quarta-feira, 30 de junho de 2021

Contra a idolatraria

 

A fama surge pela quantidade de adulação oferecida pelo público a figuras que se destacam em alguma área. 

Quando vim ao mundo já se ouvia falar de "Amália", "Eusébio". 

Não sabia nada sobre estas pessoas, sem ser o trabalho que faziam e que se destacavam nele. Uma era uma "grande fadista" e que levou a "bandeira de Portugal" lá fora. Fez filmes. Antony Quinn tinha interesse nela e tudo. A outra, um grande jogador de futebol. Uma lenda. Cheio de recordes. Jogou no estrangeiro destacando-se dos demais. 

Estas duas "lendas" nacionais - tão lendas que ficaram conhecidas apenas pelo PRIMEIRO NOME, eram isso mesmo: figuras públicas muito admiradas por quem seguiu de perto as suas carreiras e que elevaram o país junto com isso, lá fora.

Só vim a ter um melhor entendimento da carreira de Amália cerca de uma década depois da sua morte. Vi programas em que ela apareceu, li sobre a sua pessoa. E hoje descobri o Eusébio. Através deste vídeo. 


Digo-vos: Eusébio e Amália seriam duas pessoas que ia gostar de conhecer e conviver com. 

Não pelos feitos extraordinários que os tornaram famosos. Mas por aquilo que demonstram ser. Boas pessoas, humildes, que não se acham nada de mais. Reconhecem os seus feitos, gostam, sabem que foram especiais mas no fim das contas... não se acham particularmente especiais. Não o sentem. São humildes.

Não sei se esta postura é algo mais comum de se encontrar na geração a que ambos pertenciam - julgo que é um facto de influência sim, porque não consigo encontrar paralelo com alguma figura pública activa no presente. 

 Vem à mente uma frase atribuida a Fernando Mendes (O que apresenta o Preço certo): "Eusébio era o maior do mundo. Ronaldo é o melhor do mundo".

Que forma inteligente de colocar as coisas. 


Agora os restos mortais de ambos encontram-se sepultados com honras de Estado no Panteão Nacional. Onde só figuras de grande destaque descansam. Suspeito que não é o lugar onde gostariam de estar. Isto é gente que gosta de estar com os seus, entre as multidões, com uma casa cheia, e não isolados e idolatrados. 


Questão: Acham que, quando a hora chegar, Carlos Lopes e Rosa Mota poderão vir a ocupar o Panteão?

3 comentários:

  1. "" Acham que, quando a hora chegar, Carlos Lopes e Rosa Mota poderão vir a ocupar o Panteão? ""
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    Sem dúvida alguma que sim. Amália Rodrigues e Eusébio da Silva Ferreira, foram sem dúvida alguma, duas figuras impares da sociedade portuguesa. Fizeram história. Deixaram obra para os vindouros.

    Cumprimentos poéticos
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Bom dia
    Um assunto que deveria ser discutido ao mais alto nível .
    Digo eu !

    JR

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