segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Beleza da simplicidade

 

Um fruto bonito tanto inteiro como em casca.



Faz muito tempo que gostaria de ter uma plataforma só para fotos, vídeos e pequenos textos. Algo prático que se possa publicar em poucos "clicks".

Se fosse fazer no blogger tudo o que me apetece quando me dá vontade teria posts diários e alguns várias vezes ao dia.

Não creio que exista ainda o que tenho em mente.

Sugestões?

sábado, 16 de agosto de 2025

Conhecer lixo humano

 

Lembro de um vídeo de um conceituado jornalista da TV brasileira que, em off, criticou e rebaixou dois homens do lixo que tinham aparecido no segmento anterior, desejando à equipa e a todos um feliz natal. Os dois lixeiros, no seu uniforme, apareceram num vídeo deixando uma mensagem de felicitações. Em off, o apresentador comentou que só faltava aparecer lixeiros... se não tinham mais ninguém. Algo do género. 

«Que merda... dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras... o mais baixo na escala de trabalho» - disse o jornalista Boris Casoy logo após se despedir e pensar ter ido para os comerciais. 

Aquilo vazou, caiu mal aos olhos do público e o apresentador teve de se retratar. Por "danos morais" causados, os dois lixeiros foram indemnizados. 

Isto só para contextualizar que, no Brasil, parece que ser lixeiro é algo mesmo desprezado. Não sei se só por uma elite besta e pedante, se por todos. Mas os chamados GARI - que até tem apelido próprio para isso - parecem ser considerados os MAIS BAIXOS posicionados na escala social. E por isso, é como se não fossem seres humanos?

Deus não faz distinção não... E quando sangramos, a cor é a mesma. Se um ricaço da elite for parar ao hospital - alguém como, sei lá, o tal jornalista Boris Casoy e precisar de transfusão de sangue ou de um orgão, o de um lixeiro negro, pobre, com vassoura serve tão bem quanto o de qualquer outro. E aposto tudo como não haverá, nesses contextos, esta arrogância e altivez de classe. De quem se julga moralmente ou intelectualmente superior apenas porque as oportunidades recebidas foram acima da média do outro. 


ESTA INTRODUÇÃO é para chegar aqui: 

Vejam a cara deste indivíduo: 


Parece um Clark Kent, certo? Bonitinho, sorriso conseguido no dentista, cabelo meticulosamente arranjado, imagem cuidada... diria que a única coisa mais alarmante seria o físico. Esse excesso de preocupação com a imagem projetada para o exterior e o empenho em atingir músculo. Porque para ser grosso assim deve envolver muito tóxico... e isso em si já dispara umas tantas bandeiras vermelhinhas bem grossas... Mas isso é suposição. 

O que importa é que registem o rosto dele. Detetam alguma coisa alarmante? Parece dócil, amistoso, simpático, certo?

Agora vejam este rosto aqui: 


Um cara comum, certo? Meio com cara e pose de bandido, assim de lado, mas isso é suposição. Tirando uma selfie a "bad boy" sedutor.. Reparem que também é musculado, mas parece ter músculo natural, daquele que é teu mesmo, fruto de trabalho do dia a dia e da genética. Procura cuidar da sua imagem o melhor que consegue, está feliz com o resultado e fica contente por poder exibir qualquer indumentária daquelas que fazem publicidade a nomes de marca. 

Marcas essas que conquistaram agora tanto o cliente de alta classe, para os quais costumava ser exclusivo, como o público de média e baixa classe, que economiza meses para comprar uma legítima mala vitton. Será que a classe alta se incomoda de ter perdido a exclusividade? Porque exibir-se em marcas de luxo era um diferencial social que representava status elevado. Uma forma de se colocarem no "mercado social" com uma etiqueta de preço de valor acima da média. Mas agora qualquer lixeiro pode usar ténis do Michael Jordan e T-shirts da Adidas... 



Bom, e agora temos lado a lado estes dois rostos. O do anjinho de couro de igreja, menino da mamã, obviamente à esquerda, e o wanna-be sexy bad boy. 

Pois deixem-me dizer-vos que um destes homens já não está vivo. Foi assassinado pelo outro. Os dois NUNCA se conheceram. Sequer trocaram uma palavra - ao que parece. Mas no instante em que se cruzaram, um matou o outro. 

Ah, gangs! Ah, a violência gratuita!!

Estão certos. Violência mais gratuita que esta não existe. Mas agora vamos ao contexto. 

O senhor da esquerda, de nome René da Silva Nogueira Júnior está vivo. Logo, é ele o assassino. Sim, assassino. Porque ele puxou de uma arma de fogo e simplesmente disparou no outro.  Laudemir - que assim é o seu nome - e só o nome próprio surgiu nas matérias que li, como se, no caso dele, por ser pobre, se dispensasse mencionar outros nomes e o apelido.  Laudemir estava a fazer o quê? Provocou? Insultou? Invadiu a casa do primeiro?

Não. Laudemir estava a trabalhar. Ao invés de Laudemir, alguma imprensa substitui seu nome por gari. Recordem acima... GARI significa pessoa que trabalha como lixeiro. O "mais baixo na escala"- segundo o jornalista Boris Casoy.

Fiquei ultrajada enojada quando li os contornos da situação. O senhor Júnior, «empresário» - que é a conotação laboral que hoje em dia todo o gajo que não quer nem trabalhar nem estudar no duro mas quer ter estatos dá a si mesmo (é como se saísse na rifa da farinha amparo) estava no trânsito e não conseguiu passar entre um automóvel e o camião do lixo - que ali estava a fazer a recolha. Não quis esperar. Estava apressado demais. 

Refilou e ameaçou se um tocasse no carro dele que lhe dava um tiro na cara. 

E o resto... é que fez isso mesmo. Matou a sangue frio a queima roupa um indivíduo que estava ali a fazer o seu trabalho. Foi Laudemir mas podia ser qualquer um outro. Foi o que estava mais próximo - disse a testemunha, a motorista do camião. 

Este DESDÉM pela vida de outra pessoa só porque ela trabalha na limpeza de lixo... revolta-me. Se querem saber o que é LIXO de verdade, LIXO humano, só têm de olhar para o rosto do sr. René da Silva Nogueira Júnior. Isso sim, é que é lixo, excremento. De que vale ter estudos (suposto), ter acesso a melhor condições de vida se... por dentro se é pobre? Se por dentro és um LIXO??

Tenho apreço por todos aqueles que todos os dias recolhem o lixo à porta de casa. Que recolhem nos contentores das ruas, que o recolhem das estradas, parques, por todo o lado. SEM ELES viveriamos como RATOS. Na imundice. Na imundice gerada, na sua maioria, por pessoas que acham que vieram ao mundo só para fazer lixo e que este "desaparece" por si só. 

Depois de matar a tiro, com a arma de fogo da esposa - uma delegada de polícia!! - o homem de 47 anos (nenhum mocinho) ainda foi para casa, passeou os cães e foi malhar na academia. Onde foi apanhado. 

MAS QUE É ISTO????
Então mata-se uma pessoa e é como se nada fosse??

Vai passear os cães???
Tinha pressa para isso? Para ir passear o cão e ir ao ginásio?

O desdém pela vida de alguém SÓ PORQUE ELE É GARI... 
Isto é desprezível. 

Pena máxima para criaturas assim. 

RIP Laudemir sem último nome.... 
Que a classe "mais baixa" no brasil seja respeitada como seres humanos que são!!!

Lembre-se que muitas pessoas que já estiveram no topo hoje podem estar em baixo e vice versa. Não é só nas novelas que devemos torcer para que a mocinha da Regina Duarte que perdeu tudo vença na vida. Temos de defender o correto sempre. O honesto. O certo. Os "César*" desta vida, têm de se dar mal. 


* Referência à trama da novela Vale Tudo

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Vejam e viralizem este vídeo aqui - está a bombar no Brasil por um bom motivo!

 



Espalhem este vídeo por todas as vossas redes sociais. Espalhem, falem dele, mostrem. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

O ouro

 Passei por um outdoor de rua com os seguintes dizeres: "usado, velho, partido. Compramos".

E qual é o produto? OURO.

