quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Qual é o significado disto?

 

Sei que é tradição atirar moedas para dentro de água, quer seja de poços, fontes, grutas, rios, mar etc.. Mas para dentro de um jardim?


O que pode significar?

É alguma espécie de bruxaria? Para desejar mal às pessoas?

Ontem aconteceu uma coisa inusitada. Ao sair de casa decido apanhar do jardim umas embalagens plásticas que os meus colegas deixam caídas no chão. Nisto avisto algo brilhante - uma moeda de pouco valor. Decido apanhá-la. Nunca rejeito qualquer moeda que vejo por pura superstição. Minha mãe sempre me disse para as apanhar. Eu não o fazia. Uma vez ia a sair do emprego, contente, o dia corria bem. Vi uma moeda de 1 pence no chão. Lembrei do que ela me disse, não a apanhei e logo de seguida tive um dos dias mais inesperadamente azarentos e angustiantes. Ora, se temos tantas superstições e fazemos tantas rezas para termos mais dinheiro, ignorá-lo quando nos aparece à frente envia ao universo a "mensagem" que o dispensamos. Como não é isso que quero enviar e não quero ter mau azar, apanho sempre. Mesmo que a moeda esteja toda cheia de ferrugem e nem seja nacional. 

Logo depois, outra. E outra, e outra... Comecei a perceber que aquilo não era normal. 

E se em vez de ter sido eu, fossem estranhos que as tivessem avistado? Ia passar a ter o jardim minado de gente à caça de moedas? Era um perigo deixar aquilo ali, então fiz questão de olhar bem à volta. As moedas não paravam de aparecer. Estavam por toda a parte, espalhadas pela área relvada e seca. Como se alguém tivesse sacudido da janela de cima algum lençol contendo dinheiro. 

Seria possível?

Desconfio que as moedas estavam ali à muito tempo. Meses. Lembrei-me de ter avistado 1 libra há uns meses, achando estranho e curioso. Se calhar detectei uma mas haviam estas outras. Não dava para imaginar! E o jardineiro tinha acabado de aparar a relva, coisa que faz todos os meses. 

Pelos vistos aqui ninguém apanha moedas no chão desde que estejam na propriedade de alguém. Será? Até na parte encostada à casa que pertence ao outro vizinho e está asfaltada avistei uns trocos. Também as apanhei. Comecei a temer que estranhos a passar na rua pudessem perceber tanta moeda e daí a diante passassem a frequentar o jardim em busca de mais. 

Já os vejo por toda a parte a revistar as coisas, logo depois quando saí estranhei ver uma máquina de café em cima de um muro residencial, logo mais à frente vou deitar no lixo uma coisa e vejo uma caixa  de papelão com instruções e embalagens de embrulho para uma máquina de café igualzinha à que tinha avistado. Teria sido roubada e por algum motivo abandonada a meio do caminho? Depois percebi que era usada e tinham cortado o cabo electrico. Acabei por empacotar a máquina, molhada da chuva e coloquei tudo no ponto de reciclagem. 

As pessoas aqui são extremamente sujas! Há lixo nos parques, nos bancos de jardim, relva, em todo o lado. A ideia que Portugal tem dos ingleses e da sua limpeza é totalmente oposta ao que encontro aqui. Num dos jardins locais, no dia anterior, detectei uma gaivota a carregar no bico uma embalagem em plástico que de vez em quando penicava a querer ingeri-lo. Lembrei-me que tinha uma bolacha partida no bolso e atirei-lhe migalhas. Consegui agarrar o plástico e coloquei-o no lixo, que estava ali mesmo ao lado. Ainda assim, as pessoas deixam o lixo no chão. A cidade está cheia de gente que vai aos caixotes de doação e reviram o que ali largam. Noto coisas roubadas ou tiradas espalhadas pelas ruas... Se, de repente, descobrissem que à entrada da minha casa existe dinheiro, não sairiam daqui. Perante isto ter moedas ali no chão à entrada da porta por onde todo mundo passa me pareceu um risco de segurança, o que me deixou bastante desconfortável. 

as moedas encontradas

Julgo que apanhei todas. Para meu espanto, eram tantas que não me couberam na mão! De vários valores, inclusive libras. Muito estranho. Até ponderei se seria uma espécie de código para alguém na casa, ou alguma forma de pagamento por serviços duvidosos. Desconfio que o rapaz do andar de baixo andou a comercializar Canabis ou algo semelhante. Será isto uma forma de pagamento, um código?


