No Reino Unido está sempre a chover, mas é raro precisar de guarda-chuva.
Se não puder transportar uma mala, não me incomoda sair sem um. Até porque tenho sempre alternativas. E essas passam pela FACILIDADE com que se encontra chapéus para a chuva descartados.
Numa noite de chuva mais «molhada», caminhava pela rua quando avistei o primeiro descartado: um guarda-chuva preto, de varetas tortas, atirado para a lama. Esse deixei-o ficar onde estava. Mais uns metros e lá estava este: lançado no meio das ervas, aberto e virado para o ar. Pareceu-me a proteção ideal para chegar a casa. Só hesitei um milésimo de segundo, peguei nele e comecei a usá-lo.
Dá para ver na fotografia qual o problema: falta-lhe parte do cabo.
Dá para ver na fotografia qual o problema: falta-lhe parte do cabo.
Tirando isso, o tecido é resistente e as varetas também.
Não sei porque é que as pessoas não se incomodam com esta poluição de guarda-chuvas. E o único problema que têm, é sempre nas varetas. Um monte de metal atirado constantemente para onde calha. Sem ter onde ser reciclado. Ontem também voltei a encontrar um outro descartado, cor-de-rosa, fechado e empurrado com força em cima de um denso arbusto. Tinha uma vareta torta. (Serviu para ir ao banco e ao supermercado, onde o deixei).
E assim, polui-se a cidade sem se reflectir que é o mesmo que atirar lixo para o chão.
Ou não é??
Chegando a casa à meia-noite, optei por deixar este chapéu azul e branco listado «abandonado» no canteiro à beira do passeio. Tal como o encontrei. Podia ser que alguém mais precisasse num momento de aflição. Ficou ali, aberto, virado, até o dia seguinte.
Depois fui às compras, estava a chover, e decidi agarrar o mesmo chapéu descartado.
Depois fui às compras, estava a chover, e decidi agarrar o mesmo chapéu descartado.
Aconteceu uma coisa engraçada: estava quase a sair do supermercado com as compras e decido voltar atrás para procurar por um outro produto. Nisto uma funcionária vê-me, vai buscar algo e entrega-me o guarda-chuva, dizendo-me que percebeu que o esqueci mas não lhe apeteceu correr atrás de mim. Fiquei surpresa, porque tinha-me esquecido dele de verdade!
O chapéu serviu-me em mais algumas ocasiões, transportei-o sempre na bolsa exterior da mochila, nunca tive de me preocupar que mo roubassem porque estava partido, era mais leve por isso mesmo e podia usá-lo como arma de defesa. Segurava-o na mão ao atravessar ruelas escuras ou o parque, sabendo que a sua ponta esfacelada podia surpreender um atacante.
Despedi-me dele ontem, quando o usei pela última vez para caminhar até a paragem de autocarro. A transportar duas malas, rumo a Portugal, achei que serviu o seu propósito e era altura de seguir o seu desconhecido rumo. Pode ser que outra pessoa o utilize por dois ou três meses, como foi o meu caso. Ou talvez seja reaproveitado, reciclado. O que não quero é que vá parar aos oceanos, para matar uma baleia qualquer.
Tenho orgulho em agir assim e aproveitar coisas que deviam ser descartadas de uma forma mais consciente e amiga do ambiente.
E faz muito bem, Não adianta exigir dos governos menos poluição se cada um de nós não fizer a sua parte.
ResponderEliminarAbraço e boas férias.
Aproveitar é bom, mas também nunca percebi porque as pessoas deixam os chapéus estragados por ai e não o metem num caixote do lixo! Ninguem esta a pensar que alguém vá precisar de um chapéu estragado, acho que é só mesmo falta de civismo!
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