Metereologia 24 h

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terça-feira, 11 de julho de 2017

Nem mesmo os mais idolatrados se safam de um tiro

E vou voltar a ele - a este assunto do Salvador Sobral e a sua forma de interpretar a música que levou ao festival, acabando por trazer a vitória para Portugal.



Já havia usado este exemplo antes, e vou dá-lo novamente. Este é um vídeo de uma atuação televisiva de Elvis Presley, no Edd Sullivan's Show, 1957. Nesta atuação Elvis surge muito «preso» nos movimentos que lhe eram naturais ao cantar, devido ao enquadramento fechado da câmera de TV que só o podia enquadrar em plano de peito. Nota-se que Elvis quer «expandir-se» mas tem de conter-se. 

Isso são aquelas «tecnicidades» do meio sobre as quais sempre inclino um olhinho... Adiante: a pesar disso, que lhe corta quase totalmente o estilo, Elvis aparece a cantar vários excertos de suas músicas, e pode-se observar plenamente que ele também tem tiques. Também abre a boca e estende a sílaba para lá do natural (vejam a parte em que canta Love me Tender), também vira o pescoço para o lado num gesto estranho... 


O que quero voltar a sublinhar é que TODO O ARTISTA interpreta e Elvis está, à semelhança de Salvador, a interpretar. E sendo música o que eles interpretam, não é inesperado ver o corpo a balançar de acordo com os acordes, com o tempo... Acho que é natural. E aprecio quando é natural. Porque quando se sente que um artista se move em palco e tenta fabricar tiques que não lhe são naturais, a atuação é pobre. Se apetecesse ao Salvador Sobral fazer o pino e cantar de cabeça para baixo, eu ia gostar de ver. Porque seria natural para ele. 



Só deixa de ser natural quando passa a ser o foco e remete a musica para segundo plano. Como tanta vez acontece principalmente quando surgiu a moda das boys-band (iniciada pelos Beetles). Quanto a Elvis... que pena sinto dele. Era um artista tão bom, mas tão bom, podia ter sido muito mais. Ficou com o rótulo de "Rei do Rock" mas... coitado. Vida miserável. Tornou-se numa pessoa que cedeu às suas inseguranças e alimentou o seu lado megalomano. Ainda assim, admirável pelo talento que tinha. Neste vídeo acima sinto pena dele pelo simples facto de quase nem conseguir cantar de tanta histeria à sua volta. Nem cantar, nem dançar ou movimentar-se como gosta, ao ritmo da música. Porque bastava-lhe abanar uns segundos as ancas e pronto: o mulherio aumentava o volume do histerismo. 


E Salvador Sobral incomoda-se quando lhe batem palmas... Ó Salvadori, filho, por acaso recebeste dos fãs 282 ursinhos de peluche como o Elvis recebeu pelo Natal de 56? Kkkk


Como já disse antes: entendo perfeitamente esta aversão. Mas o que é sempre foi e será. Há que saber gerir bem estas coisas, para não se virar um Elvis ou mesmo um John Lennon


O que têm de errado estes dois artistas?
Eram ambos cantores mas pessoas bem diferentes. Atingiram no mesmo período de tempo um nível de estrelato elevado e são ícones da música até hoje. John Lennon demonstrou algum incómodo com toda a veneração que lhe era dirigida (assim como Salvador) e também era dado a controvérsias, tendo comportamentos e fazendo declarações polémicas. Era comum Lennon fazer graçolas durante os concertos a solo, onde muitas vezes tocava ao piano. Uma vez ele cantou "Imagine" mas antes deu uma graçola de «mau gosto». Faz lembrar alguém??


Porém, de certo modo, tanto Lennon quando Elvis sairam derrotados, principalmente Lennon que lutava contra o sistema que recriminava. Uma mensagem que gostava de passar ao Salvador Sobral é esta: John Lennon também foi idolatrado e venerado por centenas de fãs mas isso não o impediu de ser morto à bala. Há sempre um que discorda... Pensa nesse quando o histerismo parecer querer engolir-te.

Elvis provavelmente só não teve o mesmo destino porque nessas duas vertentes opostas, o maluco era ele. Elvis andava armado e tinha um grupo de guarda-costas apelidado da Máfia de Menphis. Elvis adorava armas de fogo, tinha resmas delas e costumava andar aos tiros dentro de casa, aleatoriamente. Se não gostava de alguém na TV, dava um tiro no televisor! Costumava convidar algumas pessoas e logo mostrar-lhes um revólver. Todos os que entravam em sua casa eram revistados porém viam armas por todo o lado, transportadas à vista pelos seus seguranças e «entourage». Uma descrição de um «lar» que mais se assemelha às acomodações de um quartel de droga.

