sábado, 15 de novembro de 2014

Famosas e Odiadas


Existem duas mulheres figuras públicas cá em Portugal que não são muito amadas pelo grande público. São elas Bárbara Guimarães e Fernanda Serrano

Tiro esta conclusão porque de todas as pessoas com quem já tive conversas sobre as mesmas, a primeira coisa que me dizem é: "Não gosto dessa gaja!"

Todos nós temos as nossas afinidades, mas não acho justo ser tão taxativo assim quanto a uma pessoa que não se conhece e se estar a falar DA pessoa, e não do seu trabalho. Percebo porque uns dizem não simpatizar - tem a ver com um estilo, uma postura que cada qual tem e que pode ser interpretada para o lado da arrogância, vulgaridade, falsidade ou distanciamento. Mas eu gosto de pensar que vejo para além disso.

Acho ambas boas profissionais. E por isso não gosto de as ver «atacadas» com base em «impressões». A Bárbara Guimarães tem um estilo de apresentar que não é muito adequado às preferências "Cristinas Ferreiras" de hoje, de humor brejeiro porém genuíno, mas noto nela uma entrega e um estudo total ao trabalho. Já a vi a apresentar um programa sabendo o que fazer com a câmara, as situações, o timming e os sentimentos dos participantes. E fazer isto sem ninguém o perceber é um dom porém, infelizmente, pode passar demasiado despercebido e não ser valorizado. 


A Fernanda Serrano é uma actriz que cada vez está melhor. É uma delícia vê-la a encarnar uma personagem e a saber dar-lhe presença. Adorei vê-la no cinema no forte papel em "Os Gatos não têm Vertigens". E a Fernanda tem ainda uma história pessoal na qual não me foquei nem prestei muita atenção, por não gostar especialmente de dramas explorados pela imprensa cor-de-rosa: com apenas trinta e poucos anos foi-lhe diagnosticado cancro mamário. Decerto que a existir soberba ou arrogância, esta doença, que geralmente é reincidente, põe tudo em perspectiva. 


E depois sou uma calorosa defensora de que qualquer pessoa, incluindo os famosos e as figuras públicas são o que acabei de dizer: pessoas. Passam pelas mesmos medos, as mesmas dúvidas, a mesma ansiedade, os mesmos dramas de qualquer outra pessoa. A fama não é uma injecção que cura os males quotidianos, ok?

Eu, como mulher, não me considero feminista. Mas acho que no geral, as mulheres deviam ser mais generosas entre o género. Não concordo com a conotação que a palavra "feminista" recebeu (dos homens) e que a maioria das mulheres perpetuam por estes anos fora, sem terem noção de que espalham a conotação negativa que lhe quiseram empregar, quando na realidade o «feminismo» não passa de uma ofensa masculina à simples vontade e coragem que algumas mulheres, no passado, tiveram para simplesmente terem direitos iguais na sociedade: o direito ao VOTO, o direito de salários idênticos para funções iguais (ainda se anda nessa "luta"), o direito a férias, coisas realmente básicas - AGORA, mas que no passado precisaram de "feministas" para hoje existirem.
Ser feminista é isto, querer oportunidades de igualdade intelectual e social, reconhecimento e não é querer ser IGUAL ao homem. Isso nunca poderá acontecer (nem é desejável pelo sexo feminino). Essa é uma ideia machista inventada por uns homens machistas, ignorantes, inseguros e com muito medo. Ser feminista não é deixar de ser mulher para virar homem (pensamento do século 18!) nem deixar de ser cortejada ou que parem de abrir as portas dos automóveis, ou se deixe de ajudar a mudar a roda furada de um carro, como alguns homens apregoam. 


Sejam sincera/os e me digam, o que pensam destas duas figuras?


PS: Juro que só depois de terminar este texto é que entendi o que mais as duas têm em comum.



8 comentários:

  1. O Daniel Oliveira no programa "alta definição" normalmente tem a capacidade de mostrar apenas o lado bom das pessoas que elas têm. è um programa muito bom para mostrar que os ditos famosos são normais e banais como nós. :)
    Tal como as citadas no teu post em apreço. :P

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    1. Bem lembrado. Mas por curiosidade o programa a mim não produz nenhum efeito de atracção, parece "fabricado", já se sabe que todas as misérias pessoais vão ser mencionadas em lágrimas, sobre uma musiquinha especial numa edição de imagem lamechas e bem aproximada para simular proximidade e intimidade. Isso "o que dizem os teus olhos" e tal. Num certo aspecto, é uma "revista cor-de-rosa", um diário íntimo mas em que os protagonistas não são expostos involuntariamente.

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    2. É aquele momento "Casa dos Segredos" e todos aqueles instantes de apresentação de concorrentes de todos os talent shows - a parte da tragédia pessoal, do sonho desfeito por alguma calamidade, etc. É uma exploração emocional para proveito televisionado, é quase como colocar uma camera no consultório do analista :D

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    3. Claro que o programa já entrou na fase da espiral comercial e já não conta na agenda para impreterivelmente ser visto. Numa fase inicial aqui era como ir à "missa" agora fica em painel fundo. :)

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  2. Barbara Guimarães, não simpatizo com ela e nem sequer a acho boa profissional.
    Fernanda Serrano, é-me indiferente, e não tenho opinião sobre o seu trabalho porque não conheço o suficiente.

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    1. Entendo isso perfeitamente, também não sigo nenhuma das duas com afinco. Mas não acho certo recorrer a esse "não simpatizar" sem motivos, só porque não. Compreendo mas acho que no contexto deve-se dar ainda mais o benefício da dúvida do que se daria a anónimos.

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  3. Discordo na Fernanda Serrano, grande terrestre! Bateu-se com um cancro e ganhou, levou-o ao tapete. É uma humana humilde ao contrário da outra. É muito querida pelos colegas o que diz sempre algo sobre a pessoa.
    Eu neste post tinha colocado: Barbara Guimarães e Catarina Furtado.

    Mas isto sou só eu ;)

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    1. Alien, quem me dera ter a tua convicção sobre isso de todas as pessoas queridas pelos colegas o são porque, de facto, como pessoa são impecáveis. Mas acho que é muito fácil alguém, num contexto laboral, "representar" uma simpatia que depois no privado não tem, ou uma "normalidade" que também esconde "anormalidades" no contexto privado - mas isto sou eu, a pensar na quantidade de pessoas que conheço que são uma coisa em público, outra em privado e a lembrar do violador de Lisboa, que todos achavam simpáticos e só um ou dois foram capazes de perceber ali uma "centelha" de estranheza...

      Catarina Furtado é bem lembrado. Mas a partir do momento em que se tornou embaixadora da ONU, penso que só por isso o "povo" a remove da lista de «antipatia nacional». Pessoalmente acho-a muito simpática e engraçada, na TV não faz nada que me apeteça ver. Tem boa imagem e por mais que pense investir noutros talentos, penso que acaba sempre por ser a imagem que a faz perdurar onde está. A BB e a CF são as «rivais» que a imprensa criou, quando ambas eram ainda jovens e supostamente o público tinha de ter preferências.

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