Sinto repulsa pela EXPLORAÇÃO que os media informativos fazem da tragédia provocada pelo tsunami de 2004. Sinto repulsa porque em 2005 pensei que, naturalmente, os media iam voltar a recordar uma tragédia tão recente, tão colada com o Natal. Mas não. Se fizeram algo foi uma menção. A importância que deram ao facto foi tão diminuta que pareceu-me de pouco valor.
Depois surgiu um filme-catástrofe, bem hollywoodano. E ontem, dia de Natal, a TVI exibe "O Impossível", um pouco antes das 18h, um novo filme sobre o mesmo. E tudo isto me repulsa. Estes filmes que, mesmo na tragédia, "acabam bem", porque se focam numa família que sobrevive. No final deixam escrito as estatísticas, os tais "230.000 mortos". LOL e lol. Péssimo timming, TVI.
Preferia que se focassem na fantástica recuperação que também foi anunciada (porque assim interessava os países mais afectados, cuja economia lucra imenso com os lucros do turismo). No ano seguinte já se tinha erguido quase tudo, como se nada, nenhuma água, tivesse passado pelo local.
Preferia que se focassem no que foi feito para tornar possível avisar atempadamente as pessoas da presença de um tsunami. E que contassem que existiram falsos alarmes desde então e o que isso significou para a economia ou para a sociedade. Enfim, gostava que não usassem as mortes para as audiências nem para afagar o ego de alguns jornalistas que queriam tanto aparecer, mais do que noticiar.
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