quarta-feira, 20 de julho de 2016

Depois do post anterior, uma outra perspectiva (em livestream)


Faltou-me sublinhar que, por mais revolta que sinta por ver a polícia a ser "caçada" acusada de andar a matar negros, fico muito perturbada com os dois vídeos dos homens mortos pela polícia em Baton Rouge e em Falcon Heights, Minesota. O que mais me incomoda no caso de Alton Sterling é que, sim, o homem agiu mal, deu luta a três polícias. Mas incomoda-me que tenham sido TRÊS polícias!! E a nenhum bastou a força, tiveram de recorrer a uma arma. É verdade que o homem, mesmo no chão, parece conseguir soltar-se mas... que raio de treino é o deles? 

Não achei necessário, ao contrário. Se fosse cá quero acreditar que o comportamento policial seria outro, uma abordagem pacífica e educada e que a arma é o último recurso. Embora saiba que a força de um indivíduo possa derrotar três ou quatro, ainda assim três homens treinados contra um provavelmente também experiente, parece-me uma enorme vantagem.

No caso de Philando Castile, não se vê o homem antes e depois do tiro. Mas o que me perturba bastante é escutar os seus últimos gemidos. Mais agora que vi o vídeo com audio melhorado. Ver um homem ferido sem ninguém para o acudir é também muito perturbador. Esperaria que o polícia agisse, mas aí a namorada podia estar armada e matá-lo, entendo por aí. Mas não gosto. Mais uma vez algo está errado no treino de um polícia ou de qualquer cidadão que cumpre deveres com a sociedade, quando alguém precisa de auxílio rápido e não o tem. E o que é isso de disparar 4 tiros seguidos? São treinados para matar mesmo. Caso o suspeito armado reaja depois de receber a primeira bala, pelo sim pelo não, leva com mais três?

Vale a pena espreitar o vídeo até o fim. 
Existe um surpreendente pequeno grande consolo que enche qualquer coração de optimismo.

Comecei a pensar se a não-namorada e a sua frieza não foram somente um recurso que usou naquele instante. Porém, acho até imperdoável que não dirigisse palavras de conforto ao moribundo e já o desse como morto, estando ele a ouvir isso! Fica a dúvida. Deixo aqui um vídeo mais completo, se alguém tiver estômago para espreitar outra vez. Eu fui ver para tentar descobrir se existia forma de confirmar que ele tinha, no colo, uma arma. Existe sim, algo negro mas indescritível no colo, junto às mãos. Mas se ele foi apanhar a carteira, como alegadamente fez, então pode ter sido isso. 


Uma coisa é certa: não acredito que a policia ande a "caçar negros", porque afinal a percentagem de brancos, hispânicos ou asiáticos mortos em circunstâncias duvidosas pela polícia também é elevada, só não é mediatizada). Mas parece-me que a força policial Americana é treinada para reagir com muita força bruta, muito depressa. O seu treino "mata primeiro, pergunta depois" não é o melhor mas também me pergunto se alguma vez poderá vir a ser, visto que se trata dos EUA - um país tão violento, onde se mata porque sim. Um país que adora o porte de arma, onde todos com que a polícia se cruza provavelmente andam armados, o país onde mais pessoas são assassinadas com as suas próprias armas às mãos de terceiros. Este é um país em constante medo. Medo e receio das armas que eles próprios compram para "protecção" e das quais não querem abdicar. Uma arma não é uma vida - mas tentem lá meter isto naquelas cabecinhas americanas! E se a polícia tem de lidar com uma população armada, naturalmente que não vai pensar duas vezes em "dialogar" com um suspeito que esticou o braço para fora do alcance da vista do policial após este dizer-lhe para não se mexer.

Espero que estas mortes violentas e duvidosas acabem de vez.


PS: Retirei daqui uma noção importante: tenho de descobrir como se faz livestream! Pode vir a ser muito útil num caso de aflição.

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