Dá-me um embrulho de repúdio ao ler aquelas expressões usadas com o intuito de diminuir o valor. Puro é sempre ouro. Não perde o valor. Não importa se está partido, usado ou muito menos se sé "velho". Pelo contrário: se for velho pode valer ainda MAIS que o valor do seu peso. Desde que tenha uma marca de alguma antiga confeitaria.

Numa ocasião na minha vida, entrei numa dessas lojas que dizem "compramos ouro". Levava comigo uma pulseira e um colar que queria muito vender porque não me diziam nada. E também uma pulseira de infância da qual não me queria desfazer mas levei a pensar se me traria mais valor.

Fiz isto por alguma revolta. Na altura fui trabalhar em navios cruzeiros por um contrato de 3 meses. É trabalho árduo, sete dias por semana, 12 horas de trabalho oficiais, 18 na realidade.

Fiz por curiosidade, vontade. Quando regressei a Portugal minha família me "presenteou" com a necessidade de se comprar um computador novo. E me disse para usar esse dinheiro.

Concordei mas me senti defradada. Nem pude sentir o dinheiro na conta. E estava novamente a zeros.

Por isso peguei naquele ouro que não me dizia nada - a pulseira é colar a combinar, mais um anel sem importância tudo compra recente de pouco mais ou menos de 10 anos com intenção de recuperar um pouco. A pulseira de infância não queria realmente vender. Peguei na câmera de fotografar e ampliei o símbolo cunhado no fecho. Depois pesquisei na internet. Tal como intui, ouro dos anos 70, 80, de qualidade, feito por artesãos e com mais valor por isso.

Cheguei a loja de ouro em Alvalade, Lisboa, entrei e achei estranho. Uma jovem mulher ao balcão. Mostrei-lhe o ouro que queria ver em forma de dinheiro: o colar e pulseira. Ouro reluzente 🌟, desse moderno, sem riscos, como que acabado de sair da vitrine. 

Não mostrou grande interesse nem pelo conjunto nem pelo anel. Sei bem... A arte de criar não lhes interessa. É tudo derretido para criar lingotes.

Mas aí veio a pulseira de infância... Ela pegou naquele óculo e tentou disfarçar o interesse. Mas insistiu em comprar aquela pulseira. Estava indecisa, não queria. Mas subitamente lembrei-me do computador e de como me impuseram sem perguntar que usasse o meu suado dinheiro para o comprar e, nesse impulso, disse que sim. Aquilo tudo deu uns 60 euros. Uma MISÉRIA. 

Ela passou-me o recibo 🧾 e eu saí da loja. Dei apenas uns passos não muito distantes e arrependi-me. Quis a pulseira de volta. Não queria o dinheiro. Voltei atrás só para me deparar com a porta fechada e a grade metálica corrida. Ela fechou a loja de imediato. Decerto para tratar toda empolgada do "achado" que acabara de fazer. 

Quis bater, devolver o recibo e pedir a devolução, dizer que mudei de ideias. Mas ela foi mais rápida que eu e assim que me viu atravessar a soleira da porta tratou de bloquear meu regresso.

Não sei porquê sempre fui assim... Deixar os outros me enganar. Sabia da presença da marca. Sabia que tornava a peça especial. Não seria decerto derretida. 

Contudo fiquei a aguardar que fosse ela a mencioná-lo. A ser honesta. Ela nunca mencionou mas só se empolgou com a compra depois de a ter visto. Nem queria saber do resto. 

Nunca mais irei vender ouro. E tenho asco deste tipo de engano a que tentam levar as pessoas mais bondosas a cair.

domingo, 27 de julho de 2025

Desfazendo Mitos


Aqui em Inglaterra as malas deviam pagar bilhete á parte. 


É que toda a gente que entra no autocarro com uma, por mais pequena que seja, a primeira coisa que faz é colocá-la num assento e ocupar o do lado.

Pode até ter apenas um fino casaco de malha. Não interessa: ocupa um assento. Um pequeno saco plástico com fast food? Tem o seu próprio assento.

Mas se pensam que, como em Portugal, muitos pegam logo na mala ou qualquer que seja o estorvo para ceder espaço aos passageiros que entram, estão muito enganados.

Aqui fingem-se de mortos. 

Olham para o lado, fechamos olhos fingindo dormir, tapam o rosto com a mão 🫱🏾 ou brincam com os telemóveis e fingem não notar.

Tem gente que viaja de pé 👣 só para não "incomodar" quem pagou bilhete para um mas ocupa lugar de dois.


Pois é...

Talvez no centro de Londres não seja assim. Mas aqui na periferia é o que descrevo.

Diz o imaginário coletivo que as pessoas a viver afastadas das grandes cidades são mais afáveis, cordiais, simpáticas e não perdem a paciência com tanta facilidade como os citadinos. É mito.

 

sábado, 19 de julho de 2025

Injustiça SOCIAL que a Lei permite

 O filme que acabei de ver passou hoje no AXN Filmes. Chama-se 99 casas. E chorei dolorosamente ao vê-lo. Não é um filme de terror, é um filme real, com injustiças reais. Daí ser tão perturbador. Chorei devido a uma sensação pesada de perturbação e angústia. O tipo de coisa que pesa na alma e nos deixa num desconforto total. 



Este acima aqui no vídeo é um homem super carismático que fez fortuna sem pagar impostos. Como? Bom, ele investe em imobiliário. Ou seja: ele usa o mesmo sistema que nos entala a todos para dele tirar benefícios. 

Isto é possível só para quem entende muito bem de finanças, banca, leis. Porque numa coisa ele está correto: Nós, cidadãos comuns, NÃO SOMOS EDUCADOS para realmente entender o que importa. Porque se fossemos, deixaria de existir contribuintes para dar dinheiro ao Estado e reduziria drasticamente o numero de pessoas que podem ser exploradas a trabalhar que nem cães em troca de um salário que já sofre uns tantos cortes e tem de servir para pagar as tuas dívidas a conta-gotas, durante toda a vida. 

O filme 99 casas, aborda esta situação dos investimentos Imobiliários e dos Bancos, que, ao emprestarem dinheiro a juros para a compra de uma casa, quando a pessoa não paga umas prestações, toma a propriedade para si e despejam os inquilinos. Estes, sem ter para onde ir, ficam literalmente na rua. Com todos os seus pertences no chão. Prontos a ser saqueados por vizinhos inescrupulosos ou quem quer que seja. 

Isto é deveras perturbador. Talvez tenha acontecido comigo noutra encarnação porque a possibilidade sempre me assustou. Imaginem estar a pagar a própria casa aos poucos, depois algo acontece, tiram-te a casa e colocam-te na rua! Não importa a idade que tens. Se és jovem, tens mais hipóteses de ir à luta mas na terceira idade... 

Foi exatamente nesse momento do filme que desabei num choro pesado, por não aguentar mais ver a sucessão de despejos apresentados no filme. Quando chega à parte em que quem atende à porta é um senhor idoso, agora viúvo... desabei. É doloroso. Um homem que trabalhou a vida inteira para ter um teto debaixo da cabeça com filho distante de quem perdeu o rasto e é despejado na rua.... ele diz que já não conhece nenhum dos seus vizinhos. Que viveu naquela casa a vida inteira... que a esposa e ele pagaram as prestações... Mas o tribunal decretou que fosse despejado.  Em segundos foi posto na rua, a segurar uma caixa de papelão com algumas bugigangas no interior. Quando tinha paredes e uma casa para morar apenas segundos antes. 

A ganância e as "leis" não têm problemas em transformar pessoas trabalhadoras em indigentes. 


E é aqui que entra o exemplo do "Pai rico, pai pobre" - pois foi assim que este investidor no ramo imobiliário, Robert Kiyosaki se capultou para a fama. Escreveu um livro com este título, passou a dar entrevistas e, sendo carismático, as pessoas começaram a falar dele e de suas ideias. 

Numa dessas entrevistas que vi há uns largos anos, ele a mulher, num podcast, falavam de como era gerir as casas. Lembro de dizerem que precisavam de encontrar ajuda, porque já tinham muitas casas. Alguém lhes deu o nome de um ótimo gestor e, ao contactá-lo, receberam como resposta: "Não faço menos de 1000 casas. Quando tiverem mais de 1000 casas venham ter comigo". 

