terça-feira, 1 de maio de 2012

A inteligência limitada do acordo ortográfico


Deparei com esta palavra em alguns textos: «tampouco».

O que é isto? - Pensei. Duas vezes não pode ser erro. Só pode ser a nova grafia do tão falado acordo ortográfico português. E fiquei a pensar: oralmente no lugar do “m” digo um “o”. Porque aprendi “tão pouco”. E não vejo qual é o problema. Aliás, nunca percebi. Parece-me uma IDEIA DE IDIOTAS, esta de fazer um «acordo ortográfico». Como se fosse possível alguém escrever a mesma língua em toda a parte do mundo da mesma forma. Nunca foi, nunca será e não vai ser um «acordo» que vai mudar aquilo que milénios de civilização não conseguiu.

Então, de quem foi esta patética ideia de mudar «por lei» aquilo que não incomodava ninguém? Quer dizer, os incomodados que se pronunciem, porque ainda não encontrei nenhum que sentisse que a língua portuguesa tinha de mudar. Não há mais nada urgente no mundo? No país?

Depois as palavras mudaram, parece-me, para ficarem mais “Brasileiras”. Mas se nunca tivemos qualquer problema com a FORMA como os de lá escrevem ou falam para os entender, porquê esta parvoíce? Se for assim, então porque não mudar tudo para o regionalismo Açoreano? Ou para o Africano PALOP? Ou para o Nortenho? O Madeirense?

Parece-me tudo uma parvoíce de mentes que pouco têm que fazer mas querem fazer algo, algo inútil, sem sentido e para atrapalhar a natureza das coisas… E pergunto: mas será que acham que temos todos tão poucos neurónios assim (leia-se inteligência) que não somos capazes de entender a nossa própria língua em todas as suas maravilhosas variantes?

É até um insulto à natureza deste povo. Um povo que adora comunicar noutras línguas, que no fundo não torce o nariz à diferença, que acolhe o que vem de fora, que andou a explorar a vida e o mar. Um aventureiro não impõe uma norma, adapta-se, aprende e ajusta-se. E assim terá de voltar a acontecer, porque alguém achou que estávamos todos muito burros para entender o português… J

3 comentários:

  1. E tu ainda não tens o manual com as palavras, acentos, que vão mudar. Prepara-te porque em jornalismo deram-nos o manual.
    Saudações alienígenas

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É como disse: quem se lembrou desta deve ter pensado que o português era uma língua alienígena :))

      Eliminar
  2. Já falei várias vezes sobre este assunto, e continuo a não engolir. O expoente máximo são exemplos como este:
    AO: O cagado estava de fato na praia.
    Português a sério: O cágado estava de facto na praia.

    A língua deve evoluir naturalmente, não é por decreto e desvirtuando a sua raiz!

    Beijocas revoltadas!

    ResponderEliminar

Partilhe as suas experiências e sinta-se aliviado!