser antecedidas com o artigo "no". Porquê é Vilamoura a excepção?  Uma entre outros exemplos, como "Lisboa". É a feminilidade da palavra que impõe respeito? (lol).

Já o verbo "ficar" implica um local. Ficar "em Lisboa" está correto. Mas "Ficar em Brasil" está errado. Pode ficar NA Antártida, NO México, em Portugal (ups), mas não EM Brasil, e sim, NO Brasil. Portugal nunca pode receber "no" antes de si. Mas o Brasil pode - e deve. 

Razões para isto?
Um livro esclareceria isto em três tempos. Eu que não decorei a lição na ponta da língua, não saberei explicar com simplicidade o que me parece claro. 

Any one?







sábado, 30 de junho de 2012

Crise? Já não é de hoje!

Os noticiários e a Comunicação Social em geral não CESSAM de falar na CRISE.
Eis o que o noticiário da TVI, hoje, explica o que é a crise de acordo com os hábitos de consumo:

CRISE É:
1. Ir de Super-Mercado a Super-Mercado à procura dos produtos mais baratos.
2. Consumir produtos alimentares FRESCOS ao invés da comida embalada.
3. Cozinhar em casa ao invés de fazer alimentação em locais de restauração.
4. Esta "dieta orçamental" -diz a jornalista, fez também "emagrecer" o consumo de outros produtos: refrigerantes, batatas congeladas, sobremesas lácteas -  "são produtos que as pessoas já não consomem tanto"  - diz a entrevistada Madalena Bettencourt, Directora do Lidl. Que ainda acrescenta: "hoje em dia as pessoas vão mais vezes às compras, compram menos e preferem confeccionar as refeições em casa".
5. A jornalista "passeia" pelo supermercado e vai falando de percentagens de consumo nos primeiros 3 meses deste ano em comparação aos do ano passado. O consumo de alimentos até subiu ligeiramente, porque se compra mais, mas o que desce é a procura de BENS NÃO ALIMENTARES, e para o exemplificar, vai fazer entrevistas numa loja de electrodomésticos. E acrescenta:  aqui, como no sector dos têxteis, cultura e lazer, o ciclo de vida dos produtos aumentou. O novo só serve quando o velho realmente  já não serve.
6. Conclui-se a reportagem chegando à conclusão que o consumo está em queda-livre, o que vai ser fatal para algumas empresas e originar o desemprego.


Vamos reflectir...
1. Não consumir sobremesas lácteas... e que tal NENHUMA sobremesa previamente confeccionada? 
2. Não consumir comida enlatada, ou embalada previamente confeccionada... qual a novidade?
3. Ir de super-mercado a super-mercado em busca dos produtos mais baratos e comprar em função do preço... desde quando isso é hábito de agora?
4. O novo só serve quando o velho realmente já não serve... Qual é o mal disso? Pelo menos que esta "crise" sirva para reeducar os hábitos de excesso de consumo para onde nos estávamos a dirigir! Tanto consumo de produtos de plástico e têxteis para quê?
5. E acrescento: deixar o carro à porta de casa (ou nem o ter) e ter de se deslocar de transportes e a pé... que mal tem nisso?


Este contínuo mencionar da CRISE pelos media já enerva. 
Falam da Crise ECONÓMICA como se ela tivesse acabado de chegar, transformam-na em NOTÍCIA, como se fosse uma NOVIDADE recente. Mas agora descobri, graças a estas descrições pormenorizadas do que são os SINAIS da CRISE ECONÓMICA, que já vivo em CRISE faz quase DUAS DÉCADAS, não morri e ninguém alguma vez se lembrou de fazer tanto alarido disso. 

Em suma: descobri que afinal muitos já vivem em crise faz muito tempo e sobrevive-se! O que é esperançoso: não se morre disto. Crise, como alguém já disse, era noutros tempos, na altura dos nossos bisavós ou avós, quando passavam fome e escasseava comida nos lares da maioria da população, assim como vestuário, dinheiro no bolso ou mesmo um tecto para uma família morar. Enquanto a crise for adoptar hábitos mínimos de consumo e aumentar os de poupança, não se vive mal. Vive-se remediado, vive-se no que alguns chamam de pobreza, mas não se está em CRISE.


Todos estão a focar as suas atenções apenas na CRISE ECONÓMICA, quando devia-se era abordar a CRISE DE VALORES, a crise social. ESSA SIM, merece alguma reflexão. Será esta a que mais vai sofrer com as alterações económicas e dos hábitos de consumo, habituados que alguns estavam aos luxos, será esta a sofrer com o crescer do desemprego, com os maus salários... a crise SOCIAL está a cercar Portugal como um abutre a sobrevoar a carniça.