Imaginem o que é... 

A injustiça deste mundo quando eu, sonho com casa própria desde crianças, sigo as "leis" todas.. e não atinjo essa meta. E outros são donos de mais casas do que aquelas que alguma vez possam precisar.

Nesse vídeo do casal, Robert explica como a esposa teve de despejar um homem com dois filhos na véspera de Natal. "Não se pode ser emocional". 

Foi ao ver a sua esposa descrever o acontecido que comecei a olhar para estas pessoas com piores olhos. Véspera de Natal, um pai com dois filhos... e levam a polícia para os colocar na rua. "Os pertences, os sofás, o colchão ficou tudo na rua". "Na manhã seguinte muito já tinha desaparecido, porque os vizinhos pilharam as coisas". 

Fiquei a pensar foi no homem que ele despejou. Aposto que esse não o vê com olhos de admiração e culto. Pelo contrário. Percebi então que não há homem rico que não tenha agido mal para manter a sua fortuna. Despejar uma família com crianças na véspera de Natal... e achar isso um bom exemplo é... para mim, o perfeito exemplo do quando o ser humano pode se revelar um nojo como pessoa. 

 Eu entendo os dois lados. Mas não aceito que este seja o resultado e que nenhuma lei faculte amparo a quem se ve desamparado e com filhos!


Só se isto é exclusivo da América? Não, não deve ser... tenho a certeza que em Portugal a coisa não deve andar longe... Alguém me disse uma vez que aqui no Reino Unido ninguém despeja uma casa onde existam crianças... Não sei se é ou não verdade. Mas, por mais que revolte ver jovens a ter mais crianças para manter as ajudas e benefícios do Estado, como rendas a 90 euros por MÊS, a ideia de os colocarem a todos na rua também não está certa.

É todo o mundo a explorar todo o mundo. O Estado ajuda estas famílias, com o dinheiro de pessoas como eu. Pessoas que fazem tudo "certinho" como manda a lei e a moral, trabalha que nem escravo para ganhar uns trocos no final do mês, pagar suas contas e seus impostos. E a Banca facilita a vida a quem lhes dá garantias de um retorno substancial, permitindo a pessoas como Robert ganhar dinheiro e dar dinheiro à Banca. Mas alguém sempre sai derrotado. E esse alguém somos "nós" os restantes 99% da população.

Meter o dinheiro em frente da humanidade. 

O filme relata isso mesmo. Vejam e depois voltem e contem se também choraram de horror.  

quinta-feira, 17 de julho de 2025

O beijo

 

Dobrei a esquina e vi de frente da loja de bubble tea duas raparigas e dois rapazes em uniforme escolar.

Reflectia no quando eram curtíssimas as.saias plissadas do uniforme das meninas que deviam ter entre 13 a 15 anos de idade e pensei o quanto será que a sociedade realmente progrediu quando ainda objecticamos a mulher e se começa tão cedo. Todas as saias de todos os uniformes escolares das meninas só se estendem até mesmo onde começa a aparecer suas nádegas.

São tão jovens. Contudo, pela simples prática generalizada de usar uniforme escolar curtíssimo decerto que se fica exposto a situações que só deviam acontecer mais esporadicamente e não com adultos, mas meninos da mesma idade.

Subitamente uma terceira menina de saia plissada sai a correr aflita da loja. Uma das que estava cá fora vai atrás dela para saber o que aconteceu.

Enquanto caminho e passo por elas escuto a aflita dizer: 

- Fui beijada!!

Meu deus, juro. Acabei de ser beijada! Fulano deu-me um beijo. O meu coração está aos pulos!

Ah, as hormonas e a juventude... Que bonito. O primeiro beijo que, mais para a frente nem vai contar como beijo a sério. 

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Ruído, calor e confissões

 
Acabei de me lembrar que o primeiro objecto que comprei quando vim para inglaterra foi um aquecedor. Identico a este:  

Estavam por todo o lado, em todas as lojas e supermercados. Quando vi o preço: TRES LIBRAS, achei que era engano. Que tinham se enganado e quando passasse na caixa registadora iam perceber e cobrar um valor mais alto. 
Mas não. O preço mais alto que encontrei por um destes foi cinco libras. Era, portanto, realmente o valor cobrado por um equipamento eléctrico que dá para usar tanto na vertical quanto na horizontal, tem dois níveis de calor e um de ventoínha. 


ADORO-O!!

É o que tenho ligado agora, 8 anos depois, para receber algum tipo de ar fresco. É de noite - de madrugada para ser mais exata. Duas da manhã. Mas o termómetro indica que, no meu quarto, a temperatura é de 25 graus. 

O meu quarto... é a divisão mais quente de toda a casa. Mas assim, ridiculamente quente. Três vezes mais quente que qualquer outro lugar. Aqui se transpira de calor o tempo inteiro. É um quarto virado para o sol, numa construção de tijolo massiço, feita para aprisionar o calor no interior já que a maioria dos meses do ano são de frio. Tem o telhado, que é outra fonte que retém calor, mesmo por cima da minha cabeça. E debaixo da janela, outro telhado, para reflectir ainda mais calor para uma divisão já de si quente como a primeira porta de entrada para o inferno, que fica a quilómetros de distância da "mansão" do demo. 

Tenho quatro ventoínhas ligadas - sem grande diferença. Abri a janela mas... os insectos logo começaram a aparecer. Sabiam que o mosquito é o animal mais mortífero para o ser humano? Pois então... depois de ler isso, ainda quero menos ter insectos dentro de casa. Nunca gostei de insectos em casa. São inoportunos, incomodativos, estão sempre a esvoaçar à frente da tua cara, a posar onde está mais húmido: as tuas narinas, os teus olhos ou a tua boca. NOJENTO! 

E mordem! Sugam-te o sangue. Para ser mais exata, o mosquito, monido de seis agulhas bocais, com duas serra-te a pele, com outras duas separa as extremidades para expôr o golpe, com outra insere saliva e virus na tua corrente sanguínea (se for transmissor) para então, com a sexta, sugar o teu sangue à vontade. Só as fêmeas mosquito mordem. Sugam o teu sangue para poder produzir muitos ovos que vão abandonar num lugar húmido algures na tua casa. E depois nos queixamos que temos uma praga de mosquitos que não se conseguem eliminar. Pois!! 

O primeiro passo para o impedir é não os deixar entrar. E não deixar que metam ovos, para os quais precisam de sugar o TEU sangue. Então, que haja calor... uma pessoa opta por este martírio porque a alternativa, subitamente, é bem pior. 

Depois lembrei-me porquê comprei o aquecimento. Foi, claro, para aquecer um pouco o quarto frio e húmido onde morava na primeira casa. Tinha um radiador, mas eu não suportava o efeito que me causava. Não gostava dele. Parecia queimar quase todo o oxigênio da divisão. Me deixava a sentir grogue e a almejar ar fresco. Depois, gosto de calor em doses muito pequenas. Ligava o aquecimento e desligava pouco depois. Contudo, teve uma dupla utilização que acolhi com muito prazer. É que quando tinha o cabelo molhado e era melhor secar, caso contrário podia ficar doente, este aparelho é bem mais silencioso que um secador. 

Nunca gostei de secar o cabelo com secador. NUNCA. 

Cada vez que mo faziam era um sofrimento. Para começar, o calor em si... a queimar-me o coro cabeludo... tortura. Mas o pior mesmo é que nem um minuto de barulho consigo aguentar. Os secadores são máquinas altamente ruidosas. E nunca aguentei muito. Foi sempre um sacrifício sem fim, quando ia ao cabeleireiro, ouvir aquele zumbido ruidoso. Diria que tortura para os sentidos. 

Concluí que sou uma pessoa talvez com maior sensibilidade a certos decibeis de ruído. Porque não me agrada ruidos corriqueiros. Lembro-me que depois do covid, quando se levantaram as restrições e as companhias aerias puderam retomar os voos, das primeiras vezes que escutei o ruído de um avião a preparar-se para a decolagem foi... incómodo. 

Agora já me habituei. Até procuro saber de onde vem. Sempre vivi perto de aeroportos e é um ruído que me era conhecido. Contudo, deixou de existir por um periodo de tempo e quando regressou descobri que, afinal, gosto muito mais quando não há ruído de todo a soar como um trovão pelos ares.

