domingo, 4 de fevereiro de 2018

Tempestade Sanei



Tão rápido quanto chegou, foi-se.
Enquanto ficou, só deixou destruição e causou lágrimas.


Podia estar a falar de um furacão, de alguma catástrofe natural. Mas estou a fazer referência à «nova» - a rapariga que veio partilhar esta casa em Abril. 

Começou por não respeitar as limpezas - recusando-se a fazê-las. E nunca perguntou se tinha de dar dinheiro para as despesas. Passaram-se dois meses de duches, cozinhados, luzes acesas, caldeira ligada, água a correr e... tudo de graça. Andou a servir-se dos bens alimentares de outras pessoas sem ao menos avisar que o fazia. Quebrou coisas pela casa e permaneceu calada. E hoje foi-se embora. Como parece ser o modus-operandi de todo o preguiçoso, ensacou todos os seus pertences de véspera em diversos sacos plásticos e pela manhã os paizinhos vieram de automóvel ajudar a filha a transportar as suas coisas para a sua nova morada.

Uma que ela diz ser deslumbrante, com uma cozinha moderna, amplo quarto e tudo novo.

Irá ela comportar-se de forma desrespeitadora com os colegas lá como o fez aqui?

Receio pessoas que ocupam uma residência partilhada com outras com a mentalidade "um buraco temporário". Porque para muitas, isso significa que não estão para se dar ao trabalho. Foi o caso desta.

Agora que fez os estragos todos que podia fazer, vai embora. Feliz. E isso incomoda porque, no final, ela "sai" por cima, leve e contente, causando a outros, pessoas realmente de bom coração, duradoiros danos emocionais e stress. Ela esquece-nos num segundo. Nós temos as marcas das ferradas.

E sai deixando zero libras por gastar nas contas para a energia. Ficamos a zero ontem. E ela saiu hoje. Foi-me dito que ela não ia contribuir por se ir embora. Belo timming. Escolheu estrategicamente sair agora, no inverno, quando as contas quase triplicam. E antes de precisar de dar mais algum! Acabou por cá morar por dez meses, tendo conseguido dois e meio de graça. É um excelente negócio. 



Sinto que fiquei muito mais perturbada com estas circunstâncias domésticas do que contava poder ficar. Não esperava regressar de dois meses de ausência e ser alvo de perseguição. Vinha tão feliz.

A pesar de todos os desabafos que fiz aqui sobre o que me desagradava na sua postura como colega de casa, sempre a tratei bem, com simpatia e cortesia. Fui tolerante. Demasiado, até. Porque agora, quando ando pela casa e vejo o chão aspirado, sem sujidade ou os seus cabelos por todo o chão do WC, sinto-me triste e enganada. Porquê fiquei sujeita a viver numa casa que mais parecia uma pocilga durante tanto tempo se, afinal, quando querem eles até sabem limpar?

Porquê agiram assim? Porque não foram capazes de limpar sempre, de limpar após usar? Teriam evitados todos os conflitos. Teriamos nos dado todos bem. Recusaram-se. Para serem egoístas e preguiçosos. Impuseram a sua sujidade ao quotidiano de quem limpava, tornando as suas vidas miseráveis. E depois dos danos emocionais e psicológicos que as suas atitudes causaram, "voam" que nem borboletas para outro local.

E o que é pior: quando chegaram estavam na mó de baixo - até profissionalmente. Foram maus colegas, tiraram o sossego e a paz de espírito de quem isso possuía, sugaram-lhes a felicidade. E depois partem, melhor do que chegaram, com uma promoção no emprego, como se precisassem de fontes de boa energia humana para sugar e só então prosperar. Deixando os corações das vítimas mirrados como uvas secas, cheios de marcas de destruição.

Tal e qual um furacão.

Agora entendo porque é que a grandes tempestades e tornados é-lhes dado doces nomes femininos
É que tal como certas mulheres, são fenómenos lindos de se olhar, belos em si, mas que só causam destruição e deixam estragos, mágoas e sofrimento por onde passam.



5 comentários:

  1. Há mulheres, quais furacões que deixam um rasto de destruição por onde passam, mesmo que seja por pouco tempo!
    Agora é pensar pelo lado bom da coisa: foi embora e não volta mais. Next!

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    1. Mas deixou o ferrão e o veneno, Ana.
      Fez conluio com o pior de todos. Agora sente-se fortalecido e pode muito bem praticar as más intenções para as quais sempre sentiu inclinação. É que é tão ardiloso que quando não gosta de alguém, mesmo com essa pessoa fora, ele ainda tenta prejudicar a sua reputação, acusando-a, por exemplo, de ter causado danos na propriedade.

      Quem vai embora sou eu, mas não quero que a perseguição continue, a difamação. Vi isso acontecer com outros.

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  2. Tem azar com as pessoas com quem partilha a(s) casa(s).
    Boa semana

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    1. Já partilhei com outras e demos-nos bem. O problema sempre foram as mesmas. Aquelas com que me dava bem já tinham problemas com o mesmo de sempre. O que se acha dono de tudo. E quando se divide um espaço com uma pessoa assim, existirão sempre problemas. Fiz mal em não sair de vez nas férias. Regressei feliz e fui acolhida com agressividade, ameaças. Não é algo que se faça a alguém ausente por 2 meses.

      Nesse espaço de tempo a união dos sem carácter fortificou-se, combinaram mentiras e conseguiram expulsar o rapaz que cá estava a morar. Agora sabe uma coisa? A casa vai ficar vazia!

      Todos os quartos vão vagar e ninguém parece estar a querer mudar-se para cá. O quarto do rapaz está vazio faz um mês. O da rapariga vagou hoje e o meu, que foi anunciado assim que o disponibilizei (sem me terem contado que já haviam aceite o meu aviso de partida) que eu saiba, tb não está a ser procurado.

      Mas acredito na justiça poética.
      E vou ficar a aguardar por ela.

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