quarta-feira, 14 de junho de 2017

Arre, que não aguento!


E como não tenho com quem desabafar, vou fazê-lo aqui.

A injustiça é algo que me altera o sistema nervoso. Aguento-a bem por um tempo, quando dirigida a mim. Mas quando esta se estende por longos períodos de tempo perturba-me bastante. Estou em ponto de ebulição.

Acabei de regressar da reunião mensal que a empresa faz com a equipa. Defendi uma colega que se identificou como sendo a apontada por um cliente numa crítica negativa. As críticas dos clientes são deixadas no site da empresa ou, o mais comum, deixadas no tripadvisor. E ela logo se identificou como a pessoa visada numa crítica negativa, mas que gostava de se explicar em privado. Eu, feita «parvinha», ainda a defendi, dizendo que a crítica não apontava nomes e que as críticas devem ser tomadas como parte de um todo da equipa. 

Pelo menos é o que eu acho. TRABALHAR como uma equipa significa que uns se ajudam aos outros e tudo é dividido e repartido entre todos. 

No final da reunião, esta «loura» -- como foi referida na crítica, começa a dizer que, se temos problemas com as pessoas, deviamos dizer-lhes na cara e não por detrás. Diz também que deviamos trabalhar todos em equipa e quando um termina o trabalho devia ajudar os restantes. Mas no finalzinho mesmo, ela diz que uma vez já tinha terminado o trabalho dela e a outra colega também (considerado mais demorado) e a «pessoa que estava a fazer o reposicionamento de stock» ainda não tinha terminado. 

Ora, nesse momento, eu soube que ela muito provavelmente estava a falar de mim. O que foi feito do «dizer as coisas na cara das pessoas?». Logo ali já não gostei da atitude. Ela ainda, para reforçar, pediu à outra colega que confirmasse que o facto de facto aconteceu. A outra acenou com a cabeça.

Eu saí daquela reunião tão perturbada!!
O final da mesma foi ela, aliada ao meu bully pessoal, a fazer insinuações sobre mim.
Até me disse que eu «desaparecia e não avisava ninguém quando ia ao WC», o que é uma mentira muito injusta. Só uma vez, já no final do meu trabalho todo feito, quando já não havia clientes e estavamos de portas fechadas, estava eu a ajudar os outros com as suas tarefas quando o bully chama uma colega à parte e manda-a vigiar o que eu estou a fazer - é que eu, para não estourar, e consciente de que não tinha ido ao WC o dia todo (por causa da presença dele) fui sem dizer nada. UMA ÚNICA VEZ!! Sempre me disseram ali que não é preciso pedir autorização e no final do turno, com tudo feito e ele ainda a me massacrar a cabeça... por amor de deus!

Fazem da excepção a regra e isso para mim é uma injustiça que não suporto. Mais ainda porque isso foi há 3 meses e ainda serve como desculpa... Quando todos os dias estou ali à espera que a clientela diminua para poder ir fazer xixi... Ou espero terminar todo o trabalho e ter tudo atinado para pedir autorização para ir fazer xixi...

Não sou criança para pedir, mas peço. Aviso. Trabalho em equipa. Sei que sim. E trabalho muito bem. Sempre pronta a ajudar os outros. Não os acuso de fazer um mau trabalho, não os persigo, não lhes aponto os erros - que por vezes até são frequentes. Pelo menos com estes que gostam de criticar os outros. São os que mais erros cometem.

Ainda há dois dias, o meu "bully" atendeu um cliente. Eu atendia os meus. Nisto reparo num senhor com ar perdido, à espera junto ao balcão e pergunto-lhe se quer pedir alguma coisa. Ele diz-me que já pediu, que estava à espera de um café e e um chá. Perguntei-lhe quem o atendeu... rezando para que não me indicasse o «chefe-bully». Mas ele indicou-me o chefe-bully.... Como rezei com os meus anjinhos que a coisa corresse bem...  Bem que tentei não ter de o abordar. Fui buscar os tickets que saem da máquina com os pedidos afetuados. Dos CINCO papéis que tinha na mão, que tinham um tempo de registo da última meia-hora, haviam capuccinos, lattes, cafés de filtro.... mas nenhum com chá e café. Ora, não sabia se o cliente havia pago ou não. Tive de falar com o Bully e muito educadamente, chamei-o pelo nome e disse:
-"Este senhor diz que pediu um café e um chá".
_"Ah! Desculpe senhor! Peço desculpa! E ninguém lhe serviu o chá? Peço imensas desculpas senhor!" - diz ele com ar de censura e crítica. Até faz aqueles sons de reprovação. 
Vira-se para mim e diz-me:
-"É suposto alguém estar aqui a servir os cafés e chás! Desculpe senhor..." - repete ele, não a pedir desculpas porque se esqueceu e cometeu um erro, mas a acusar-me a mim de ser responsável pelo mesmo!!