Sou sensível aos ruídos do dia a dia. Desagrada-me em particular o ruído de motores. Agora que os transportes estão a virar eletricos acho que isso não vai mudar, porque o zumbido do eletrico é uma coisa irritante... mudam o fuel, não eliminam a poluição sonora. 

Percebi também que faço uma viagem muito mais tranquila e permaneço mais facilmente de bom humor e bem de vida, se usar uns tampões para eliminar parte desse ruído. E sabem que mais? Escuto MUITO MELHOR os sons que é suposto escutar se tiver tampões nos ouvidos. Parece até que a fala das pessoas fica mais nítida. Música, se a colocar a tocar, escuto-a melhor. É como se o tampão - que neste caso não passam de uns velhos auscultadores de fio desconectados, filtrassem o ruído incómodo, reduzisse a sua amplitude e tornasse os sons que são para escutar mais nítidos. 

E vocês? Como sentem os ruídos do dia-a-dia?

sexta-feira, 11 de julho de 2025

 Five buses are stopped in front of my bus stop. The noise they make is understandably loud. If one is enough to cause discomfort imagine 5 noisy motors. One of the bus before starting to move makes that ear piercing bell sound indicating the doors are about to close. Then sounds the horn.

Seconds before reaching the bus stop I was reflecting how annoying the sound of a child doing a fake cry feels like. One boy was sounding like an ambulance "ioin! Ioin! Ioin!".

I pass him and his mom released I was going to distance myself and avoid being exposed to the noise much longer. Another kid had pass me riding a scooter and I was glad he didn't put himself in my way like sometimes kids do. It's funny... I've never realized kids do not have a good sense of space and distance. 

Has I passed the "ambulance like" boy, I start going down the pavement. It's when I start to ear a loud noise of plastic wheels approaching me. Sure enough it was a kid on its scooter - most likely the same I thought I was safe from encountering again because it had just pass up me. Descending in high speed I was hoping he wouldn't turn left like I was turning. But sure thing he did. I had to slow down my pace and stop, fearing this kid would cross my path and cause an injury to himself. He stop just next to me. Screaming to someone way behind him.

I had just walk pass a cigarette smoking guy and three people walking slowly but taking the all sidewalk for themselves. Breathing cigarette smoke in this heat of 30 degrees in a slow pace under the strong sun ☀️...

Not for me, thank you.

This sort of daily things don't stress me a lot but they do affect my nerves a bit. It's like I cannot walk on my own pace everyone is everywhere not paying attention or doing proper walking. Some just walk out of some shop and come to a full stop right in front of you, that it is walking on a strait line on the street. Many here, after entering a shop very slowly, decide to stop in the entrance, blocking the passage to everyone else wile deciding or coming to a group agreement we're to go first.

It is exasperating. Sometimes I suspect people here lack basic Notions of conduct behavior. Or is it me?

One of this days I was walking down a busy shop lane and a kid on a scooter comes behind me and turns into a stop in front of me. He did this 3 times and by the third I rolled my eyes and gesticulated in frustration. My concerns were about hurting the kid. But I didn't wanted to have to stop my normal pace of walking just because he kept appearing and breaking in front of me.

Has I roll my eyes a woman comfortably sitting on a bench said: 

- "Oh my fuck*** God!"

I assumed she was remarking my attitude, ignoring my reasons and the context. So I just returned her "F* God" followed by a "what?"  without even stopping or looking  back. 

Another person that steps hight in their moral horse 🐎 to criticize who they don't know. This phenomena is something that became so common In today's society. It is like a cancer. People have no modesty and are quick to judge, specially if it's is to criticize and put someone down. Even good actions done with good intentions are "murdered" in seconds on social media.

They don't they realize they are part of a big problem. That they are indulging it. Making it grow. It being intolerance, rush judgment, insult, disrespect, etc.

I cannot stand what the Internet calls "trolls". Which are people full of themselves that pass judgment and criticism to someone else, generally using insult and offense. But always very judgemental as if they know you and who you are.

That woman sitting on the bench was being a troll. Maybe she didn't knew it but she was.

I've read in a book and I never forgot it since about social anxiety. I think I suffer from it. I like people but I am shy with them. I like people but crowds are unpleasant to me. I do not feel very satisfied when I go to the shopping mall and one can hardly move.







segunda-feira, 7 de julho de 2025

Quem vê caras não vê corações

 


Este é Jason Pyne. Na foto nota-se que é um homem atraente e parece super simpático e carinhoso. Começou a namorar Nicole, uma jovem que já tinha um filho de outro casamento e os dois casaram, tendo-se mudado para outra localidade, onde morava a mãe deste. Tiveram dois filhos. Jason foi muito carinhoso enquanto fazia a corte a Nicole: comprava-lhe flores, seduziu a família dela que o achou muito simpático. De fala calma, prestando atenção às pessoas e sendo afável. Parecia gostar muito de Nicole e do enteado, que ficou muito contente por ter por perto uma figura paterna e o chamava de pai. 

Um dia, tinham as crianças mais novas pouco mais de seis ou sete anos, uma tragédia ocorreu: Mãe e filho estavam mortos. Mortos a tiro. O filho foi encontrado a segurar uma caçadeira, morto com um tiro na boca. A mãe, dormia na cama quando lhe estouraram os miolos. 

Quem fez a chamada a comunicar o óbito foi o marido, que tinha saído para levar os dois miúdos mais novos à escola e, quando voltou, encontrou aquele cenário de horror. 

Muito conveniente que os falecidos fossem somente os que não tinham ligação de sangue com o próprio... Foi um acto de extermínio igual ao que se praticaria quando se quer eliminar uma praga indesejável. Como uma infestação de baratas, por exemplo. 

A paramédica que chegou ao local disse que a falecida parecia estar viva e o que a surpreendeu foi o quanto o corpo estava quente ao toque. Parecia que tinha acabado de ocorrer. Quando escutou que existia um segundo corpo na garagem, o do jovem de 16 anos, ficou em choque ao olhar para os olhos do miúdo. Abertos mas sem qualquer vida. E o seu corpo estava muito frio ao toque. 


Dito isto, parece obvio que se trata de uma encenação para responsabilizar o adolescente pela sua morte e a da mãe. O padastro disse que, nessa manhã ele estava a ser difícil, a dizer que não ia à escola e que ele, o padastro, desistiu e afirmou que saiu de carro para levar os seus filhos à escola, deixando o adolescente chateado em casa. 

Quando chegou... calamidade!

A realidade é que foi ele, o padastro, que assassinou os dois. A menina, Remington, de poucos anos, agora a viver com a avó materna, uma vez contou que o pai viu o irmão mais velho a "fazer assim" - e deitou-se no chão e começou a tremer muito como se estivesse a ter convulsões. 

O disparo na boca do adolescente não foi fatal... pelos vistos o jovem, ou o corpo do jovem, teve tempo para reagir daquela maneira. Claro que as provas forenses apontaram para a impossibilidade do jovem ter como alcançar a caçadeira e disparar um tiro na boca, a 10cm de distância. Não há braço que aguente. 

Uma expressão mais de acordo com o íntimo da pessoa. Ainda assim, fácil de enganar o próximo, bastando um sorriso e cabelo lustroso.

Mas depois... Jason conseguiu usar a lei e obter um segundo julgamento. E foi aí que apareceu a paramédica, que contou qual a temperatura do corpo de um e de outro. Definitivamente Jason não ia sair da prisão. Então o que fez? Recrutou a mãe para intimidar a paramédica, para que esta voltasse atrás no seu depoimento. As chamadas telefónicas são gravadas e, mesmo em código, dá para perceber o intuíto das mesmas. Mãe foi sentenciada a 10 anos de prisão em liberdade e serviço comunitário.

 


Este é Henry Lee Jones. Seu rosto e olhar parecem indicar um homem pacato, humilde, simpático, prestativo, amigo, bondoso. E assim foi considerado por quem o conhecesse. Mas era tudo fachada. Mais tarde ou mais cedo, quem viesse a ter contacto com a verdadeira face de Henry jamais sobrevivia para contar a história. 