O que não deixa de ser uma comparação adequada, quando se sabe que Elvis drogava-se regularmente e «vivia» para a próxima dose. 

Portanto, isto de ser artista tem muito para dar errado. Tem tudo para dar certo quando se é talentoso e esse talento ascende o mediano.  Mas por isso mesmo tem uma igual ou maior proporção para dar muito errado.  

E pode-se ir de bestial a besta numa fracção de segundo.

Pf. continuem a deixar a vossa mijadela, obrigado.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

O Elvis lá do sítio


Confesso-me:
O género masculino tem uma característica que muito me fascina. E ela é... a voz.
Não uma qualquer, mas um certo timbre de voz, que até hoje não sei definir bem.

Exemplo de homem inicialmente atraente
(bonito, com profundidade no olhar)
Qual músculos, qual rosto, qual quê!
Há uma certa voz, possante, grave, mas ao mesmo tempo serena...
Das raras ocasiões em que escutei vozes assim, tive de esconder que não me fascinavam e não demonstrar nenhuma alteração, Kkkk.

Porque eles sabem...
Sabem-na toda. E já contam com esse trunfo.
(os sacanas).
Não atrai... (olhar pouco profundo, ar palerma Kkkk)

E porquê conto eu esta história?
Bem, recentemente andei a ver vídeos de música (não deram por nada, pois não? Eheheh.).
E isso trouxe-me uma lembrança.

Não é nada de muito relevante mas... lembrei.
Andava pelos meus 15 anos. Quando numa rara ocasião em que me foi permitido sair de casa, conheci um rapaz que logo simpatizou comigo. Educado - o que me agradou, bonito - o que procurei não valorizar e... com uma voz muito mas muito mais adulta que a sua idade. Agradou-me ouvi-lo falar. Agradou-me todo o seu jeito de ser. Traços no rosto dele faziam-me lembrar alguém... só não conseguia lembrar quem.

Foi então que descobri. O rapaz parecia-se com o Elvis Presley
Com a minha mente criativa já a imaginar histórias, olhei discretamente para ele e pensei: "É possível. Quantos filhos não poderá um artista como o Elvis ter espalhado pelo mundo? E um veio aqui parar...".

Se era ou não, nem era relevante. Era mais o enigma. Dava ares dele, mas, atrevo-me a dizer que era ainda mais perfeito. A verdade é que o rapaz era LINDO de morrer, tinha aquela voz deliciosa de escutar mas, a meu ver, ele era realmente lindo porque era muito educado, tranquilo. daqueles que pedem licença, dão a vez às senhoras, mostram interesse em te escutar e tudo e mais... 



Infelizmente e não por vontade dele, não fui mais longe e fiquei pelos breves contactos. 
Fui uma parvalhona!!!

domingo, 28 de maio de 2017

Ainda as baladas...


Uma das críticas feitas a Salvador Sobral recaiu sobre a sua performance em palco. Acho até que a antipatia de muitos pela música se deveu mais a isso do que à voz ou melodia em si. Salvador sentiu a música e emprestou o corpo para interpretá-la. Foi realmente um momento mágico.

Para aqueles que acham que aquele gesto com a cabeça é coisa de "doente", que não é coisa de "artista", que é show-off e sei lá mais o quê, reparem neste vídeo e foquem-se no minuto 2.13s



No final da interpretação (e que interpretação!!), 
não se esqueçam de apanhar o queixo do chão!

Isto é arte musical...
É a música que emociona, é a poesia cantada e tocada... É o proporcionar de muitas emoções sem precisar de entrar numa montanha russa de luzes a piscar da feira popular e apelar ao medo das alturas e da velocidade...

voz, melodia e poemas.

A mesma música com performance dos artistas originais, os Righteous Brothers, igualmente responsáveis pela maravilhosa "Unchain Melody". 


E aqui deixo outro vídeo-performance do senhor Bill Medley (o da direita na still picture acima) muitos anos mais tarde (já com perda vocal mas muita fibra) a dar um admirável show para os fãs. Adoro a intro humorística que ele faz, onde diz que esta música superou o número de vezes que "Yesterday" dos Beatles passou na radio americana,

Vencer os Beatles não é tarefa fácil, merece mesmo uma nota de destaque :))




E porque não me canso tão depressa desta onda musical provocada pelo festival da Eurovisão (já o ano passado, sem ter assistido, aconteceu a mesma coisa e andei semanas a apreciar música.) aqui fica mais uma versão de "Amar pelos Dois" - desta vez uma versão do próprio Sobral (nada de cópias ou imitações)m en direto, na RTP, já após a vitória. 
E acreditem: Continua a a-rr-e-pi-a-r!! 
Isto é arte. É música, é interpretação.


Imagino se a Amália fosse viva... Ela ia adorar o rapaz!