sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Dia dos Finados - ainda bem que existe


Deparei-me com o «desabafo» de uma pessoa no facebook, onde escreveu, indignada, que nestes dias os cemitérios estavam "cheios de gente". E isso, por alguma razão a revoltou (queixa-se que não teve onde estacionar o carro à porta) e a faz chamar todas essas pessoas que ainda se deslocam aos cemitérios, de HIPÓCRITAS. "Passam o ano inteiro sem lá por os pés e enchem-nos neste dia" - escreveu, revoltada.

Tive uma vontade imensa de lhe dar uns "esclarecimentos", mas abstive-me. Primeiro porque percebi que ia ser quase inútil, segundo, por não ter qualquer intimidade com a pessoa. Na realidade nem sei de quem se trata - é o que dá o facebook permitir ler os posts comentados por amigos de amigos. 


Mas este é um tema que senti necessidade de abordar


Nos últimos anos parece que passou a ser comum e aceitável que se escute as pessoas a fazerem esta «crítica». E chamarem de hipócritas aqueles que se deslocam aos cemitérios para deixar flores nas campas de entes que lá estão. Posso perguntar qual o mal disso??


Onde está a hipocrisia? Tanto se lembra dos mortos aquele que vai todos os dias ao cemitério, quanto aquele que só lá vai nesta altura do ano ou até mesmo aqueles que NUNCA lá vão. Não é a frequência no cemitério que define os "bons e os maus", os que "gostam muito e os que gostam pouco". Francamente... haja bom senso na percepção das coisas. Não é por aí que se amou mais ou menos o ente que se perdeu. Talvez seja por aí que se VEJA quem tem dificuldade em andar para a frente com a própria vida e fica preso no passado, na dor, na culpa e nos remorsos. Mas não é o que quantifica o afecto sentido pelos finados.

O que aqui se fala, neste dia de Todos-os-Santos, é de TRADIÇÃO. Uma tradição que, infelizmente, está a perder-se e gradualmente está a ser aglutinada por uma outra, importada, de nome Halloween. As pessoas parecem estar a esquecer, de todo, o lado religioso da data e se dedicam com mais facilidade ao lado pagão. 

No meu entendimento é muito prejudicial fazer este tipo de crítica leviana, generalista, acusando todos de ser hipócritas. Primeiro, porque as pessoas têm o direito de ir ao cemitério quando quiserem. E se fizerem questão de ir somente no dia mais significativo, um dia especial no calendário, que mal há nisso? É melhor do que não ir de todo, é melhor do que preferir se mascarar com um chapéu de bruxa e esquecer os finados. Acho bonito que haja um dia, um dia especial, só para despoletar à nossa lembrança as memórias dos momentos tidos com aqueles que já estão do outro lado. 

Ao condenar, de forma leviana, aqueles que pisam um cemitério nesta data estão a contribuir para que, aos poucos, essa tradição se perca. Assim como já se perderam outras, outras que não cheguei a experimentar e que são para mim memórias não minhas mas as dos relatos das memórias já ténues de costumes que outras pessoas costumavam realizar. E não é isto o mais triste? Tenho apenas uma percepção indefinida que me diz que, nesta data, era costume as crianças irem, porta à porta, pedir o pão-por-Deus. E as pessoas ofereciam o que podiam. Porém nada de doces, chocolates e afins mas figos, romãs, passas, pinhões, castanhas, broas. Coisas nutritivas, alimentos sãos (e bem bons). Pessoalmente acho mais bonito e emotivo pedir o Pão-por-Deus. E receber frutos, alimentos sãos, energéticos, naturais, ao invés de coisas processadas que bem podiam ficar no balde do lixo ao invés de fazer todo o percurso pelo intestino e sair pelo traseiro, contribuindo pouco para a saúde e muito para a obesidade. 

Vídeo de 2011 mostrando a continuidade da tradição "Pão por Deus". 
Adaptada às comodidades actuais, oferecem-se chocolates e rebuçados do "Lidl", alguns até em pratos de halloween,  mas ainda existe quem faça aquilo que oferece, um pão de broa, por exemplo. 

