Metereologia 24 h

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quarta-feira, 15 de março de 2017


Estou a sentir os ovários.
Como descrever a sensação? (Principalmente para quem não os tem).

Não posso dizer que é um palpitar. Nem apenas uma sensação de calor. É um misto de pulsar silencioso com ardor. Deve ser o que acontece em qualquer corpo, quando um órgão muda rapidamente de forma, se expande, desloca-se ou inicia uma mudança.

Como vocês, mulheres, descreveriam esta sensação?



Ainda não chegou «aquela altura» do mês. Deve estar por uns 3 a 7 dias. Mas no que pretendo que se reflita, principalmente a quem não é mulher, é como a mulher goza de tão pouco tempo para não sentir o seu corpo feminino. A mulher passa uns dias a sentir a menstruação a querer surgir e outros tantos com ela. Sobram quantos para a fase em que não sente nada??


Ora, se 5 a 7 desses dias podem passar a sentir o que aí vem, outros 5 ou 7 para viver o que já chegou, só sobram uns 15 para viver COMO UM HOMEM.


É o que costumava pensar quando punha-me a imaginar o que será ser homem. Toda aquela impetuosidade, todo aquele vigor concentrado, aquele gosto por briga e conflito... É porque não sangram. Não sentem dor física com regularidade :P


Como será nascer sem esta peculiaridade de ser mulher?

No meu entender é sentir sempre um certo vigor - dependendo essa energia apenas do estado de saúde e do nível de cansaço - a que todos estamos sujeitos - e nada mais. 

Homens não tem de planear o seu dia em torno das vezes que têm de ir ao WC, não têm de adiar a vontade de fazer uma viagem longa ou um percurso mais ou menos demorado colocando no itinerário paragens obrigatórias para a troca de absorventes, não têm de pensar naquela viagem de duas horas e meia de comboio e ponderar se a capacidade de contorcionismo e desconforto físico e odorífico necessário quando se recorre ao cubículo sanitário ambulante, vale a pena o esforço ou poderá ser bem sucedido. Os homens não precisam de pensar em ir explorar a natureza, subir montanhas por horas, fazer escalada ou ir nadar, estando em «situação especial».

Uta Pippig 1996

Não quero com isto dizer que a mulher é uma incapacitada, lol. Ao contrário. Sei que não estou no século 18. E muito admiro as mulheres do passado (sem absorventes, sem comprimidos, sem nada!). A mulher é cada vez mais tudo. E sem deixar de ser a mulher que sente ardores, pulsações e que sangra.

Ser mulher não se resume à capacidade de reprodução. Porque estas dores não existem para que possamos reproduzir-nos. Elas existem porque a mulher tem a capacidade para suster vida. 

Essa sim, é a verdadeira razão destas sensações nos corpos femininos. É as duas coisas são muito diferentes.