domingo, 2 de novembro de 2014

Cordialidade, respeito e novas tecnologias


Não há dúvida que as Novas Tecnologias vieram a alterar a interacção humana. Se existem vantagens, como esta de estar agora a escrever para muitos incógnitos onde alguns me irão ler e outros responder, estabelecendo um diálogo que de outra forma, não seria possível, também tem o lado menos positivo. Já notaram, decerto, que as pessoas ao comunicarem online se tornaram mais agressivas. Por detrás dos seus computadores, incógnitos, sentem-se à vontade para esquecer os bons modos e a boa educação que numa interacção presencial em princípio teriam mais em consideração. Por vezes me surpreende a forma gratuita, vinda do "nada" com que certas pessoas online «explodem» e começam a insultar outros internautas. Alguém devia ensinar as pessoas que as BOAS MANEIRAS também se devem aplicar ao contacto não pessoal.


Deixei um comentário concordando com a afirmação de um internauta que havia escrito que uma determinada atriz seria excelente para a figura de uma personagem. Só fiz isso, dizendo que, noutro papel, a actriz já havia comprovado ser capaz de interpretar personagens fortes. No dia seguinte surgiu um comentário ao meu comentário. Não era a resposta desse internauta, mas de um outro, que estava FORA da conversa e se dirigiu a MIM. Perguntava o seguinte: 

internauta I: O que quer dizer com "fulana" já mostrou no filme "batatinhas" que tem a força e a capacidade para interpretar "Maria"? Você ou não entendeu o comentário ou NÃO entendeu a história.

euzinha: respondi à questão "não seria fantástico ver "fulana" no papel da bela "Maria"? Quem  poderia interpretar "Maria" nesta história, se "Maria" chegasse a aparecer? Uma pessoa respondeu que "fulana" seria fantástica para o papel. E fiquei a pensar: sem dúvida que sim, "fulana" seria fantástica! Com o seu cabelo negro, o seu sarcasmo, força e poder de sedução, concordo que "fulana" ia dar uma excelente "Maria". 

E depois acrescentei uma observação sobre a personagem principal, a sra. W. (cujo papel foi ambicionado por outras actrizes, inclusive a sra "fulana", que não o conseguiu). E escrevi, sempre em inglês, que tinha visto o teste que "fulana" fez (para a personagem "w") e de facto não tinha nada a ver. A actriz que ficou com o papel é perfeita nele. 

Fui simpática (acho eu), dando resposta a uma americana que não entendeu a simplicidade de um comentário a concordar com outro. Meteu-se na  "conversa" quando o comentário não lhe foi dirigido - o que pode fazer, visto que se está num espaço público. A sua abordagem é que não me pareceu correcta. Mas ignorei a rudeza e retribui com uma gentil e simpática resposta.

Pensei que a conversa tinha tudo para terminar, mas não terminou. De seguida a internauta I, escreveu o seguinte:

internauta I: Você está enganada. Nem "fulana 1" nem "fulana 2" interpretaram "Maria".

euzinha: Ninguém interpretou "Maria". Como disse antes, ela não é uma personagem presencial.

internauta I:  Sim, obrigado. EU SEI isso. Escrevi isso antes. Você não parece ser capaz de entender inglês escrito. E sendo o seu inglês tão mau, não acredito que tenha lido nada. Por favor não responda porque eu não lhe vou responder mais aos seus disparates sem sentido ou sequer vou ler. Agora desaparece.


Bem, eu não sou muuuuito entendida no funcionamento dos comentários e conversas deixadas em algumas plataformas online, percebo que este é um meio onde mal entendidos podem surgir, dado o suporte em si. MAS neste caso acho que tudo isso é indiferente porque, por princípio, as pessoas devem dirigir-se às outras com BOA EDUCAÇÃO. É um princípio universal em sociedades ditas desenvolvidas. E se uma pessoa está atrás de um computador, ligado à rede que liga todo o planeta, disposto a trocar impressões com pessoas de toda a parte, é bom que saiba demonstrar boa educação, porque fica mal desatar a ofender e a criticar as qualidades de outra pessoa, que ainda por cima tem a cordialidade de comunicar numa lingua não-materna - coisa que alguns internautas, principalmente os americanos, nem sempre conseguem retribuir.

Uma vez me disseram que quando é assim deve-se responder: Se não entendes inglês então escrevo-te em português agora quero ver se entendes isto: um manguito para ti! . LOL :)

6 comentários:

  1. Faço analogia a alguns condutores na estrada.
    Entendem que a chapa dos carros lhes protege, seja pela velocidade, falta de civismo, educação e etc..etc... :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É interessante a sua analogia Bocagio. Recentemente também observei uma situação conflituosa na estrada, breve, mas intensa. Fui alertada a espreitar o que se passava pelos gritos de uma criança. Duas viaturas, paradas após uma curva, lado a lado, com o condutor do carro com crianças na porta do outro condutor do carro aos impropérios. Buzinadelas ecoavam vindas de trás, o trânsito a congestionar e se calhar viram o carro de patrulha que se aproximava e seguiram caminho. Mas não entendi em que circunstância, ainda que tivessem por pouco escapado a uma batida, as pessoas podem tão facilmente chegar a este tipo de extremos. Não souberam ser civis nem manter a cabeça no lugar. E para quê?

      Eliminar
  2. Eu tenho a seguinte opinião: as redes sociais vieram soltar o que há de pior nas pessoas. E mais: as pessoas são na vida virtual o que são na vida real, não há cá personagens, porque mais tarde ou mais cedo as máscaras caem.

    E quanto à americana: bem ou mal, tu sabes inglês, mas APOSTO que a gringa não sabe português! :-)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu não sou nenhum corrector de gramática automático. Ultimamente andam a "aborrecer-me" com esta tendência de corrigir a gramática alheia (a minha, por exemplo), focando-se em insignificâncias como a forma como se pronunciam nomes estrangeiros.

      Tempos vão em que era fluente e fazia-me entender bem em inglês, em especial a falar com ingleses. Nunca gozei ou denegri ninguém que não soubesse falar e entender a língua tão bem quanto eu. E quase todos que me rodeavam estavam a um nível de capacidade abaixo do meu, sem querer parecer arrogante. Nunca fiz pouco caso das pessoas, sempre procurei entender o que pretendiam dizer e as ajudei a melhorar, sem fazer troça.

      Se as pessoas depois melhoram para ser "isto", de gozar com quem sabe menos ou menos bem que elas, então mais valia terem continuado na ignorância, pois aprendem bem mas não aprendem os valores essenciais.

      Ainda não tenho essa opinião de que as pessoas se mostram tal como são nas redes sociais. Acho que há de tudo: os que parecem bem melhores do que aquilo que são, os que parecem piores, e os que deixam o seu lado pior vir ao de cima com mais frequência. Mas entendo o teu ponto de vista.

      Eliminar
  3. Credo rapariga...no que te foste meter...Não te aborreças, não merece a tua PERDA de tempo:) Gasta-o com gente que te lê em tua casa (ou na minha, obrigada por estares por lá:)...e que gosta de ti:) como eu , por exemplo:) jinhoooooosssssss bem PORTUGUESES:))))

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ohhhhh... que ternurento! Obrigada Suri. Caiem bem umas palavras de alento. Escrevi este post com este exemplo porque me parece um tema pertinente, contudo sei que nem é dos mais graves. Por vezes insultam forte e feio a pessoa, a mãe o pai... enfim. Sem educação. Mas estou tranquilaaaaa....Bjssss.

      Eliminar

Partilhe as suas experiências e sinta-se aliviado!