Que haja um dia especial em que os cemitérios «se enchem de gente» é algo bonito. Não é algo feio. Se existe alguma «hipocresia» de algumas pessoas, também existe sentimento verdadeiro de outras. Nada de julgar. "Não julgues, não lances a primeira pedra". É aproveitar. Uma pessoa vai ao cemitério quando bem lhe apetece. Normalmente estão quase vazios, o que é excelente para contemplar, reflectir e para se estar, agradavelmente, em paz. A afluência torna-se maior e aquilo parece um «estádio de futebol» num único dia do ano? Deixem. É bonito recordar os que partiram desta forma, levando flores, nem que seja uma vez por ano. Espero que esta tradição não se perca. 

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Meu Deus! Será que comi isto??


Em relação ao post anterior... será que foi isto??


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Despojos de um almoço Take Away Chinês


Deixo-vos com umas imagens dos despojos do meu almoço de hoje, comida que trouxe de um restaurante chinês. A carne, como sempre, muito branquinha e tenra, mas com gosto indecifrável. Definitivamente não era frango. Nem galinha. Obviamente não é vaca nem boi e também não sabia a porco. É macia demais para ser peru e não tem gosto à ave. O que é então? Alguém sabe?





sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A vida devia ter câmaras como o Big Brother


Cada pessoa que já cruzou a nossa vida devia saber como foi que as suas acções foram influenciar a vida que levamos. Existe um filme antigo, com a Meryl Streep, em que ela, falecida, está no purgatório e, numa espécie de tribunal celestial, ali se mostra ao indivíduo parte das suas acções durante a vida e como isso foi influenciar quem os rodeia. Meryl descobre que vai para o céu mas o seu mais recente amigo do purgatório não tem tantas cenas de "flashback" para o ajudarem a conquistar o ambicionado descanso eterno no paraíso. O seu destino parece ser o inferno.


Eu desejaria, muito, muito, que isto fosse possível. 
Mas não é. Consigo «ver» sequencialmente a forma como cada acção de cada pessoa acabou por influenciar a minha vida. No que é que ela contribui ou contribuiu. E não gosto daquilo que «vejo». Gostava que cada uma dessas pessoas pudesse ver-se a elas mesmas, como eu as consigo ver. Gostava também que a nossa vida fosse toda televisionada, como um Big Brother, para que os "Zés Marias" se singrassem vencedores na vida e não somente num programa de televisão. Gostava que os "zés", admirados na televisão, não fossem na vida real enxovalhados, ficando vulneráveis à depressão, graças às atitudes exercidas por algumas das mesmas pessoas capazes de o endeusar se o "Zé" virar uma super-estrela. Mas se for anónimo ou cair em desgraça, vira carne para cão. Devia ser real. Sempre achei isso, desde menina, quando ainda não existia sequer mais que um canal de televisão, quanto mais reality shows. Faltava na minha vida essa câmara de gravar palavras e imagens que ia restabelecer a verdade. Cada pessoa devia rever aquilo que andou a fazer, as atitudes que tomou, o que fez que julga de bom e o que fez de mau. Devia ser verdade que cada palavra pronunciada é gravada e tudo será exibido em imagens. Fosse no trabalho, em casa, no café, na cama... Tudo devia ficar registado porque aí acho que muita gente deixaria de viver na ilusão de um Big Brother para VER. Ver quem é quem, realmente, e não apenas aquilo que pensam que são. 


sábado, 11 de outubro de 2014

Rico Filho - a mensagem no facebook

Minha mãe não me criou para ser rica. Ao contrário de uma ou outra mãe que conheci, não me educou para procurar um rapaz "bem de vida" e só demonstrar interesse por rapazes oriundos de famílias de posses com carteiras recheadas.  MAS... passou a vida toda a dizer coisas como:

«Só tu é que não consegues nada!»  - referindo-se ao "bom partido" que uma colega arranjou
«Só tu é que não consegues nada!» - referindo-se ao "bom" emprego de uma ex conhecida qualquer
«Só tu é que ficas para tia!» - referindo-se ao casamento de alguém
«Olha para ti, andas sempre toda enxovalhada!» - constantes críticas à minha aparência

