Acabei de me lembrar que o primeiro objecto que comprei quando vim para inglaterra foi um aquecedor. Identico a este:
Estavam por todo o lado, em todas as lojas e supermercados. Quando vi o preço: TRES LIBRAS, achei que era engano. Que tinham se enganado e quando passasse na caixa registadora iam perceber e cobrar um valor mais alto.
Mas não. O preço mais alto que encontrei por um destes foi cinco libras. Era, portanto, realmente o valor cobrado por um equipamento eléctrico que dá para usar tanto na vertical quanto na horizontal, tem dois níveis de calor e um de ventoínha.
ADORO-O!!
É o que tenho ligado agora, 8 anos depois, para receber algum tipo de ar fresco. É de noite - de madrugada para ser mais exata. Duas da manhã. Mas o termómetro indica que, no meu quarto, a temperatura é de 25 graus.
O meu quarto... é a divisão mais quente de toda a casa. Mas assim, ridiculamente quente. Três vezes mais quente que qualquer outro lugar. Aqui se transpira de calor o tempo inteiro. É um quarto virado para o sol, numa construção de tijolo massiço, feita para aprisionar o calor no interior já que a maioria dos meses do ano são de frio. Tem o telhado, que é outra fonte que retém calor, mesmo por cima da minha cabeça. E debaixo da janela, outro telhado, para reflectir ainda mais calor para uma divisão já de si quente como a primeira porta de entrada para o inferno, que fica a quilómetros de distância da "mansão" do demo.
Tenho quatro ventoínhas ligadas - sem grande diferença. Abri a janela mas... os insectos logo começaram a aparecer. Sabiam que o mosquito é o animal mais mortífero para o ser humano? Pois então... depois de ler isso, ainda quero menos ter insectos dentro de casa. Nunca gostei de insectos em casa. São inoportunos, incomodativos, estão sempre a esvoaçar à frente da tua cara, a posar onde está mais húmido: as tuas narinas, os teus olhos ou a tua boca. NOJENTO!
E mordem! Sugam-te o sangue. Para ser mais exata, o mosquito, monido de seis agulhas bocais, com duas serra-te a pele, com outras duas separa as extremidades para expôr o golpe, com outra insere saliva e virus na tua corrente sanguínea (se for transmissor) para então, com a sexta, sugar o teu sangue à vontade. Só as fêmeas mosquito mordem. Sugam o teu sangue para poder produzir muitos ovos que vão abandonar num lugar húmido algures na tua casa. E depois nos queixamos que temos uma praga de mosquitos que não se conseguem eliminar. Pois!!
O primeiro passo para o impedir é não os deixar entrar. E não deixar que metam ovos, para os quais precisam de sugar o TEU sangue. Então, que haja calor... uma pessoa opta por este martírio porque a alternativa, subitamente, é bem pior.
Depois lembrei-me porquê comprei o aquecimento. Foi, claro, para aquecer um pouco o quarto frio e húmido onde morava na primeira casa. Tinha um radiador, mas eu não suportava o efeito que me causava. Não gostava dele. Parecia queimar quase todo o oxigênio da divisão. Me deixava a sentir grogue e a almejar ar fresco. Depois, gosto de calor em doses muito pequenas. Ligava o aquecimento e desligava pouco depois. Contudo, teve uma dupla utilização que acolhi com muito prazer. É que quando tinha o cabelo molhado e era melhor secar, caso contrário podia ficar doente, este aparelho é bem mais silencioso que um secador.
Nunca gostei de secar o cabelo com secador. NUNCA.
Cada vez que mo faziam era um sofrimento. Para começar, o calor em si... a queimar-me o coro cabeludo... tortura. Mas o pior mesmo é que nem um minuto de barulho consigo aguentar. Os secadores são máquinas altamente ruidosas. E nunca aguentei muito. Foi sempre um sacrifício sem fim, quando ia ao cabeleireiro, ouvir aquele zumbido ruidoso. Diria que tortura para os sentidos.
Concluí que sou uma pessoa talvez com maior sensibilidade a certos decibeis de ruído. Porque não me agrada ruidos corriqueiros. Lembro-me que depois do covid, quando se levantaram as restrições e as companhias aerias puderam retomar os voos, das primeiras vezes que escutei o ruído de um avião a preparar-se para a decolagem foi... incómodo.
Agora já me habituei. Até procuro saber de onde vem. Sempre vivi perto de aeroportos e é um ruído que me era conhecido. Contudo, deixou de existir por um periodo de tempo e quando regressou descobri que, afinal, gosto muito mais quando não há ruído de todo a soar como um trovão pelos ares.
Sou sensível aos ruídos do dia a dia. Desagrada-me em particular o ruído de motores. Agora que os transportes estão a virar eletricos acho que isso não vai mudar, porque o zumbido do eletrico é uma coisa irritante... mudam o fuel, não eliminam a poluição sonora.
Percebi também que faço uma viagem muito mais tranquila e permaneço mais facilmente de bom humor e bem de vida, se usar uns tampões para eliminar parte desse ruído. E sabem que mais? Escuto MUITO MELHOR os sons que é suposto escutar se tiver tampões nos ouvidos. Parece até que a fala das pessoas fica mais nítida. Música, se a colocar a tocar, escuto-a melhor. É como se o tampão - que neste caso não passam de uns velhos auscultadores de fio desconectados, filtrassem o ruído incómodo, reduzisse a sua amplitude e tornasse os sons que são para escutar mais nítidos.
E vocês? Como sentem os ruídos do dia-a-dia?
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