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sexta-feira, 1 de abril de 2022

A cerimónia dos òscares 2022 foi com murro

 

Fui ver algo que nunca me atraiu por aí além: a cerimónia dos Óscares. 

E o que marcou o evento? 

Will Smith deu um murro em Chris Rock

Logo a seguir ganhou o óscar para melhor ator e o seu discurso foi somente sobre o seu desejo de espalhar AMOR e ser um veículo de "Deus" para representar "a sua gente". 

Cada vez que ele pronunciou a palavra "amor", inseri visualmente o murro que ele deu na boca do Chris Rock.

"Eu quero espalhar amor" (murro)

"Eu quero ser um veículo para ajudar a minha gente"(murro dado por um negro na cara de outro negro)

Se isto é espalhar amor e ajudar os "da sua gente", internem o homem que ele é um lunático.

Mas não o culpo só a ele. Ele estava a rir da piada (imagem acima) e não achou mal algum, até vislumbrar a careta que a esposa fez. Foi isso que o catapultou a mostrar violência e ainda gritar duas vezes: "Tira o nome da minha esposa da foda da tua boca". 

Acho que o homem há muito que desconhece quem é individualmente. Ela é quem lhe diz quem ele deve ser e como deve pensar e agir. Não passa de uma marioneta iludida que foi sujeita a uma total lavagem cerebral devido a uma paixão por uma mulher. Se a Yoko Ono teve a reputação de "destruir" John Lennon, Jada merece esse rótulo muito mais. 


Outra coisa que notei nesta cerimónia dos Óscares foi a quantidade de "pessoas de cor" no palco, na plateia e nas actuações musicais, também elas por algum motivo no estilo cultural negro. Isto é importante. Há décadas que a comunidade afro-americana, como exige ser chamada, faz pressão à academia para esta "mostrar" mais negros. "Queremos mais negros em filmes!", "Queremos mais filmes sobre negros", "Queremos mais negros a trabalhar nas equipes!" - pressão, pressão, pressão. Para não falar da pressão social e do uso dos media, levando questões sociais para os óscares.  Chegou finalmente a cerimónia por eles tão desejada: estimaria que 90% da cerimónia teve sempre esta presença visual.

A apresentação da cerimónia ficou por conta destas duas mulheres, de origem negra

A importância deste detalhe é vital neste contexto. A América vive uma espécie de racismo-invertido (detesto o termo) em que o negro procura obliterar o branco da maioria dos campos profissionais e sociais. A desculpa é sempre a mesma: somos uma minoria em desvantagem e queremos cotas para ter mais presença. 

Um importante momento da cerimónia: a homenagem aos que partiram: cantores e dançarinos negros fazem um show género gospel

Agora têm o seu desejo realizado. Podemos até ver um ator negro a agredir um comediante negro.
Se isso faz diferença para uma pessoa de outra etnia? Não, não faz. Mas se Chris Rock fosse branco, então falar-se-ia de racismo e uma maioria ia ficar do lado de Will Smith somente por causa da cor da sua pele mais escura quando comparada ao do agredido. Isso muito me entristece. Pessoalmente acredito ser altamente prejudicial continuar a descriminação disfarçando-a de "direitos". Ninguém deve ter acesso privilegiado a nada, somente pela sua cor de pele. Nem branco, nem negro, nem nada. Todas as pessoas devem ser consideradas iguais e, daí, lutar com igualdade pelo direito de conquistar seja o que for. 

Assim é que se consegue igualdade e harmonia. Não é diferenciando grupos, é homogeneizando-os. 

Nesta imagem da banda dos Óscares foram intencionalmente colocados ao centro, de pé, três indivíduos "afro-americanos"


Espero sinceramente que este acto - pelo qual Will Smith não pediu desculpa - acabe com a sua carreira. Mas sendo e tendo o apoio da "máfia" "afro-americana" e sendo homem, provavelmente isso não vai acontecer. Se outros por muito menos viram um fim súbito, Will Smith à muito que vive da imagem que projectou quando miúdo ao protagonizar a série "O Principe de Bel Air". Mas o homem que dali saiu não tem nada a ver com esse tempo. Como ator também não é brilhante. Em alguns filmes - principalmente um que rodou com a sua família, surpreendi-me ao perceber falta de talento. Mais dela do que dele mas essa percepção fez-me entender porquê a reação violenta. É difícil aceitar que a esposa não pode voar tão alto quanto desejaria. 

Nesta 94º cerimónia dos Óscares o gesto de Will Smith é ainda mais feio quando pensamos que um dos falecidos do ano a quem se prestou homenagem foi, nada mais nada menos que o incontornável Sidney Pontier (1927-6.2.2022) 

Considerado o "primeiro" ator negro a ter papéis importantes em filmes de hollywood, numa altura em que isso era raro. Aquele que abriu o caminho que procedeu todos os que vieram depois - acho vergonhoso que neste contexto o exemplo dado por Smith seja o de intolerância e violência, ao dar um soco na boca de outro da sua raça. 

Está a conspurcar a arte, o princípio, a mostrar ser um mau exemplo, principalmente numa altura em que todos falam de paz, devido à guerra dos Russos na Ucrânia e numa altura pós-pandemia, em que pela primeira vez se tiraram as máscaras do rosto. Tanto se falou sobre "as lições" de paz e interajuda que a clausura supostamente ensinou e o que continuamos a ver é fúria, violência, morte, agressões! 

