De ontem para hoje acrescentei uma nova leitura na lista de livros. Sim, li uma história de 69 capítulos em 24h.
Fiquei a imaginar o que me levou a ler este livro tão rapidamente e sem esforço já que a intenção quando ontem lhe peguei era passar apenas por uns instantes de leitura. Já o objectivo com que abri os anteriores que até eram menos espessos em número de páginas, foi fazer uma leitura aprazerosa de uma ponta à outra, no máximo em dois dias.
Os motivos porque uns conseguem ser lidos assim e outros não, desvendaram-se, acho eu, após ler este livro.
É a linguagem usada e a maneira como as personagens se comportam. No anterior a linguagem era actual, muito palavrão, interjeição, descrições exaustivas sobre o que a personagem está a sentir além de contínuas cenas de flashback enfiadas entre momentos de acção. Não que este último não tenha o mesmo: palavrões aqui e ali, lembranças do passado, mas não de forma tão exaustiva ou vulgarizada. Estando contextualizado noutra época - não tão recente assim mas muito diferente dos dias de hoje, apraz-me mais a forma com que as pessoas interagiam, mostrando um pouco mais de apego a valores de educação que sociedade de então impunha.
Depois vem a entrega da história. Uma das formulas mais usadas atualmente para entregar uma história, é dividi-la por personagens e ir apresentando os "núcleos" numa salada de nomes que inicialmente dificulta diferenciar quem é quem. Do "jorge" passam para a "Edna", daqui para o "João" e uns e outros andam com outras pessoas, maridos esposas e amantes, todos se conhecem e a certa altura todos se reúnem. Não há uma personagem principal, todas são personagens centrais. A informação é dada aos poucos, a conta gotas. E o final? O fim termina sempre meio em aberto, sem mais desenvolvimentos. No que uns julgam ser a "apoteose". Sem uma "espreitadela" para o futuro. Dando aquela "aquecida no coração" de que os nossos heróis viveram felizes para sempre, quem sabe?
Quase sempre opto por ler crimes e mistérios, raramente pego em dramas românticos, embora goste quando são romances históricos mas despreze um pouco esta moda de "contar" os "podres" de figuras nobres do passado - principalmente se não há nada factual que justifique que a percepção das pessoas sobre alguém fique associada a uma obra de ficção. Adoro quando é pura ficção, com muita investigação, a figura existiu, o mito existiu, mas o autor tomou a liberdade de inventar em torno disso. Gosto quando sinto que a obra jorra criatividade e inteligência, associada com instrução e uma forma extraordinária de explicar passados remotos difíceis de imaginar, como se estivéssemos a viver naquele século, com aquelas pessoas.
Encaixo estes últimos livros que li na categoria de romance dramático. O último é mais fiel à sua categoria e não recorre ao mistério incluído no próprio título, para apelar à curiosidade. Nada de "Segredos, mentiras, fantasmas". Contudo, também tem as suas revelações dramáticas, contadas à medida que a história progride.
E vocês?
Sabem quais são as suas preferências de leitura?