Metereologia 24 h

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

"O que conta é a beleza interior"


Uma vez li uma frase interessante, que inicialmente apeteceu-me refutar. Contudo, quase de imediato reflecti e percebi, com profunda tristeza, que talvez até teria de concordar. A frase dizia mais ou menos assim:

Tão simples, não é? 
Preparava-me para refutar, mas subitamente percebi que não tinha como. 

Em primeiro lugar, Deus não me criou, pelo menos no início, pouco atraente. Não cresci sem saber o que isso é. Todas as minhas acções e percepções foram condicionadas por essa forma com que o mundo me dizia que avaliava o meu aspecto. Lembro de uma ocasião em que uma colega de escola estava a meu lado quando de repente apareceu à nossa frente um rapaz que, do nada, fixou o olhar na nossa direção e expeliu: "És linda! Um dia vais ser minha!". O rapaz andava fazia já algumas semanas a arranjar forma de me aparecer à frente e de me dirigir olhares. E eu de escapulir. Mas e daí? Eram só olhares, sempre existiram olhares. Todas as raparigas recebem olhares e são assediadas...

Ou será que não? 

A colega a meu lado não era atraente. Que eu tivesse percebido, não recebia grandes piropos. Eu era capaz de ser assediada diariamente bastasse para isso tirar o ar carrancudo e indiferente com que me protegia de investidas. Ela ficou atónita. Levou a mão ao peito, expeliu uma profunda baforada de ar, virou-se para nós (havia outra colega pelo meio) e repetiu:

Fiquei calada, nada disse. Deixei-a a pensar o que quisesse pensar, mas o que percebi foi que ela queria que fosse assim. Tanto queria, que no dia seguinte a sua simplicidade havia desaparecido, para dar lugar a uma rapariga com batom nos lábios, maquilhagem nos olhos, uma bruta mini-saia, sapato com algum salto, cabelo solto bem arranjado e uma roupa de festa. Andou assim uns dias, enquanto percorria os corredores e cantos da escola para ver se esbarrava e chamava a atenção do tal rapaz. 


Bom, e isto me levaria a outra frase. A uma que não li em lado algum, uma que é minha mas aposto que já foi dita por outras pessoas: "As bonitas levam a fama, mas as feias é que têm todo o proveito!"

Há muita coisa a retirar daqui. Muitas reflecções sobre o comportamento humano. A beleza, cada qual aprende a lidar com ela, com o que tem ou com o que gostaria de ter, conforme as percepções que vai recebendo de fora e vai criando na sua mente. Acho que é assim. Tanto para a suposta beleza quanto para a falta dela.

Mas engane-se quem pensa que as moças atraentes têm vida fácil. Embora seja verdade que só por serem atraentes o trato que recebem é mais simpático, o assédio pode ser sufocador. E inibidor. Já alguém que se considere "menos", por vezes tem uma força guerreira tremenda para obter aquilo que quer, mais que não seja uma força motriz alimentada pela revolta e pela inveja. A atraente é também alvo de muitos boatos maldosos. É invejada. Talvez até excluída, se tiver pouca sorte com as pessoas que a cercam e for particularmente frágil. A beleza é uma dádiva e uma maldição. Mas quem nasce com ela, não sabe o que é crescer sem a ter

Não acredito que existam pessoas feias, para ser sincera. Existem pessoas pouco atraentes (quantos garanhões do cinema que hoje fazem suspirar as mulheres eram autênticos patinhos feios quando jovens? E jovens cantoras que hoje fazem capa da playboy?). Mas talvez isso até lhes seja benéfico, porque ficam menos expostas ao assédio e podem levar as suas vidas de uma forma até mais rápida e eficiente que aqueles que perdem demasiado tempo a «esquivar-se» de balas. Existem muitos que se consideravam desajeitados, feios, que desenvolvem uma auto-estima saudável e sabem como se valorizar e valorizar. Enfim... como disse, muito se pode retirar daqui. Mas a frase, terei de concordar com ela


A beleza, pelo menos a estonteante, a de uma Brigitte Bardot, uma Claúdia Shiffer, uma Sophia Loren, uma Elizabeth Taylor não dura para sempre. É então, quando se vai, que se entende o reverso da medalha. As portas que se deixam de abrir, as gentilezas que afinal tinham segundas intenções, os olhares que viram para o lado e os galanteios dados à juventude. 


São as Barbra Streisand, as Celine Dion e as Lady Gaga que se dão bem na vida. Porque tendo nascido menos atraentes, ou como prefiro definir, com um outro padrão de beleza, a velhice cai-lhes melhor. As cirurgias plásticas a que todo o tipo de mulher/homem recorre para se melhorar, surtem melhor efeito num rosto menos atraente do que num que foi perfeito e jamais vai conseguir voltar a ser. 



Pelo menos é essa a minha teoria...

Na realidade, pouca atenção dou, ou penso dar, ao exterior. Porque mesmo um mau exterior pode ter uns olhos e uma postura que nos agradem.
«I'm not worried that I am kinda unattractive, plenty of people are and are doing just fine, what I need to be worried about is that I am dull and uninteresting».
Há rostos que revelam a alma...
Há outros que a escondem muito bem.