segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Fui um pulha - parte 1




Tinha acabado de sair do eléctrico articulado que estava cheio até às costuras. Durante toda a viagem estive tão comprimida entre tanta gente que julguei de verdade que os meus orgãos internos iam demorar a voltar ao lugar. Um homem muito alto entrou por último e, junto com mais dois, conseguiu espremer o já apertado espaço. Segurou-se ao poste onde as minhas costas estavam a ser comprimidas e o seu cotovelo ficou mesmo a bater-me na cara. A única forma de contornar isso foi desviar o pescoço e seguir o resto do percurso assim. Desconfortável? Sim. Bastante!!


Por fim cheguei ao destino. Completamente «prenssada». E logo tive de me enfiar noutro meio de transporte público, pois em Lisboa é assim mesmo que se chega a qualquer lugar: é preciso entrar e sair de vários transportes para chegar a um só destino. Costumava levar duas horas de viagem só para ir de Lisboa para... Lisboa. Segundo o Google Maps, são cerca de 14 quilómetros. Uns meros 15 a 20 minutos de deslocação por carro particular - diz a mesma aplicação. Mas de transportes, não fazendo grande diferença a hora - cerca de 120 minutos.

Até que experimentei recorrer só ao metro. Até onde este vai, claro... O resto do percurso tem de ser feito pelo elétrico, o único que passa pelo ponto A e B, ou vários outros autocarros, do ponto A para o A2 e deste para B.
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Tenho de andar 15 minutos a pé até alcançar a entrada do metro. Uma vez lá dentro, há que subir e descer uma porção de degraus, trocar de linha e novamente andar um bocado. Por isso dei preferência aos autocarros, por me deixarem mais perto e me pouparem a caminhadas que consomem preciosos minutos. 

Porém, na prática o metro é o transporte que economiza o tempo de deslocação, mesmo incluindo as caminhadas. Esperar por um autocarro pode levar até mais de 15 minutos. Esperar por três, leva muito mais. Porque o percurso nunca é feito num só, há que fazer transbordos para chegar ao desejado destino. Geralmente preciso de fazer três. Além do tempo de espera entre transbordos e os minutos de caminhadas até eles (nunca me calha que a paragem onde desço é onde passa o próximo que preciso apanhar), o veiculo precisa parar várias vezes. Tanto nas paragens de percurso para a recolha e largada de passageiros, como as impostas pelos semáforos e restante tráfego. 

Isto consome tempo. Após muitas tentativas combinadas de diferentes autocarros, o metro acabou por provar ser a melhor opção. Passei a fazer o percurso em cerca de hora e meia, ás vezes um pouco menos.

E digo: são minutos preciosos.

Como dizia, tinha acabado de sair do eletrico e entrado noutro transporte. Nesse tinha um lugar vago . Aliviada e a precisar descansar, sentei-me.

Nisto aparece um senhor de alguma idade. 

3 comentários:

  1. E claro, ninguém se levantou.
    um abraço e boa semana

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  2. Como eu te entendo e na minha opinião não há melhor transporte do que o metro, pena que nem sempre esteja perto de toda a gente. Beijinhos*

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