Para quem fez um longo discurso soltando palavras de "paz" e "amor" - os actos não correspondem. 
E não ter noção disso é que assusta.

Que eu saiba, Pontier nunca que andou a fazer campanha por causa da cor da sua pele. E ele sim, viveu numa altura em que a América era segregada. O seu óscar data de 1964. Penso que o comportamento de Will Smith nesta 94º cerimónia dos óscares não pode passar em branco. Se isso acontecer, passa-se a mensagem que se permite tudo. Hollywood não pode se dar ao luxo de cair mais na consideração do público e perder mais prestígio como uma poderosa fábrica cinematográfica. 

Quero destacar a atitude de Chris Rock - o agredido. Portou-se como um gentleman, soube recuperar da situação e fazer o seu trabalho. Ele que estava tão vulnerável, como comediante, sozinho, no palco. Foi dito que ele manteve silêncio sobre o sucedido e não quis estragar o evento. Também é dito que não vai apresentar queixa. 

Digo-vos: se a situação fosse contrária, Will Smith, que a seguir foi filmado a dançar e cantar com a estatueta na mão numa festa, apresentaria queixa e ainda não se calaria sobre o assunto. É que este episódio pode até vir a prejudicar a carreira de humorista de Chris Rock. 

Hollywood é toda sobre dinheiro. Quem faz mais, quem faz menos, quem deixa de fazer. Quantas pessoas poderão agora achar que agredir um comediante que está a fazer o seu trabalho é aceitável e quantos podem agora vir a correr riscos durante os espectaculos que dão pelo país fora?

Ele não vai, porque é um homem decente, mas devia apresentar queixa contra Will Smith. 


quinta-feira, 3 de março de 2016

Os filmes que NÃO vão aos Óscares


Fala-se muito sobre filmes na altura dos Óscares.

Surge a lista dos nomeados à estatueta dourada e começa-se a conjecturar: Qual o favorito? O melhor ator? O melhor filme?

Eu aconselho as pessoas a procurarem filmes que não tenham chegado à lista dos nomeados. É sempre uma surpresa quando se procura fora do circuito de filmes "restritos". Filmes que tenham andado em festivais ou filmes pouco divulgados.

Nos últimos tempos tive essa experiência. Após um rol de maus filmes, encontrei dois que me surpreenderam. Ambos são thrillers/suspense e são de 2015. Um chama-se "Carro de Polícia" (Cop Car) e tem Kevin Bacon como um dos protagonistas. Já saiu em blue-ray. 


Pela sinopse uma pessoa talvez não lhe ache piada, pelo começo também não. Mas assim que se percebe o que está a acontecer, o filme revela-se uma maravilha. Ora uma pessoa diverte-se, ou fica apreensiva e extremamente receosa que uma catástrofe vá ocorrer. Fica-se com o "coração na boca" grande parte das vezes. Quem é o bom e o mau? - é a dúvida. O final pode desapontar aqueles que gostam tudo preto no branco, mas recomendo: procurem ver Cop Car. Incríveis prestações, bom texto, boas viradas na trama.

O mesmo posso dizer do filme "The Gift" - O presente. Com Jason Batman como um dos atores, tem também Joel Edgerton, que é igualmente o autor e realizador do filme. 
A história às tantas é previsível - eu pelo menos cheguei lá com bastante antecedência - mas isso é fruto de ter visto muitas histórias para entender as dicas mostradas e interpretar o que significam. Em nada desmerece a realização, o ritmo como a trama é contada e nos envolve. Mas é um thriller bem feito, o que por si só é um feito, já que se torna comum usar sempre a mesma linguagem para contar uma mesma história. 

Há mais tempo vi também Coherence - que traduzo para coerência. É a história melhor realizada que vi na vida! Os movimentos da câmara com timming dos atores é de causar inveja. As atuações são totalmente credíveis, soberbas. Uma dádiva. A história também é boa. O final não é claro e para mim foi despontante. Estragou tudo. Mas recomendo.

Não recomendo - aliás, afastem-se mesmo de filmes como "San Andreas", "Paper Town" que é pior que péssimo e está «taco a taco» com "Exposed", com Keanu Reves. Estes filmes de 2015 não são maus... são piores que isso. Fujam!

E se 2016 mal começou, muitos ainda estão para vir. Um que criou expectativas, já passou pelos festivais Europeus e não sei se alguma vez já cá chegou é "As sufragistas", com Meryl Streep, terminado em 2015. 

Não sei se é bom, ainda não o vi, a academia nem o nomeou. Mas só pelo tema - que a meu ver merece mais destaque no universo de Hollywood, chama muito a atenção. A verdadeira batalha da mulher pelos direitos mais básicos tem servido para fazer piadas de mau gosto e diminuir todas as mulheres, que é o uso que hoje mais gostam de lhe dar. O tema merece ser reconhecido pela força da luta por uma igualdade, pelos nomes de algumas heroínas, pelas suas conquistas que hoje tomamos como garantidas mas que há bem pouco tempo nem existiam. Espero que valha a pena.

Muitos atores de gabarito acabam por fazer filmes que não ganham tanta projecção or parte da academia, mas têm bom conteúdo. Nem por isso estes fazem boicote aos óscares, rssss. 

Já viram algum destes? Do que viram, o que recomendam?