"ao menos respeite os mortos".
Não gosto deste chavão que se escuta cada vez que se sabe do falecimento de alguém. Acho que as pessoas, algumas pessoas, aproveitam-se da situação e usam o morto. Parece impor-se uma espécie de contenção e anda-se a pisar ovos, com receio de qualquer coisa que se diga, faça ou pareça fazer possa ser mal compreendido e disso conduzir a se escutar uma tirada destas.
O espírito crítico não pode ser revelado. Tem de ser oprimido. Se alguém erra mas é aparentado do falecido, não se pode abrir a boca. E depois existem os choros. Alguns de situação, que mais parece que a preocupação de quem os tem é ser julgado se não os tiver. Entendo o respeito, acho até que sempre tive bastante deste sentimento em mim, mas não entendo estas pequenas coisinhas que agora não consigo bem explicar.
E existe também um prazer mórbido. Que faz algumas pessoas desejarem serem as primeiras a trazer a notícia, a espalhar aos quatro ventos algo que é tão pessoal e tão íntimo... Que querem é ser politicamente correctas, nem que para isso tenham de ser inconvenientes e injustas.
Acho que muitos se aproveitam para demonstrar uma falsa indignação e um falso sentido de correção. Quando não mesmo para receberem atenção e pena. E a expressão "respeite os mortos" como que revela e legitima isso, tal é a banalidade e a "ocacidade" com que tantas vezes é pronunciada.
Na morte parece que existe também um comportamento de HIPOCRISIA. Por qualquer coisa, uma atitude, um gesto, uma palavra, uma crença, alguém gosta de se armar em detentor da moral. E o que tantas vezes é irónico é que os primeiros a dizê-lo não têm tanto respeito assim, seja por mortos ou por vivos. Só depois de passar o funeral é que as pessoas acham que já se pode voltar ao que se era. E a crítica volta a ser aceitável. Já está enterrado, já podem falar o que quiserem... e até faltar ao respeito.
Não gosto deste chavão que se escuta cada vez que se sabe do falecimento de alguém. Acho que as pessoas, algumas pessoas, aproveitam-se da situação e usam o morto. Parece impor-se uma espécie de contenção e anda-se a pisar ovos, com receio de qualquer coisa que se diga, faça ou pareça fazer possa ser mal compreendido e disso conduzir a se escutar uma tirada destas.
O espírito crítico não pode ser revelado. Tem de ser oprimido. Se alguém erra mas é aparentado do falecido, não se pode abrir a boca. E depois existem os choros. Alguns de situação, que mais parece que a preocupação de quem os tem é ser julgado se não os tiver. Entendo o respeito, acho até que sempre tive bastante deste sentimento em mim, mas não entendo estas pequenas coisinhas que agora não consigo bem explicar.
E existe também um prazer mórbido. Que faz algumas pessoas desejarem serem as primeiras a trazer a notícia, a espalhar aos quatro ventos algo que é tão pessoal e tão íntimo... Que querem é ser politicamente correctas, nem que para isso tenham de ser inconvenientes e injustas.
Acho que muitos se aproveitam para demonstrar uma falsa indignação e um falso sentido de correção. Quando não mesmo para receberem atenção e pena. E a expressão "respeite os mortos" como que revela e legitima isso, tal é a banalidade e a "ocacidade" com que tantas vezes é pronunciada.
Na morte parece que existe também um comportamento de HIPOCRISIA. Por qualquer coisa, uma atitude, um gesto, uma palavra, uma crença, alguém gosta de se armar em detentor da moral. E o que tantas vezes é irónico é que os primeiros a dizê-lo não têm tanto respeito assim, seja por mortos ou por vivos. Só depois de passar o funeral é que as pessoas acham que já se pode voltar ao que se era. E a crítica volta a ser aceitável. Já está enterrado, já podem falar o que quiserem... e até faltar ao respeito.
LOL. Percebem o que quero dizer?
Portuguesinha, claro que entendo. Entendo tudo o que escreveste, porque, se vamos ser honestos é o que acontece. Mas também te digo uma coisa, não me apanhas num velório ou enterro de alguém que eu ache/saiba que foi uma merda de pessoa durante a vida. Só vou prestar as minhas homenagens aqueles que sinto que as merecem. Acredita, nunca fui a um vel´rio/enterro de um/a sacana. Quando estou presente, estou presente de corpo e alma. Os outros que façam o circo, para pessoas que nunca valeram um chavo.
ResponderEliminarkisss