Henry Jones é um serial Killer, matando quem lhe aparecesse pelo caminho para roubar bens e dinheiro. Para ele as pessoas era um meio para um fim. Numa ocasião, recrutou um rapaz que dormia num banco de jardim para o ajudar a conduzir um carro até a casa de uma família. Chegando lá, noutra cidade, ele sai do carro, cumprimenta um homem com "então paizinho?" entra na casa... e o jovem que o acompanha, entra também, depois de ter ido empurrar um objecto para a garagem. Nisto encontra a mulher no sofá, com as mãos atadas às costas e Henry de arma de fogo na mão, a exigir que lhe dissesse onde estava o dinheiro. Depois ele vai para a cave, onde estar o idoso, escuta-se muito ruído e percebe-se que é o som de um assassinato brutal e violento. Leva a mulher para o quarto, tira o dinheiro, deita-a na cama e esfaqueia-a muitas vezes. 



Ele era descrito como uma pessoa agradável, simpática e prestativa. Conhecia o casal idoso porque havia morado na zona e, ao verem-no, ficaram felizes por reencontrar alguém que sempre se mostrou tão afável. 

Quem vê caras não vê corações. Por vezes, quem fala sempre de forma muito calma, sem levantar a voz, sem alterar muito os maneirismos, os comportamentos, não estão a controlar as emoções. Estão a FINGIR TÊ-LAS. 


Tenho no emprego uma colega assim. Soft spoken como dizem os americanos. Fala muito baixo, num tom quase de anjo. Para mim ela foi um demónio. E desde então, dedica-se mais ao que parece ser uma missão de seduzir quem a rodeia - em particular pessoas do sexo masculino - como se vivesse num universo onde estivesse a concorrer para o título de Miss simpatia. 

Ela consegui obter turnos diários porque foi para a cama com um homem que até se assemelha fisicamente com o do retrato em cima. Este não era bem visto no local: estava sempre a reclamar, a mandar vir, a dar ordens... As pessoas não gostavam dele. 

Nisto, tanto ele quanto ela, mudaram de estratégia. Passaram a falar com as pessoas com simpatia. A contar piadas, a falar de coisas triviais, a cumprimentar com um largo sorriso... 

Para se promoverem. Para enganar os que não sabem melhor. 

No meu entender, pessoas assim, são perigosas. Porque são aquelas que o Diabo mais gosta de mandar para a terra: Parecem e agem como anjos. Mas enganam!



segunda-feira, 30 de junho de 2025

Sempre a aprender novas lições de vida

 


A colega é uma idosa de 80 e tal anos. Por isso, quando se dirigiu a mim com o seu habitual jeito crítico e autoritário, não quis a repreender. Obedeci à ordem que me deu e justifiquei porquê não ia obedecer à segunda: colocar a minha garrafa de água no chão. 

A sua reação foi ainda pior que as ordens que decidiu dar, com uma prepotência e autoridade à qual fiz por ignorar, devido à idade e a querer acreditar que se trata também de um pouco de cultura mal interpretada. Afinal, eu fui criada de uma maneira, ela foi criada noutra, noutros países, diferentes décadas.

Enquanto lhe dizia, com simpatia na voz, que preferia manter a garrafa de água comigo porque esta tende a..... 

Ela interrompe-me e sai-se com esta:
-"Não preciso de ouvir nenhuma explicação. Não me interessa". 

Rude para caraças. Mas, mais uma vez, achei que talvez fosse o "upbringing" - a educação quiçá rígida de outros tempos, que ela deve ter tido num país mais totalitário qualquer, mais opressor.     

DESCONTO para a sua atitude de arrogância, autoridade. 
Mas não é NADA agradável trabalhar com ela. 

Há medida que o trabalho desenrola, coloquei uma caixa em cima da outra, para lhe facilitar o transporte e, mais uma vez, lá vem a repreensão, a crítica e a ordem: 

- Nada de por uma caixa em cima da outra! 
- Grita, logo após puxar violentamente uma das caixas de volta de onde a tinha tirado. 

Que nazi! É muito difícil trabalhar com pessoas assim. MUITO. 

Já estou a revirar os olhos quando o gerente me diz que afinal vou trabalhar noutra area.

Para o meu lugar surge uma outra colega, que já havia reparado estar a saltitar de uma área para a outra, como se pouco qualificada para fazer grande coisa. Ela parece nunca saber bem o que há para fazer. Meteram-lhe na mão um scanner e ela atrapalhou-se. Então o gerente a mudou de lugar e ela tomou o meu. Nisto, quando se aproxima da idosa, as duas parecem se engajar muito bem. A idosa está até a conversar. Comigo deu-me o tratamento de silêncio, até mesmo quando a cumprimentei, ao chegar. 

Fiquei revoltada. Então é assim?? 

Agiu como uma nazi. Subitamente entendi que podia muito bem ter sido uma, ou filha de nazis. Os jovens nazis são hoje muito idosos... e não foi por isso que deixaram de ser nazis. Não só envelheceram, como geraram filhos. Que muito provavelmente foram injectados para pensar como os pais e educados para tratar os outros com arrogância, superioridade, prepotência, má educação, maus modos, altivez, recriminação e, se puderem sair ilesos aos olhos da sociedade, torturar e matar. 

 O que aprendi então foi uma LIÇÃO DE VIDA. 

Não se tem de tratar bem uma pessoa maldosa só porque é idosa.
Assumir que, só porque a pessoa é geriátrica, teve amplo tempo para se pacificar e encontrar o "nirvana" da vida é um erro. A pessoa geriátrica não é automaticamente atenciosa com os que os rodeiam. Tanto os nazis como os Charles Manson da vida envelheceram. Um leopardo nunca perde as pintas, não é assim? E se, enquanto criança, ficou "tatuado" em mim que se tem de se respeitar sempre os mais velhos, afinal existem excepções. 

Tratar alguém como te tratam a ti. Esse devia ser o lema. 

Tenho um outro colega também avançado na casa dos 70, o Jimmy, que sempre foi um raio de sol. Sempre com um sorriso aberto no rosto. Muitas vezes lhe perguntei porquê não vai para a reforma. Ele me diz: "Para quê? Para morrer em questão de meses? Conheci muitas pessoas que, depois de se reformarem, estavam mortas no espaço de poucos anos".

Ele é feliz a trabalhar. 
Acho louvável. Acho normal. É o que eu pretendo também sentir quando lá chegar. 
A vida e o que nos interessa não termina quando se chega aos 70 anos. Ou 80. Ou 90. 

E também não existe um milagre que torne uma pessoa desagradável em pessoa afável, só porque avança na idade.  

 Espero não esquecer esta lição de vida! 

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Uma pequena consulta médica - algum enfermeiro por aí?

 Se uma pessoa está sempre a beber água mas está desidratada, o que pode significar?

Se uma pessoa mal engole algo já precisa de evacuar, o que quer dizer?

se uma pessoa sente imensa sede depois de evacuar ou sair do duche ou entrar num lugar aquecido, qual a causa?

se uma pessoa bebe água e logo sofre de refluxo gástrico onde só despeja essa água, o que quer dizer?

Bebendo agua enquanto recuperava o fôlego na sala de espera do consultório médico a meio da tarde. Uma enfermeira chamou meu none, conduziu-me ate uma sala que me é familiar. Sentei-me na poltrona e estiquei o braço esquerdo para ser aquele onde espetam a agulha. Esta entra bem, mas o sangue nao escorre. 

A enfermeira pergunta-me:

Bebeu água?

Respondo-lhe que tinha acabado de beber mas que podia beber mais pois tinha a garrafa de água na mala.

Ela remove a agulha sem a tirar da pele e reajusta a posição. Não funciona. Tira a agulha novamente e espeta-a novamente. Não funciona. Nisto quando vai para a remover mais um vez antecipa: "vai fazer barulho".

Tira a agulha e pergunto-lhe o que quis dizer com "fazer barulho". Com o tubo conectado à seringa, ela explica que quando sangue "fica assim" - umas pequenas gotas separadas com espaço entre si podiam se observar no tubo que precede a entrada da agulha - quer dizer que a pessoa está desidratada

Ela afasta-se, talvez para preparar outra seringa e eu aproveito, saio da cadeira e agarro a minha garrafa de água, dizendo que ia beber para ajudar. 

