Metereologia 24 h

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domingo, 26 de janeiro de 2020

Footpath Rage - desviando do passeio



Uma das situações que muito me incomoda no comportamento das pessoas aqui na "parcóvia perto de Londres", é a forma como se fazem de empecilhos nas situações mais desnecessárias. É que não tem explicação!!!

Preparem-se... isto vai ser terrível.


Caminho no passeio, em linha recta, não vem ninguém no sentido contrário. Nisto aparece uma pessoa no meu lado direito, o lado da estrada. O que eu faço? Imediatamente posiciono-me do outro lado, o lado de dentro. 

O que vocês esperariam do comportamento do rapaz que desceu do autocarro e começou a caminhar pelo passeio nessa linha de direcção? Eu esperaria que se mantivesse nele. Ainda por cima, tendo-me visto a desviar-me do seu percurso. Pois o que ele fez foi por-se a caminhar na minha direcção! Contra mim! Quando o nosso caminho cruzou-se, EU tive de me desviar. Eu, que até estava a subir e ele, a descer. Eu, que sou mulher e ele homem. Eu, que já lhe tinha desobstruído a passagem e ele é que se meteu na minha frente. 


Lamentando este tipo de comportamentos, fui eu que voltei a mudar de sentido, ultrapassei-o pela direita e voltei a posicionar-me à esquerda. Nisto olho para trás e vejo o rapaz a mudar NOVAMENTE para o lado exterior do passeio! Para atravessar a estrada. 

E eu pergunto: Porquêê?? 
Eu é que tive de o ultrapassar e ele logo a seguir a ser ultrapassado muda de faixa e passa para o lado que eu tinha deixado livre?? Se pretendia seguir por ali desde o início, porquê não foi ELE a ultrapassar-me? Porquê não se manteve nessa direcção que eu havia deixado livre? Poupava-me o incómodo de ter de mudar de faixa, duas vezes!! Ainda por cima vi-o a sair do autocarro...  vinha sentadinho, não estava cansado. Desceu o passeio com as mãos enfiadas nos bolsos das calças, forçando-me a mudar de rumo para com ele não colidir. E para quê? Se já pretendia seguir pelo caminho que lhe desobstruí, porquê, que raio, porquêêê não continuou a seguir por esse caminho que lhe deixei livre, porquêê se meteu no de colisão, porqueêê me obrigou a contorná-lo para imediatamente a seguir a forçar-me a isso, ele mudar de faixa? 

Raios parta esta gente que não tem nenhuma noção de como circular nos passeios e o que é pior: é ingrata. 


segunda-feira, 12 de junho de 2017

O que os ingleses julgam de RUDE

Hoje um «chefe», meio a brincar - depois a sério, disse-me que eu fui rude por lhe ter apontado o dedo.

- Rude?!??!! - Repeti eu em espanto.
- Sim, apontar o dedo é rude.
- Não. Apontar não é rude.
- É considerado rude sim.
- OK...  

Este é um dos exemplos que posso dar para falar de uns comportamentos comuns que avisto por aqui que me têm estado a apoquentar. E acho que posso classificar todos eles nessa categoria hoje injustamente rotulada ao meu dedo: RUDEZA.

Mas primeiro quero descrever a circunstância em que «lhe apontei o dedo». Foi-me dito que precisava anotar numa folha as horas de trabalho porque (mais uma vez) a máquina que «pica o ponto» deixou de funcionar. Euzinha, sempre tão responsável, sempre preocupada e a tentar fazer o que é certo e o que me é pedido, pega na folha, numa caneta e trata de começar a escrever a hora de saída. Nisto vejo o «chefe» passar apressadamente à frente do balcão e vou para o chamar. Levanto o braço onde estou a segurar a caneta e levanto o meu dedo indicador ligeiramente - como as crianças fazem na sala de aulas da escola - onde são ensinadas que é da boa educação pedir a vez para falar, ora levantando o braço e abrindo a mão, ora pedindo "licença" como quem estica o dedo indicador para chamar um táxi ou para chamar o empregado de mesa.

Foi só isso. Na verdade, o gesto nem chegou a se finalizar. Só tive tempo de erguer o braço e o dedo no ar e de abrir a boca, porque não me lembrava do nome do chefe.

Mas se apontar o dedo é rude por estas terras, Ok...
Fiquemos com exemplos de pessoas rudes.










Sinto uma certa Dó por esta gente...
Parece que estão a querer ser «politicamente correctos» com tudo, acabando por remover as emoções boas das coisas, o calor humano dos gestos. Estão estilizados. Julgam-se livres mas estão socialmente reprimidos. E o que é pior: pegam em algo puro e inocente e conotam-lhe pecado - sinto dó deles.

São vários os exemplos que verifico no dia-a-dia que encaixam neste conceito.

Acho que apontar e agitar o dedo em riste durante uma discussão pode ser considerado rude. Pode até ser um prelúdio de violência. Mas à que distinguir as coisas!


Podem-se apontar dedos bons e dedos maus. E aqui não fazem isso. No UK um dedo apontado é um dedo apontado. Nem chega a ser "feio", como nós em Portugal ensinamos: «não apontes o dedo que é feio». Aqui é logo rude e dá à outra pessoa um argumento socialmente aceite de ter sido vítima de um gesto inadequado.

Em portugal é apenas feio. Apontar o dedo para indicar uma direcção ou a alguém é algo que se deve evitar. Mas isto de censurar um dedo apontado, é, a meu ver, uma regra arcaica, que suspeito ter tido origem na aristocracia e burguesia que se queria diferenciar socialmente dos pobres e lá estipulou como sinal de estatuto o dedo apontado. Porque os pobres e analfabetos tinham de comunicar por gestos para se fazerem entender. Eram os que usavam os punhos por não saberem resolver as suas diferenças só pelo poder da argumentação. Já os magistrados, os nobres, esses sabiam línguas, tinham muitas regras sociais a cumprir... a comunicação tinha que seguir protocolos verbais. Isso é que ficava bem.

É cómico, ridículo e até repulsivo que hoje se diga que a rudeza parte de quem aponta e não de quem o estipulou por razões tão infelizes.