quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Coincidências parvas, pensamentos idiotas :)

Acreditam em coincidências ou fazem mais o género de pessoa que acha que não existem coincidências, apenas destino?

Bom, eu ainda não cheguei a conclusão alguma. Sei que já tive suficientes experiências de vida em que uma sucessão de bastantes "coincidências" surgiram num número tão elevado que mais parecia destino. E também sei por experiência de vida que muitos destinos quase garantidos e bem traçados pelos quais trabalhamos arduamente por alguma razão com requintes de crueldade não foram realizados.

E todo este belo texto serve para quê? Para falar dos ponteiros do relógio! Lol!.

Não, não esses da vida, do tempo, do relógio biológico, mas dos ponteiros do relógio em si. 

Tenho um relógio analógico no alto da parede, que há cinco anos me vai dizendo as horas, os minutos e os segundos. Quando a hora muda nem me dou ao trabalho de subir no escadote para atrasar/adiantar o ponteiro das horas. Limito-me a subtrair/adicionar a hora em causa :)  Por esta altura quem me lê deve estar a fazer uma careta de repulsa e a imaginar horrorizado/a 5 anos de pó em cima do prateado do relógio. Mas não. Lá de vez em vez aquilo é limpo. Só não é removido para aceder à parte de trás onde fica o mecanismo dos ponteiros.


Já havia olhado com espanto para o relógio e magicado cá comigo: "Há uns 3 anos que não te coloco pilhas novas. Já devias ter parado. Ainda mais porque te coloquei baterias usadas, que já não davam para os telecomandos". 

Mas ele não parou. E os anos passaram e continuou a dar as horas, os minutos, os segundos. E habituei-me à durabilidade deste simples utensílio. 

Há muito que aboli o relógio de pulso como utensílio para saber as horas enquanto fora de casa. E também não gosto de perder tempo a procurar o telemóvel algures numa mala ou deixá-lo no topo de uma mesa e arriscar o esquecer, perder, ou mo roubarem só porque preciso ter à mão algo que me dê as horas certas. Uma grande e súbtil mudança na sociedade foi esta: Antes não se vivia sem um relógio de pulso e agora dispensam-se bem mas não se vive sem um telemóvel ou tablet. Curiosamente são tendências invertidas, pois passa-se de algo pequeno, leve e prático, para algo mais pesado, maior e menos prático :D

Adiante que prometi logo no título que este seria um texto de pensamentos idiotas :). Quando ainda se podia contar com o serviço público de informar as horas e a temperatura exterior através de placards publicitários com relógio digital e demais relógios de rua, devo dizer que jamais senti falta de um relógio de transportar comigo. Enquanto se trabalha existem muitos, ou no computador ou na parede e enquanto se está na rua em deslocação do lugar A para o lugar B, passando pelo C ou D, costumava orientar-me pelos relógios públicos. Vai que cada vez os mostradores destes não indicam nem remotamente a hora correta, nem os minutos. Ou são relógios minúsculos, ou estão mal colocados em lugares em que a visibilidade é reduzida ou dificultada. Ou o que é pior: quando o Santana Lopes estava na Câmara da Presidência de Lisboa (sim, faz temmmmpo), alteraram o FUNDO dos relógios analógicos aqui da zona, cujas horas eram perceptíveis à distância, para incluir o logo da cidade, com lettering negro, igualzinho à cor dos ponteiros do relógio. Resultado: a leitura das horas enquanto em movimento e mesmo em imobilidade mas a uma certa distância ficou praticamente impossível.  

Conhecida "Rotunda do Relógio" (Praça do aeroporto, Lisboa).
Durante anos foi ajardinada e florida, continha integrado no verde grandes relógios redondos com grandes ponteiros.
Com a construção do viaduto surgiram DUAS belas esculturas em mármore.
Conseguem ver as horas quando à distância do passeio?
Pois, é difícil não é? Ainda mais entre tráfego automóvel e movimento.
E mesmo que se distinga, confiam no que diz?

Então os inviáveis relógios públicos da cidade fizeram com que passasse a ter necessidade de transportar um relógio comigo, de preferência algo que me permitisse o imediatismo do relógio de pulso: bastar olhar. Nada de revirar malas, levar a mão a bolsos, etc. Sou prática. Prefiro um simples movimento ocular. Desabituada a ter algo preso no pulso e preferindo o minimalismo que já apreciava antes optei por usar o relógio no dedo, em forma de anel, coisa que não me incomoda e que durante uns anos de "transição" entre relógio/telemóvel (não existia tablet e ainda mal existiam computadores pelas casas, muito menos portáteis) já me acostumara a usar. Nessa altura era difícil encontrar um e o meu foi oferta adquirida numa joalharia e durou até avariar. Infelizmente não durou muitos anos. Mas actualmente encontram-se com total facilidade em lojas de acessórios. Comprei o meu faz alguns anos e cada vez que vou sair já não passo sem ele. Entretanto adquiri outro pois não existe amor como o primeiro e sempre procurei um semelhante ao primeiro, em aço inoxidável, não lacado (pois a tinta lasca toda) e bem pequeno e subtil. Que se assemelhasse mais a um anel cachucho que a relógio. 

Como não levo vida de "dondoca" e uso as mãos para uma série de movimentos que incluem pancadas, acabei por não dispensar o velhinho anel lascado para o dia a dia. Só quando ia para algum lado como a um convívio ou passeio é que substituía o lascado pelo outro.

E pronto. Todo este penoso texto podia ser deletado porque só queria contar isto (mas não resisti à tortura): Um belo dia olho para o relógio na parede e para minha surpresa tinha parado. Parou às 7h42m45s. Assimilei e continuei, fui agarrar o relógio-anel, pois estava de saída e quando o vou colocar reparo que também ele parou. Parou! Ambos pararam no mesmo dia! Uma coincidência e tanto. Terão combinado? Terá sido um complô? Ou será que o que dizem é verdade e existem campos magnéticos que de vez em quando numa determinada frequência destroem aparelhos eléctricos? Ou ainda: Será que a amiga Alien passou na sua nave aqui por perto e a radiação afectou os relógios que cá tinha? Eheheh! 

Pararam ambos no mesmo dia, mas não na mesma hora, minuto e segundo, fiquem tranquilos que isso seria coincidência e tanto! Seria algo horripilante e por isso mesmo provavelmente uma partida de alguém. 

E agora a parte "Parva e idiota" de todo um texto só por si já com nuances de coisa alguma: será que mais alguém como eu, por vezes, quando olha para um relógio que pára inesperadamente lhe ocorre pensar que aquela é a hora de morte de alguém? Provavelmente a nossa, um dia? Loool

Descarreguei os pensamentos idiotas todos, pronto. Aliviada estou :D 

2 comentários:

  1. Tenho dois relógios grandes em casa, um na sala, outro na cozinha. Nunca olho para eles. Tenho um relógio-despertador na mesa de cabeceira e lá vou espreitando... mas o meu verdadeiro relógio é o telemóvel.

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  2. Nunca pensei nisso nesses termos, no que respeita à morte mas reparo que quando existem demasiadas "coincidências" similares é porque a Vida me quer dizer algo e normalmente acabo por perceber mais tarde o que era!
    Também não uso relógio de pulso há anos o que causa uma tremenda admiração em algumas pessoas que não passam sem eles. Eu nem lhe sinto a falta, é como dizes, tenho relógios disponíveis em todo o lado, basta estar atenta e além disso, sinto que tenho o meu relógio "interno" bem acertado porque sei sempre as horas (os minutos nem tanto mas não falho por muito) e como tal, dispenso-os bem!
    Beijocas nossa s;)

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