Ela experimenta e espeta-me novamente a agulha no braço. Sai um pouquinho mas deixa de correr. Enfio mais água goela abaixo, incrédula que faça efeito imediato mas, tentar não custa. Ela desiste e pergunta-me se pode tentar no outro braço. Explico-lhe o que venho a dizer a todas as enfermeiras faz décadas: Pode. Mas geralmente, ninguém consegue encontrar as minhas veias no outro braço. Muitos tentaram, falhando. 

Ela tenta, e consegue. Volta a espetar uma agulha no meu braço, enquanto eu, com o outro que fora várias vezes espetado, pego na garrafa de água e volto a ingerir o líquido precioso, na esperança deste fazer fluir o meu sangue com facilidade para dentro dos dois tubinhos que ela anexa à seringa. 

Lá se consegue mas ela acha que tirou pouco. Explica que, cada tubo, permite fazer oito testes. Mas que se for chamada novamente para repetir, é porque a quantidade tirada não foi suficiente para todos os exames sanguíneos. 

O que quis saber foi o que iam testar. "Fígado, açúcar, tiróide" - foi o que conseguir reter. Perguntei se também faziam à vitamina D, pois há dois ou três anos deu que estava deficiente. Respondeu-me que o NHS não faz mais esse teste, pois ficou "provado" que cerca de 80% da população do Reino Unido sofre, a dada altura, de carência de vitamina D e preferem aconselhar as pessoas a tomarem uns suplementos no inverno. 

Desconhecia. Mais uma coisa que o NHS (Sistema Nacional de Saúde) deixa de providenciar. Aos poucos a tendência é, como em toda a parte do mundo, deixar de providenciar muita coisa. 

Ma fiquei "contente" que iam fazer 8 exames ao meu sangue. Tenho andado com muita pouca energia. Se tentar correr, não consigo dar mais que uns tantos passos, uma meia dúzia, até sentir muito cansaço e perder o fôlego. Sei que o tempo não volta atrás e não serei capaz de vencer corridas e correr muito e rápido, como quando criança. Nem pretendo. Mas sei que me mantenho uma pessoa ativa e que a falta de energia, a languidez, a incapacidade de caminhar uma hora na rua sem sentir exaustão deve ter uma causa num problema de saúde menor qualquer. 

É melhor continuar a rastrear a minha tiróide. 

E pronto. Saí de lá com duas bolas de algodão agarradas aos braços com adesivo branco, que chamaram a atenção dos olhares mais curiosos. Pelo caminho de volta a casa, regurgitei quatro vezes, mas só saiu a água que havia engolido. Chegando a casa, descolei as bolas de algodão, que revelaram pequenas pintas de sangue em cada uma e fui tomar um duche. 

A pesar de bastante espetada nos braços por ter veias "muito finas", nenhuma marca negra sequer parece querer surgir.   

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Queer Pride

 

Caminhava apressadamente ontem pela rua, saída do emprego até casa. Perto de um edifício que costumava ser de escritórios mas foi transformado em apartamentos, no qual já passei algumas vezes sem ver ninguém por perto, estava uma pessoa magrinha, sentada a fumar e agarrada ao telemóvel. O cabelo louro e comprido a esvoaçar com o vento. Mas as pernas, cruzadas e nuas sob o sol, mostravam veias grossas e músculos salientes, além de pêlos compridos louros que cintilavam com o sol. A cabelo tapava o rosto da pessoa mas tive curiosidade em colocar os olhos para olhar. Porque para mim, tratava-se de um homem de cabelo comprido, embora parecesse uma mulher de relance - que foi como avistei o vulto.  Vi um bigode farfalhudo louro numa semi barba e todo aquele cabelo louro, comprido e solto. 

Comprovado que as pernas estranhas para uma mulher eram de facto de um homem, desviei o olhar e este foi parar no olhar de outra pessoa. Um outro fumador, sentado mais dentro do pátio, que estava a mirar-me com intensidade. Assim, um olhar desafiador, que eu interpretei como: 
"Sim, somos queer. E daí? Tens algum problema com isso??".

O "orgulho gay" está por toda a parte. As cores do arco-íris, apropriadas sem permissão ou timidez da inocência das crianças e da infância para se tornar um símbolo para um grupo sexualmente ativo com preferências diferentes. 

Nas lojas, nas prateleiras dos supermercados, em cartazes nas ruas, em bancadas montadas nos centros comerciais, na cafetaria do meu emprego. Ontem quase tirei uma foto porque subitamente, pareceu-me desnecessário e até redutor todos aqueles enfeites. Mas depois deixei para lá. 

Já fui a duas paradas gay aqui no Reino Unido. Por casualidade, pela alegria e animação. Na primeira, anunciada com popa e circunstância por mais de uma hora por uma banda de música a desfilar pelas ruas da cidade tocando um ritmo de tambor semelhante ao samba até chegar ao parque onde se realizava o evento. Entrada a pagar embora eu, como moradora local, tivesse recebido um convite pelo correio. Acabei por o oferecer a um pai que estava com duas crianças e aguardava a chegada da mãe para entrar no evento. Que consiste em uma espécie de feira popular com barraquinhas de comes e bebes e animações mecânicas e um espetáculo musical ao vivo, tudo vedado.

O estranho nestas coisas é o excesso de arco-íris numa só pessoa e os excessos de indumentária. Parece que quando mais chocante, melhor. Não sei se isto é defender uma causa, uma preferência, mas não faz muito sentido. O queer é tão aceite hoje, está tudo tão sensibilizado para as suas "lutas" que se esquecem que todos nós, como seres humanos que somos, estamos sempre a travar as nossas lutas. Os que não pertencem a grupos específicos, que infelizmente a sociedade apelidou de minoria não o sendo - também travam lutas de descriminação, intolerância, desrespeito. 

Não percebo é que estas lutas, importantes que são, precisem de ter festas, de serem exuberantes, chocantes até e ai de uma voz que o questione. Passa a não ser um evento pela liberdade, mas um evento de repressão. 

Nada me choca e nada me incomoda. A não ser a malícia que encontro nas pessoas. Essa sempre me choca muito. Ainda que lide com ela tanta vez. São lutas diárias que todos nós travamos. Não tanto por uma banalidade como gostar de um ou de outro... Mas lutas que duram uma vida inteira... lutas por justiça, pelo que está correto, para o prevalecer do bem. Lutar não para tirar benefícios sociais e profissionais à custa de algum guilty feeling/guilt bashing - mas lutar pelo sentido de que é justo. Sem filiações partidárias, sociais, grupais. Lutar contra um dos males que mais prejudica a vivência humana: a difamação. A maldade e malícia. O gashlighting. A saúde mental e o bem estar das pessoas - cada vez mais alvo desta sociedade mais desenvolvida, mais digital. 

Andamos a ignorar estes males - que atingem todos nós desde que o mundo é mundo. 
Andamos a ignorar que estão a crescer e que pouco fazemos - até mesmo em termos de leis - para nos proteger-mos com dignidade e justiça. 

Estamos cada vez mais à mercê de intriguistas, de mentirosos, de manipuladores. Seja em círculos pequenos quer seja em massa - na comunicação em massa. 

Fake news, notícias falsas cada vez a proliferar mais - o controle total do que cada indivíduo faz no seu universo digital - desde o uso do telemóvel a um email, o reconhecimento facial que agora não é exclusivo de aeroportos, mas de qualquer loja ou supermercado que se frequente, a Inteligência Artificial, o espalhar de boatos em redes sociais que proliferam como um incêndio, a manipulação de imagens.. TANTA coisa. Pela qual temos de lutar para que possamos ter uma convivência o mais igualitária e justa possível. 

Enquanto isso, pessoas caem vítimas destes abusos e violências contra seu carácter. Acho isso a maior calamidade que se pode infligir a alguém. Despir a pessoa do que é e fazer com que todos acreditem que é outra coisa que nunca foi ou poderá ser. 

E contra isso, quem anda a lutar?? 

sábado, 14 de junho de 2025

Menstruar não é normal

 A curiosidade fez-me pegar neste livro. 