Da forma como a M. é e visto que todo o andar de cima consiste no seu quarto, julgo que se calhar foi ela que sacudiu alguma coisa pela janela, sem perceber que continha moedas soltas. É uma hipótese um tanto descabida, ainda mais porque penso que as janelas só abrem na parte superior apenas por uns milímetros. Mas se tratando da M... é bem possível. Talvez até mesmo por as janelas serem como são. Me espanta se ela já não tiver danificado todas. 

Sensivelmente à três semanas estava uma moeda de 5 pence no chão de porcelana do chuveiro. 

Alguém na casa teve de a deixar ali. E não deve ter sido o rapaz do andar de baixo - que não a usa. Quem tem o costume de espalhar coisas por todo o lado é a M. Que também tem o hábito de fazer rituais com rezas, velas e outras coisas no WC. Às tantas um desses rituais envolve moedas. Moedas que depois de terminado o ritual, têm de ser descartadas. Seria bem a cara dela, durante a noite, enfiar um pano pela minuscula abertura de uma das suas janelas e deitar as moedas fora para completar um qualquer ritual em que pede qualquer coisa. Por exemplo... dinheiro, o emprego nas condições que deseja - Já que não trabalha. Ela é toda de mentalizar o que deseja e acredita que é essa mentalização que faz as coisas acontecerem. 

Devo dizer que ontem, 25 de Janeiro, foi a PRIMEIRA VEZ desde o Natal que detectei que se ausentou pela manhã depois das 10h! Uma alegria. A casa ficou imediatamente mais leve, mais respirável. Quase não dava para acreditar. Nas primeiras horas receei o seu regresso eminente a qualquer minuto. Estaria mesmo ausente? Ou duraria apenas 5 minutos como habitualmente?

Posso ter dormido apenas duas horas - já que devo ter adormecido pelas 8h e ela acordou-me às 10h. Não consegui regressar ao sono, mesmo tendo estado desperta por mais de 24h antes de ter "apagado" pelas 8am. Agora que vos escrevo, são 2.30 da manhã e estou desperta desde as 22.30 - altura em que a M. acordou-me com os seus barulhos no WC. Até julguei que eram umas 6 da manhã e havia dormido a noite toda. Só que não. Devo ter adormecido lá pelas 18h. Havia dormido apenas umas horas, novamente.

Ao todo colectei 51 moedas. 
Valor somado de 13.33 libras e 1 euro. 

Tudo espalhado e bem oculto pelo jardim.

Tirando a nota de 50 escudos que numa ocasião com 11 anos encontrei nuns degraus dentro da escola, nunca na minha vida havia encontrado uma quantia tão elevada, menos ainda seria de esperar que o encontrasse em forma de trocos.

Não duraram muito. Gastei-os no supermercado. Saí de casa no intuito de aproveitar a ausência da M. para cozinhar. Fui ao supermercado no qual não queria fazer mais compras. Quero o boicotar, mas é o único perto e com tudo. Estava cansada e fraca, por má nutrição e pouco sono. Portanto sem energia para me aventurar nos supermercados no centro. Aquele não presta, mas é o mais próximo e prático. Porém não queria usar o cartão multibanco e desde a quarentena que não tenho dinheiro em espécie. Parece-me a mim que foi a providência, essa  "energia superior" que decidiu chamar a minha atenção para que também eu pudesse cumprir os meus intentos :) 

Da última vez que viajei esqueci no quarto uma embalagem cheia de moedas de 1 euro. No regresso essa embalagem estava vazia. Até hoje não sei o que pensar. Será que alguém pegou, trocou por libras e atirou pela janela depois de concluir que o roubo causava mau feng-shui?

E vocês? Qual foi o vosso maior/melhor achado?

3 comentários:

  1. Bom dia amiga. Infelizmente eu nunca achei nada mais do que uma moeda de um cêntimo por duas ou três vezes.
    Abraço e saúde

    ResponderEliminar
  2. E, então, apanhando as moedas pensou: Que pena não serem moedas com o valor facial de dois euros, lol

    Que é estranho... é.

    Se calhar alguém que pensa que as moedas nascem como nascem as flores... no jardim.
    .
    Cumprimentos poéticos.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar

Partilhe as suas experiências e sinta-se aliviado!