domingo, 3 de setembro de 2017

Falta de empatia - 2


Fiquei em CHOQUE
quando uma colega no emprego a quem pedi uma troca de turno recusou-se a colaborar. Ela sabia que os meus motivos se prendiam com a presença de família aqui em Inglaterra. Família essa que não tive oportunidade de ver porque estamos em áreas diferentes do país. Mas como vão ter de se deslocar à cidade onde estou a trabalhar, com a troca de turno tenho uma tarde para estar com eles. Essa colega sabia de tudo isto, veio até puxar conversa comigo para me extrair informações sobre os meus familiares. Quem eram, o que faziam, se já tinha estado com eles, etc. Há semanas ela estava a sentir-se revoltada e chateada com uma situação no emprego e eu «emprestei-lhe» os meus ouvidos, nos quais ela pode desabafar. 

Além destes factores também existem bons motivos práticos para ter contado com a colaboração dela, tendo sido apanhada de surpresa com o «não» e o motivo fútil que apresentou. Muitos deles só os juntei DEPOIS da sua recusa, o que só fez foi revelar de vez e solidificar a então ténue malícia e egoísmo que pressentia no seu carácter. 

Ela só vai trabalhar dois dias entre as folgas. O que significa que a troca não a ia desgastar de maneira nenhuma. Seria o primeiro dia de trabalho dela e só teria de entrar três horas mais tarde. O que significa três horas a mais para dormir, não ter de acordar de madrugada e poder estar mais tempo na cama com o namorado. Mas ela recusou dizendo apenas que «não queria sair mais tarde». 

Não é por querer ficar com o namorado depois, não! Porque este também trabalha ali e vai entrar exatamente quando ela vai sair. Ela estaria com ele sim, se aceitasse a troca. Ia partilhar três horas do seu dia com ele, se aceitasse. Da forma como está, os dois só dormem na mesma cama mas não se vêm. Porque quando um está a entrar em casa, o outro está a sair. Nem é por ter família com quem quer estar depois, porque não a tem. Nem muitos amigos próximos. Foi simplesmente por lhe ter sido dada a oportunidade de «ser cabra», como diz algumas vezes. E por egoísmo. Visto que quem sai três horas depois tem trabalhos diferentes para concluir, geralmente mais «chatos». 

Mas tudo acontece por um motivo e a sua recusa ajudou-me e muito. 

Julgo que de hoje em diante não vou mais iludir-me a respeito de quem ela é. A sua juventude e personalidade tagarela disfarçava um pouco a sua malícia e preguiça. Mas ela escolheu deixar bem claro que lado prefere mostrar comigo.  

Sei que um dia o Karma a vai apanhar pela sua falta de empatia. Principalmente quando esta não lhe custaria quase transtorno algum. Por isso é que foi feio e revelou que ela carece de aprender a lição sobre nos ajudarmos uns aos outros, porque um dia sou eu, no outro serás tu. É claramente uma lição que a jovem está a precisar aprender. Será a vida a lhe dar. Não é assim que todos nós aprendemos as nossas?

A sua recusa também me fez aprender. 
Ajudou-me a entender quem é.
Ajudou-me a entender quem preciso de ser (e teimo em não conseguir).

E ajudou-me a encontrar pessoas de melhor carácter. Prontas a ajudar o próximo.
É sempre bom quando se identificam pessoas assim! :D


Fiz a troca à mesma e no processo confirmei quem são as pessoas de carácter mais nobre com quem posso contar.





6 comentários:

  1. Lá está. Nada acontece por acaso. Talvez seja da minha idade, mas eu já deixei de ter grandes ilusões com os colegas de trabalho.

    ResponderEliminar
  2. Ficou a conhecer melhor a criatura.
    Veja as coisas pelo lado positivo.
    Boa semana

    ResponderEliminar
  3. Infelizmente ainda existem muitas pessoas assim :( Beijinhos*

    ResponderEliminar
  4. What goes around... comes around! E, um dia, o karma acerta-lhe em cheio!

    ResponderEliminar
  5. Que azar ter uma colega assim, mas ainda bem que deu para fazer a troca com outra colega ou outro colega.

    ResponderEliminar
  6. Estamos numa época em que o egoísmo impera.
    Abraço

    ResponderEliminar

Partilhe as suas experiências e sinta-se aliviado!