De seguida reparei nos dizeres no canto inferior esquerdo onde diz "ciclo masculino" e pensei, por esta referência, que o livro foi escrito por um homem visando os mesmos.

Depois abri uma página ao acaso e coloquei os olhos numa frase ao acaso. 

Logo senti que estava diante de um disparate autêntico, um livro cheio de parvoíces misóginas, fruto de uma mentalidade cultural de ignorância onde a mulher é inferiorizada e o homem aclamado em excesso. 

Só há uma maneira de impedir uma mulher de menstruar. E essa maneira é um homem estar sempre a usá-la para sexo e mantê-la grávida. Como se fazem com as vacas para estar sempre a produzia leite.

Achei por isso que este livro era capaz de estar a enviar sinais de misoginia, de perpetuação do papel da mulher apenas como um de subjugação ao poder masculino.

Virei então para a contra capa e lá estava o género da autoria: homem. 

Mas não um homem qualquer: auto intitula-se um "verdadeiro génio". Bem ao jeito de muitos africanos que precisam de se sentir  superiores aos restantes e fabricam currículos para o aparentar.


Olhei novamente para a capa, a procura do clichê "doutor fulano cicrano".

Sabem o estilo... Como aqueles bem conhecidos anúncios nos jornais e revistas de charlatões africanos que se auto proclamam doutores "pai se santo" africanos super poderosos e milagrosos que oferecem ajuda espiritual e resolve "qualquer problema".

Mas na capa, o nome do autor não é precedido de um título auto atribuído. Talvez por precaução. Já na contracapa surge  a palavra "doutor" bem antes de seu nome.


Tinha de estar!

Olhando melhor a capa também vem escrito em cima á esquerda o primeiro nome do autor seguido da designação "pai da medicina".

Estes pequenos truques de associação mental e auto valorização para enganar as pessoas são amplamente conhecidos na Europa.

E digo Europa, porque na contra capa do livro assim surge essa referência para designar tudo o que não vem de africa. "escrito do ponto de vista africano  APROPRIADAMENTE condena o comercialismo europeu, pessoas descendentes da Europa assim como as descendentes de África vão encontrar neste livro a CHAVE para tornar seus corpos mais saudáveis".

Engraçado que, para conquistar um mercado mais amplo e usufruir do "consumismo" europeu que diz condenar (é mais desejar se associar), as "pessoas descendentes da Europa" podem usufruir deste livro.

Este livro serve para todos. É escrito por um génio. Perito na Arte e Ciência africana holística, diagnóstico e remédios.

Mas diz que a Menstruação na mulher não é normal! Mas se foi assim que Deus nos fez... Vem ele dizer que a natureza desde que o mundo é mundo é anormal?

Parece-me venda da banha da cobra. Bem ao estilo africano.

Creio que o próprio nome do autor é também ele uma fabricação visando impressionar um grupo. Suspeito não ser de baptismo e aposto que foi construído a partir de um aglomerado de nomes bem escolhidos, com significado holístico e mítico visando impressionar pelo status e influenciar grupos africanos pelo seu significado no imaginário das pessoas. Para dar credibilidade automática ao autor.

Ainda assim vou dar uma olhada, pois diferentes pontos de vista me interessam, ainda que suspeite dos mesmos. 

Onde diz que a menstruação da mulher não é normal ou saudável, vem escrito:

A menstruação é uma hemorragia. Hemorragias, seja onde ocorrerem, não são normais. Holísticamente, mulheres africanas negras numa dieta natural não menstruam. Estudos Antropológicos revelam que mulheres africanas anciãs não menstruavam. 

Mulheres holísticas seguem um ciclo reprodutor natural (até aqui tudo o que está a ser afirmado carece de explicação e também de fundamento, como costuma ser  comum neste género de autoria) com regras rígidas. Mulheres africanas anciãs não praticam sexo enquanto grávidas (uma forma de validar o homem pular a cerca), a amamentar ou a menstruar.

A amamentação durava entre 3 a 5 anos. ( Tempo esse que o homem africano se privava de qualquer atividade sexual pela esposa holística? Claro que não).

Sexo durante a gravidez ou amamentação provoca uma alteração de nutrientes e no nível hormonal. O que altera a capacidade em criar células saudáveis no corpo do bebê, diminuindo a saúde da criança por nascer. 

(Todos nós amplamente sabemos como todo o povo africano é altamente saudável, vende saúde. Aqueles pedidos humanitários para os alimentar, tratar da saúde em risco de morte por desnutrição... Devem ter sido todos inventados pelos europeus).

Relações sexuais em excesso e fora do ciclo (??) faz a mulher MENSTRUAR. Sexo á noite é anormal e fora do ciclo (ah, a explicação, depois do fato dado como certo...) e enfraquece os órgãos sexuais e a saúde. Sexo durante o dia segue o ritmo Circadiano do corpo. Sexo durante a noite explora emocionalmente e espiritualmente a mulher e contribuí para a hemorragia a que chamam de menstruação. 
 
O fluído da descarga vaginal (não a lubrificação para o sexo) causa a menstruação. As descargas vaginais são altamente concentradas em hormonas, vitaminas e minerais. É uma mistura muito concentrada que equivale ao valor nutricional do sémen. Nutrição que se perde devido à leitosa descarga vaginal e é a causa para que o tecido endométrio (pele do útero) perca a vitalidade e deteore. Esta deteorização celular é conhecida como hemorragia e é comum chamá-la de menstruação. 

Nenhuma mulher tem um ciclo menstrual lunar. Mulheres esquimós mentruam num ciclo solar a cada três anos ou mais. A sua menstruação é muito leve e não este jorrar de sangue da hemorrogia  mentrual dos dias de hoje. 

Menstruação entre mulheres que seguem uma dieta natural mas não seguem práticas sexuais holíticas ocorrem sempre durante o período solar. Períodos lunares são novas ocorrências entre as mulheres. 

Menstruação lunar (o período) pode ser uma fabricação social geneticamente transmitida de geração a geração. O período lunar pode ter sido causado pelo habitual consistente e persistente sexo lunar, orgias e violação da mulher e da dieta nutricionalmente inadequada.

Bem, e vou parar por aqui. Acho que ficam com uma ideia. 









domingo, 8 de junho de 2025

Bloody finger: dedo ensanguentado

 


Há medida que ia retirando os molhos de envelopes da máquina reparei que em alguns ficava uma mancha vermelha sangue.

E era sangue mesmo. O meu. A sair da ponta de um dedo onde, desde que o meu turno começara, as 8.30, repousava um penso.

Mas com um trabalho como este não há luvas -,quanto mais pensos, que resistam.

E assim um monte de gente que não conheço espalhadas pelo reino unido inteiro irão receber amanhã cedo cartas com o meu ADN. A minha mancha de sangue.

Enquanto puxava os molhos de envelopes fila a fila para os passar pela máquina novamente, em alguns a mancha ficava, noutros não. Só depois percebi que eram todos envelopes do NHS. (Sistema nacional de saúde britânico).

Pus-me a pensar se a marca ficar ao acaso nuns e não pegar noutros - (mesmo quando passei o dedo para ver se ficava) significava que os manchados de sangue, apontavam para as pessoas com doença séria e se os que não se mancharam eram os das pessoas que iam ter boas notícias.


sábado, 7 de junho de 2025

me da vossa opinião

 

Ter casa própria e uma necessidade que me bateu a sério pelos 16, 18 anos. 

Não por grandeza mas por sentir que precisava do meu próprio espaço onde pudesse ter sossego e crescer interiormente.

Imagino-me a concretizar isso com 16 e sei que teria sido um sucesso. Aos 16 há imensa coisa que não se sabe. Mas dá para aprender. Sei que ter essa e outras responsabilidades bem cedo teria sido benéfico para mim. O principal benefício é que teria me feito crescer em todo os aspectos. Principalmente em alguns que até hoje não se desenvolveram. 


Eu teria sido... Eu. Mais eu. A pessoa de quem as vezes sinto saudade, a que podia ter existido mas não. Parte do que sou e muito expressei neste blogue não teria existido.

A pessoa que deixa e permite tanto abuso... Não teria saído tanto assim. Teria sabido cortar logo pela raiz esses males, antes destes se propagarem.

Agora estou a refletir na REALIDADE.

