Há muitos anos atrás concluí que o Centro de Emprego em Portugal não VALIA NADA. Achei que era altamente DESMOTIVADOR e INÚTIL recorrer a esta instituição pública para tentar reverter uma situação indesejável: o desemprego. Anos depois a sensação mantém-se e NADA, absolutamente nada parece ter evoluído para que pudesse mudar de opinião.
Querem saber como foi para mim recorrer a um centro de Emprego no UK?
● Muito, muito, mas mesmo muito MOTIVADOR.
● Num centro destes no UK RESPIRA-SE emprego. Logo ao entrar, sente-se que se veio ao lugar certo. Uma pessoa fica de imediato OPTIMISTA.
● O atendimento é simpático, igualmente optimista e sorridente.
● Máquinas automáticas em fileira convidam-nos imediatamente a consultar todas as ofertas de emprego nacionais, divididas por áreas, TODAS as áreas, nenhuma fica excluída como acontece por cá.
● Basta carregar num botão para IMPRIMIR as ofertas de emprego visualizadas, na quantidade que se desejar, não tem limites, é GRÁTIS e IMEDIATO, tão fácil com receber um talão da caixa multibanco.
● Por aqui já faz MUITA DIFERENÇA. O utente começa logo aqui a ser ORIENTADO no caminho certo.
● As ofertas incluem uma descrição minuciosa da função, sempre cuidadosamente dividida em direitos e deveres e onde surgem TODOS OS DADOS necessários, que incluem dados pessoais da entidade empregadora, contactos da empresa e salário oferecido, informação NUNCA OMITIDA como cá acontece.
E qual é o processo nos nossos CENTROS DE EMPREGO?
● Em Portugal, vai-se a um centro de emprego meramente para constar numa base de dados e fazer parte de uma estatística.
● É altamente DESMOTIVADOR só o espaço e o atendimento em si.
● Não é DINÂMICO.
● Na maioria das vezes o atendimento parece ser feito por zommbies.
● Quem chega ao centro de emprego na hora de abertura, passados 10 a 15 minutos está a ver os funcionários que te vão atender ainda a entrar pela porta. Passados outros 10 minutos (para o cafezinho por suposto), esse funcionário faz o seu primeiro atendimento.
● As ofertas de trabalho a consultar consistem no máximo em duas dúzias de papéis afixados numa parede, que poucos dados facultam. Recentemente verifiquei que já nem papéis afixados existem mais, só o vazio dos seus invólucros de plástico.
● Algumas dessas poucas ofertas afixadas são desmotivadoras e até insultuosas, devido ao seu carácter exploratório*.
● As máquinas automáticas para consulta de ofertas de emprego são, em quantidade, UMA.
E está fora de serviço. Exibe orgulhosamente um envelhecido papel onde se lê a palavra "AVARIADO".
● Predomina o VAZIO. Um espaço vazio de ofertas, com cartazes coloridos com dizeres promissores mas com setas a apontar para o NADA.
Concluo que enganam o povo porque, nitidamente, o governo há décadas que não faz a MÍNIMA IDEIA do que anda a fazer. Não parece que saibam ORIENTAR o indivíduo, aproveitando as suas CAPACIDADES, valorizando-as. Cultiva-se e parece até que o que se quer são indivíduos passivos, resignados, que gostem de viver de subsídios. Num Centro de emprego em Portugal só servimos de estatística. O resto é pura ilusão e frustração.
- - - - - A PRIMEIRA VEZ - - - - - -
Querem saber como foi o meu primeiro contacto com um centro de emprego? Era estudante e pretendia um trabalho em part-time para conciliar com os estudos. Após explicar a situação, fizeram-me a inscrição e mandaram-me aguardar por um contacto via postal dos CTT, mas não antes de frisarem que, caso falhasse comparecer a uma entrevista, a inscrição seria imediatamente anulada. Após duas entrevistas numa das quais o indivíduo confidenciou que aquilo era uma mera formalidade exigida por lei para a empresa não perder o apoio económico do Centro e que já tinham a vaga preenchida, um dos postais não chegou à caixa de correio a horas (agora até fico a pensar se não existiu uma intenção por detrás da improbabilidade horária). Fui de imediato ao Centro de Emprego para explicar a situação e garantir o meu desejo de manter a inscrição. Mandaram-me aguardar. Depois chamaram-me para o gabinete porque ia ser atendida pela DIRECTORA do Centro. Esta directora disse-me que não ia renovar a minha inscrição porque "não era justo tirar trabalho a quem realmente precisa". E pronto: fui recambiada dali para fora pela própria directora de um centro de Emprego, que me disse que não tinha direito a um! Ainda hoje causa-me surpresa.
E é este o sistema que temos em Portugal. Há muito que tem um cancro que não é fácil de erradicar, mas também não identifico por parte do governo ou da própria instituição qualquer intenção de o erradicar. Faz muito, mas muito tempo, desde que me tornei cidadã activa, que percebi que o Centro de Emprego E FORMAÇÃO PROFISSIONAL é uma anedota. E por mais crédito que queira dar à instituição, por mais que reconheça que existem, decerto, profissionais empenhados e bons profissionais por ali, o que sempre vem ao de cima é a incompetência, a nulidade de todo este processo. A utilidade de um Centro de Emprego parece ser apenas uma: servir como fonte de estatística. O governo andou anos a manipular estes números, quer através da longevidade dos cursos universitários quer através de inúteis acções de formação a desempregados, que uma vez em formação, deixam de pertencer às estatísticas dos desempregados, por frequentarem cursos FINANCIADOS por verbas internacionais. Sem dúvida que o governo teve como objectivo na sua agenda retardar a entrada da juventude no mercado de trabalho. Parece ter forçado o indivíduo a assumir uma postura mais passiva e derrotista, forçando-lhe um sistema de espera inútil. Um sistema de ENGANO e decepção. Quis formar indivíduos passivos e dependentes de rendimentos subsidiados. Que agora as coisas estejam como estão era uma questão de tempo. Tudo isto era uma bolha de pus, pronta a arrebentar. Arrebentou!
* Uma vez encontrei num centro de emprego uma oferta em destaque onde o pretendido era recrutar de preferência jovens indivíduos para um trabalho sazonal no estrangeiro, com horário de sol a sol, advertência para a dureza da função, menção ao alojamento deficiente e em massa, de custo não incluído, por um salário miserável abaixo dos 500 euros. E indicava como "compensação" motivadora, a "atmosfera" do local, que era festiva! (só para os visitantes, está claro). E isto é PROMOVIDO pelo nosso centro de emprego!
Á espera de emprego através do centro de emprego português, as pessoas ficam com cabelos brancos!
ResponderEliminarSe tudo funciona assim nos UK, vou fazer as malas e voar para lá!! AMANHA!!!!
ResponderEliminarSaudações alienígenas