E quando era menor, era frequente escutar:
«Pensas que o dinheiro cai do céu!» - mesmo quando não falava de nada
«A filha da vizinha fez, só tu é que não fazes nada» - referindo-se a qualquer merdinha que fosse
«Precisas? Vai comprar! Trabalha para teres dinheiro!» - diante da possibilidade de qualquer necessidade, mesmo as básicas e as mínimas escolares
«A vizinha "veio-me" contar que a filha ajudou-a a limpar a casa, limpou o pó ao quarto, à sala... só tu é que não fazes nada!» - rebaixando-me constantemente nas comparações com qualquer pessoa, principalmente quando injustas

E existiria mais para contar. Contudo, tudo isto serve apenas para o que vem a seguir. Minha mãe postou uma imagem com uma mensagem no seu facebook. Ao ver do que se tratava não pude deixar de expressar um som nasal, como que a tomar percepção do quanto nas redes sociais as pessoas partilham um IDEAL, mas têm toda a dificuldade do mundo em colocá-lo em prática. 


Se existiu algo a que posso atribuir grande parte da responsabilidade à educação dada por meus pais, é exatamente esta. Souberam sempre me educar de forma a colocar o IN que antecede a palavra «felicidade».



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

AQUI SE GRITA no Tweet!


Acabei de colocar este blogue no twitter. Não entendo muito disto mas conto com a vossa ajuda para praticar. E juntos, iremos nos divertir! Se também têm os vossos blogues no tweet, indiquem o endereço, para sermos seguidores! O meu é este aqui:

https://twitter.com/Portuguesinhas

Acabou de nascer mas acreditem, nasce porque notei existir uma necessidade para os meus curtos "insites". Espero que dê bons frutos! E vocês, o que acham destas redes sociais? São complementares a alguma outra que utilizem?

Primeiro tema: Ébola

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Ocorreu-me ter caído no conto do Vigário...


... ao me matricular numa faculdade.

Não me interpretem mal, não me arrependi. Mas folheio páginas de jornais e o que não faltam são "faculdades" ou entidades a facultar "cursos" com estágio incluído e eu percebo que isto tudo é um negócio. As oportunidades de emprego a seguir são tantas quanto as que existem agora, são zero, nada, mesmo que inclua um estágio. 

Afinal, para quê empregar se podem colocar estagiários? E agora com a vantagem que estes, no fundo, irão estar a pagar para estagiar, quando anteriormente isso não acontecia. 

Vai custar-me saber que irei pagar uma fortuna, da qual só tirarei proveito se de facto isto abrir portas para novos rumos. Se não abrir terei gasto um ano de salário, o que, colocando nessa perspectiva, dá o que pensar. Mas a decisão está tomada e não me arrependi. Tentei antes de fazer a matrícula, tentar saber o que outros alunos que haviam frequentado o mesmo curso tinham achado do mesmo. Não descobri nada, o google nada me indicou. Mas quero acreditar e vou acreditar que isto me vai fazer bem e sim, irá mudar algo na minha vida, para melhor.



segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A fashion wave facebookiana das fotografias de criança aqui em casa


Há uns posts abaixo questionei-me sobre o porquê das fotografias antigas de quando se era criança andarem a ser constantemente postadas no facebook. Chamei a isso uma "fashion wave" facebookiana. Quis o destino que essa onda (wave) viesse rebentar à minha «costa».

Passo a explicar. Não, eu não aderi aos cordeirinhos ou segui a carneirada. Não fui buscar fotos de quando era pequena para exibir no facebook. Mas quase.

O outro filho de meus pais veio pedir-me fotografias suas, de quando era pequeno. Ora quem tem os álbuns com essas lembranças, naturalmente, é ele, não sou eu. Lá na sua casinha, arrumadinhas numa caixa qualquer, depositadas na arrecadação, a ganhar teias de aranha.