Que vou partilhar aqui convosco pela primeira vez.

Estou a pensar comprar casa. 

Vocês todos que já passaram por essa fase respondam-me apenas ao seguinte:

Se fosse hoje o que optariam por fazer? 

Sendo que têm algum dinheiro poupado. Que pode servir para viajar e dar alguns mimos mais caros. Já não precisam de casa para crescer na vossa independência ou para constituir família.

Não tem prestações de NADA para pagar. Nada de seguros, nem de vida, nem de carro, nem de casa. Nada de prestações para pagar TV, telemóvel, carro... Nem sequer cartão de crédito.

São livres de dívidas e tem dinheiro no banco. Não muito mas razoável.

Ainda assim iam comprar casa? E com isso se endividarem para além da idade da reforma, vivendo de tostões contados e se calhar a fazer uma dieta alimentar mais pela imposição das circunstâncias do que outra coisa?

Iam optar por esse sacrifício agora pelo bem estar de morar em casa própria?

E voltar a sentir o gosto amargo como uma moeda de níquel que é não ter dinheiro suficiente para pequenas coisas? Provavelmente a ter de pedir empréstimos para arranjar a mais mínima avaria que a casa necessitar. Telhado, canalização, eletricidade 


Decerto já passaram por tudo isso. Imaginem agora ter de optar por comprar casa e ficar endividado para além da vida ou ficar com algum dinheiro no bolso.

Opiniões?


domingo, 1 de junho de 2025

Sem ser drogas ou álcool

 Um anónimo no Facebook perguntou num grupo o seguinte:

 Sem ser drogas ou álcool o que há para fazer para fugir da realidade?


Alguém respondeu:

"Arranja um cão 🐕‍🦺 e esquece as pessoas".

Será que vai ser esta a conclusão a que também irei chegar?


quinta-feira, 29 de maio de 2025

E se eu só tiver mais uns 20 e tanto anos de vida?

 Não pensamos nestas coisas mas não faria mal pensar.


Estava a medir as 🫀 pulsações por minuto e deu o valor de 72.



Subitamente o número revelou-se como a idade da minha morte.

Fiz os cálculos de quanto falta para essa idade e percebi que é pouco. Comparado aos anos em que já cá estou.

Então, dá que pensar.

sexta-feira, 23 de maio de 2025

A fruta sem sabor, consistência, cheiro

 

Há sempre uma primeira vez em que se experimenta algo. Com a passagem dos anos fica cada vez mais raro poder se dizer:

-"Nunca fiz isto" ou "Nunca provei".

Pois tive oportunidade de provar algo que nunca tinha comido: Pitaya, fruta também conhecida por Dragon Fruit.

Estava no supermercado e peguei nela, decidida a experimentar esta fruta de cor chamativa mas de aspeto tão estranho que até dá ares de vir de outro planeta.  👽 

Achei boa mas como explicar? Não tem gosto. Pelo menos não está que provei, a púrpura. Pois descobri que existem outras variedades: amarela, supostamente a mais saborosa e branca.

A Pitaya não tem gosto, a textura também não está lá mas é boa de engolir. As sementes nem se sentem, parecem nem existir. Sente-se que se podem ingerir umas 10 sem se dar conta.

Depois de comida, a casca não se desmancha, não fede, não apodrece e mantém aquela cor rosa chamativa.

Quem aí conhece bem este fruto?


quinta-feira, 22 de maio de 2025

Vídeo de viajantes

 

Lugares onde este viajante nunca voltará por más experiências:

Antenas, Grécia, Roma, Itália, etc



sexta-feira, 16 de maio de 2025

Roupa de verão tem um problema...

 Quando nao temos bolsos há que ser criativo.



terça-feira, 6 de maio de 2025

Não posso!

 

Como piada da internet compreendo.

Agora publicada pela própria Casa Branca (ainda que em partilha) é super incorrecto e desrespeitoso!!



segunda-feira, 5 de maio de 2025

Ternurenta e gloriosa forma de ser

 Foi em Janeiro de 2024 que guardei esta imagem que apanhei nas redes sociais. Acho-a FANTÁSTICA.


Ao contrário da maioria, não me apeteceu "gozar" com a autora da mesma. Trata-se de um comentário de opinião, sobre um programa televisivo. A parte que considero fantástica é que a pessoa soube escrever tal e qual como fala. E isso, meus caros, é raríssimo de encontrar. Talvez seja fruto de um aprender diferente. Revela a capacidade do ser humano em sempre conseguir atingir as suas metas, esteja ou não munido com as melhores ou piores ferramentas. 



terça-feira, 29 de abril de 2025

O apagão que desligou metade da Europa

 

Portugal, Espanha, Parte de França, Bélgica e Marrocos.

Pelos vistos foram estes os países europeus, todos na área geográfica da Península Ibérica, os atingidos por um ainda por explicar apagão. Qualquer fornecimento de eletricidade deixou de ser facultado. Hospitais, quaisquer serviços - até as pessoas a viajar em carruagens de comboio - agora que tudo é elétrico - ficaram onde estavam até ao momento da eletricidade se desligar. 

Esquentadores eletricos caseiros - deixaram de poder aquecer a água, nenhum fogão elétrico pode o substituir. Os telemóveis também deixaram de funcionar e os que estavam a perder bateria não tinham como carregar. Nada de redes sociais, wifi, semáforos que ordenam o trânsito, automóveis elétricos, elevadores, caixas multibanco, caixas registadoras, fontes noticiosas. Enfim, a dependência da eletricidade, algo que venho a apontar aos meus faz muito tempo, ficou exposta. 

A VIDA não funciona mais sem eletricidade. 

Acho que devíamos criar uma existência alternativa, onde tudo na sociedade continuaria a funcionar minimamente bem, caso um dia o "cordão" fosse cortado. 

 

domingo, 27 de abril de 2025

Como e que as pessoas podem começar o seu dia com barulho??

 No bus (autocarro), 7 da manhã de Domingo. A caminho do emprego. Entra uma mulher que se senta na parte de trás e põe-se a ver ruídosos vídeos no telemóvel.

Que horror!

Não entendo como podem preferir começar logo no caus do que permanecer na tranquilidade de uma manhã bonita, serena, solarenga e com um bus silencioso.

Logo a seguir a outra mulher (somos somente 3) põe-se a falar ao telemóvel.


Mal posso esperar para sair e só ter o silêncio da manhã! Será que isso existe??

sábado, 26 de abril de 2025

O PApa faleceu

 Foi com surpresa que soube, está quinta-feira, que o sumo sacerdote da Igreja Católica - o Papa Francisco, tinha falecido.

Está certo que não vejo notícias. Não vejo televisão ou leio jornais. Só trabalho. Mas nós períodos de relaxamento fiquei a ver vídeos e reels no YouTube. É uma rede social onde somos bombardeados de publicidade e pop-up com notícias.

No canto direito até surge "vídeos recomendados" - geralmente os mais recentes, colocados há horas.

E nem assim, neste mundo excessivamente bombardeado com informação não solicitada soube de imediato que o Papa havia falecido logo a seguir á páscoa. 

Acho que foi na terça de madrugada... Sendo que eu trabalhei na noite de segunda para terça de madrugada. E folguei na quarta. 

Até vi um reel com O Papa e um outro sacerdote sentados em cadeiras num evento e surge uma criança. Que os ignora e vai apertar a mão enluvada de um sentinela. As palavras de Francisco sobre aquele simples momento foram de abrir a mente. 

Mas não o sabia morto.

Foi quando no Youtube surgiu como sugestão um vídeo intitulado "O que o médico que viu o corpo do Papa disse"  que aquilo me intrigou.

Bom, e lá foi ele encontrar-se com os seus. Bem haja a sua alma. 

sábado, 12 de abril de 2025

lua Rosa (a menor de 2025)

 

Hoje de madrugada, ao sair do emprego, notei que a lua estava  brilhante e redonda no céu. 

Tirei uma fotografia e achei piada. 

Parece mais um foco de luz no alinhamento visual dos postes de iluminação à beira da estrada. Mas este "globo" brilhante não era, de todo, artificial.

Li agora que esta lua de hoje é especial. Chama-se Lua Rosa - não que a cor mude. Mas seria giro se fosse esse o motivo.