E é isto que ele faz, sempre. Erra muito. Mas os erros são dos outros. 
Eu fiquei marcada com o que aconteceu com ele. Por ele se recusar a me ouvir e nem me deixar falar, eu às tantas gritei. E isso aqui é muito mal visto. Ainda por cima ele é o meu superior e, apesar de incompetente e incapaz de suportar o peso do cargo, fica mal um subordinado não «respeitar» o superior. Partiram do pressuposto que as suas implicâncias eram «tentativas de ajuda mal interpretadas» por minha parte. Tentativas de ajudar. Mas eu posso garantir: o tipo nunca me prestou NENHUM tipo de de ajuda. Nunca me esclareceu um palito!

Ao contrário: quando lhe pedia ajuda mostrava má vontade, atrapalhação ou apenas me respondia (quando respondia): já devias saber isso! E não ajudava em nada.

Depois fiquei a saber que ele derrubou uns pratos e acusou a rapariga que os segurava de ser a responsável. Quando me foram avisar ao bar que a cozinha estava cheia de pratos para serem entregues nas mesas e ninguém os estava a levar, eu fui a correr ajudar. Ele chega e num tom chateado, já a meter as mãos à cabeça, diz:
-"Só eu é que levo os pratos!".
Eu pousei o prato que já tinha na mão e deixei tudo lá...

Ele que dê os próprios exemplos e espero que um dia alguém faça alguma coisa. Porque é impossível não repararem! Todos sabem, até os seus superiores. Ninguém faz nada. Assim não dá. Enquanto isso eu vivo os dias de trabalho com extra stress porque tenho de dividir metade com ele... E pelos vistos, com os seus "soldados"!

Não mereço.
Vou começar a procurar outra coisa que eu não vim para aqui trabalhar no duro, sabendo que faço um trabalho de qualidade, para ser tratada como lixo. 
 

10 comentários:

  1. Fazes bem em desabafar aqui no blog. Ele serve para isso mesmo. E também fazes bem em procurar outro trabalho porque o stress acumulado faz um mal danado à saúde. Pensamento positivo porque vais encontrar outro sitio melhor onde valorizem o teu trabalho e dedicação!
    Beijos

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    1. Todos os meus males de saúde, posso adivinhar, advém de muito stress acumulado. Sim, faz muito mal à saúde. Aqui já acumulei qb. - depois «explodi». O problema é que até nisso sou comedida e não dura nem um minuto...
      Abraço e obrigada

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  2. Calma! Mantenha a calma. Não é hora para procurar os desvios. O desabafo é pertinente, silenciar pelo visto é agredir-se. É continuar observando o comportamento dos colegas mantendo-se na linha reta.
    Desculpe-me, debrucei-me sobre o seu texto e deixei este palpite. Mas é só um palpite. Pode desconsiderá-lo, se for o caso.
    Um abraço,

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    1. Não peça desculpa José. Agradeço-lhe o palpite, o interesse e o tempo disposto a deixar aqui a sua opinião.

      Já me havia ocorrido este seu ponto de vista. Um dos meus problemas é que penso demasiado. E por isso custo a decidir se fico, se vou... São aquelas decisões da vida, que todos temos de tomar.

      Um abraço e obrigada

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  3. Caramba amiga. Lá se foi a agradável sensação do milagre de ontem.
    Um abraço

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    1. Um dia de cada vez, Elvira :)
      Cá por casa tudo bem e isso só por si já é muito bom. No emprego tem dias. Dias sem aquelas duas gralhas de voz rachada (o bully mor e a aprendiz) são até bons. Mesmo os piores Kkkk. Há chefes e há lideres. Quando se apanha o primeiro o dia corre menos bem. Alguns colegas são porreiros, outros trapaceiros. enfim. O geral da vida. O correr bem ou mal depende das combinações :)

      Veremos o que vou decidir.
      Um forte abraço e votos de saúde.

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  4. Acho que sim, procura um sitio o de sejas valorizada. Sair da sua zona de conforto para ser ostracizada por um grupo de trabalho é deveras desmotivante
    Kis :=)

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    1. Eu quero um trabalho que não me stresse. Se tiver que stressar como anda a fazer, então que seja um na minha área. Ao menos sempre tem esse desafio :)

      Cumprimentos

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  5. Pelo que vai contando o melhor mesmo é procurar outras paragens.

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    1. Talvez seja...
      Não que tenha muita vontade agora que já me passou a ira daquela reunião... Mas para o próximo mês vem outra e sei que, se não é do «cu é das calças» e nada muda. Não queria seguir o comboio das pessoas boas que andam a abandonar o navio (existiram uns tantos «ratos» que, prevendo as águas turbulentas, sairam antes do mar se revoltar). Portanto, tudo vai depender. Uma coisa contudo tenho de meter na minha cabeça: independentemente de tudo, está mais do que na hora de começar a mandar currículos para outro género de emprego.
      Bom fim-de-semana!

      (Espero que o seu spam devido a conteúdos ilícitos ande menos frequente :P )

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