Só que é tão preguiçoso e nunca deu importância alguma a isso que achou mais prático vir ter comigo para que eu procurasse entre as minhas fotografias onde ele aparece em criança. Enquanto assentou a bunda no sofá eu andei pela casa à procura de alguma fotografia desse longínquo tempo. Lá encontrei umas quatro e lhas fui entregar. Não ficou satisfeito com nenhuma, torceu o nariz. Perguntou se só tinha aquelas e disse que sim. (Se tem preguiça para ir buscar as suas à arrecadação, porque hei eu de ter ter o trabalho que ele não quer ter para ir buscar as minhas?)


Uma fotografia que tenho e que sempre gostei é uma onde está a usar o bacio. Sempre detestou essa fotografia. Zangou-se comigo quando a coloquei num álbum familiar. Pois essa foi uma das fotografias que disponibilizei. Sou da opinião que todos nós que passamos pela fase do bacio devemos ter uma fotografia sentados nele. Acho tão adorável! É natural e bonito, transversal a todos, seja lá quem for a pessoa. Desde o primeiro-ministro ao faxineiro. Torna-nos a todos seres iguais. E por tudo isto e por simplesmente gostar, aprecio fotografias de crianças a usar o bacio.

Ficou uns bons vinte minutos a olhar para todas, a decidir quais ia colocar e em particular se ia usar a do bacio. Como não gosta da foto disse logo que não. Usei dos meus argumentos para tentar fazer perceber que fotografias no bacio se calhar até são as melhores para se colocar em algo como o facebook. (devia existir uma «wave» só para estas, com o nome "eu no bacio" - a saga). Após matutar, lá pegou no telemóvel e ainda sentado no sofá, fotografou as imagens e acabou por escolher publicar todas, inclusive a do bacio.


As reacções às imagens encontrei mais tarde, quando abri o meu facebook. Não gostei do que encontrei. Sinto sempre algo estranho, uma espécie de tristeza, quando encontro as suas publicações. Sei que não são genuínas, não representam a verdade. No texto que acompanha as imagens dá a entender que se esforçou para achar as fotografias e que escolheu publicar todas porque «faz bem recordar». E isso me dá um certo incómodo, pois sei que se está a borrifar para as fotografias ou para as recordações. Quem teve de encontrar fotos fui eu e a sua indiferença é tal que inclusive perguntou-me isto, quando lhe levei as imagens:

-"Tens a certeza que este sou eu?"
-"Sim, és tu. Mas tu não te reconheces nas tuas fotos de bebé?"
-"Não."

Portanto, eu podia dar-lhe a foto que quisesse, do bebé que eu quisesse e dizer que era ele que estaria tudo bem. Talvez devesse ter feito isso. Porque assim seriam os outros, os que se lembram e realmente sentem saudosismo e nostalgia por tempos idos, os primeiros a dar conta do erro e a chamar a atenção. 

Nos comentários ele usa a minha opinião sobre a fotografia no bacio como se fossem palavras suas. Escreveu algo como «que boas lembranças», quando eu sei que nada daquilo lhe diz coisa alguma e está a borrifar-se. É tudo falsidade. É um parecer por aparecer, um aparentar, é algo que tenho dificuldade em apreciar mas que tenho que admitir, com esta tristeza, que é o que a sociedade parece apreciar. Porque sei que este tipo de postura não é exclusiva, está generalizada. É uma tendência e um caminho pelo qual a sociedade está a optar. Usam-se máscaras, muitas, cada qual para cada ocasião. É-se aquilo que os outros querem que se seja. Já quase não existem pessoas que saem de casa e não colocam máscaras. Nem mesmo por computador. Não é desolador?


domingo, 5 de outubro de 2014

Ausência de empatia e indiferença emocional


Há muitos anos tinha visto tanto este documentário como o filme. Revi agora, graças à facilidade do Youtube. Como sempre, o filme é bom mas omite os factos mais chocantes. Digam-me vocês o que pensam deste delicado tema. Existe regeneração para indivíduos gravemente perturbados?


sábado, 4 de outubro de 2014

Pérolas de Sabedoria - Tweet03

A humildade é um defeito laboral.
(euzinha, ontem, dia 3 de Outubro às 10.50h)