quarta-feira, 26 de abril de 2017

Deu-se a erupção - tal e qual o vesúvio!


Já o vinha a sentir há muito tempo. Mas controlava-o. Porém, naquele instante senti-a subir por mim, atravessando-me o corpo direto à acção. Como se esta fosse lava e eu um vulcão que entrou em erupção.

O que aconteceu no meu corpo e o percorreu de baixo a cima foi um forte sentido de indignação diante de injustiças sobre as quais não pude mais me silenciar.


Eu venho a ser vítima de bulling no emprego.
Caraças para mim, e para a minha personalidade! Tenho tendência a aguentar este tipo de coisa e por isso a pessoa que gosta de praticar bulling cedo percebe que aqui tem terreno fértil e pode abusar.


Já não é a primeira vez que sofro disso no emprego. Acho que todos nós acabamos por nos sentir assim, pelo menos uma vez. No meu caso, o autor desses actos é um indivíduo de muito baixo nível, sem eira-nem-beira e por isso também nem lhe devia dar importância. Mas permiti que ele me maltratasse, daquela forma rasteira que os bullings gostam de usar. Primeiro desculpei-o: "era o stress! Alguma preocupação daquele dia...". Depois procurei convencer-me que, se mostrasse um trabalho bem feito, o indivíduo o reconheceria e deixaria de ser tão implicante.

ESTAVA REDONDAMENTE ENGANADA.
Como aliás, sempre tive.
Pois sempre achei o mesmo, sempre agi igual, e sempre me enganei.

Desde finais de Janeiro até hoje, tenho no emprego um «chefe», alguém com cargo superior que comanda a «equipa», que tem vindo a maltratar-me de todas as formas que consegue - sendo especialmente cruel nas indiretas. Sim, porque um confronto direto e claro não é hábito de quem pratica bulling. É preciso perceber que um praticante de bulling é, na sua essência, um cobarde que não gosta de si mesmo. É um infeliz. E por isso procura alguma satisfação na tortura psicológica de outros. E como não gosta do que vê no espelho, procura convencer-se que é o melhor, infalível, perfeito.

Pois aqui à uns dias ele voltou a fazer-me uma coisa que sempre teve o hábito de fazer: dirige-se a mim, a criticar o meu trabalho dizendo que eu causei um grave problema e vira as costas, dizendo que não me quer ouvir. Impedindo-me mesmo de me explicar, de abrir a boca! Acusa, acusa, acusa, aponta o dedo e tapa os ouvidos. Este tipo de postura, mais o nunca olhar nos olhos quando lhe dirijo a palavra, o não me responder claramente quando lhe coloco uma pergunta sobre o trabalho que precisa de resposta imediata, o responder por grunhidos e sons primários, como se fosse um homem do tempo das cavernas (sem querer insultar estes que, desconfio, eram dotados de maior inteligência do que se supõe e certamente muita mais que este indivíduo). Pois por ele agir assim, eu reagi - pela primeira vez. Respondi-lhe que ele vira-me sempre as costas e não me deixa falar. Sendo assim, eu também não o ia ouvir.

Ele refila, eu refilo, ele volta a chamar-me à parte mas EXIGE duas testemunhas. E chama duas amigas mais próximas (prejudicando assim o andamento do trabalho, porque deixou apenas uma outra a fazer o trabalho de três). Saímos do local público e vamos para o corredor. Eu continuo a andar e bato na porta da gerência, dizendo que ele quer falar comigo em particular mas com testemunhas e pelos vistos em também ia precisar delas.

Só a gerente é que me perguntou o que se passou. Ele, e as «testemunhas», só souberam tirar conclusões precipitadas. Tão preocupados que estavam em passar a ideia de que eu tinha cometido uma falha gravíssima. Ora, na minha perspectiva, uma EQUIPA trabalha em grupo e não de forma a querer apontar o dedo podre aos outros. Eu cometi um erro muito compreensível e nada grave. Mas ele estava a ser extrapolado para um nível de gravidade que eu considerei absurdo. Eu pedi desculpa ao cliente - que julguei que se tinha ido embora - afinal, o que ia embora era outro. E fiz o que me mandaram e o que somos instruídos a fazer. Mais nada. 

Um pequeno equívoco, sem consequências de maior - que o indivíduo estava a querer transformar numa avalanche com mortos e feridos. Não aguentei. Fui direta à porta da gerência... Quando me expliquei, pensei eu (mais uma vez estava errada), que o indivíduo tinha percebido o exagero dos seus atos, o erro da sua presunção, tinha percebido que é ERRADO não querer escutar uma pessoa - ainda mais sendo ELE o que chefia a equipa! Um chefe que não escuta nem estabelece contato visual, sem ser para mandar vir.... Não é lider. É só chefe. E dos muitos maus.

Passados dois dias - um dia que começou maravilhoso para mim, estava bem disposta, tive alguns desafios no trabalho que superei adequadamente e tudo estava a correr bem e tranquilamente. Subitamente o «chefe» aparece-me à frente acusando-me de errar novamente, um erro muito grave, correspondendo a 1, 2 e 3. E eu fiquei a escutar e a pensar: "1,2 e 3?? Mas eu não fiz nem o um, nem o dois, nem o três. Ou fiz?? Não, não fiz. Deixa-me cá expressar a minha dúvida". Abro a boca e só consigo dizer um A, da palavra ACHOSó. uma sílaba apenas. Ele corta-me a palavra para me repetir, mais uma vez, que escuso de falar, não quer escutar e vira as costas. Eu fico revoltada e vou novamente para a porta da gerência. Bato na porta - ninguém abre. Volto a entrar no sítio e escuto-o a dizer: "Temos um sério problema, um problema muito, muito grave". Aí eu lembrei de ir espreitar no computador quem é que tinha feito o 1,2,3. Enquanto procuro o ficheiro, escuto-o a dizer à restante equipa que a culpa é MINHA, que eu sou a responsável pelo grande, grave erro. Olhem, foi esse o gatilho. Foi nesse instante que me subiu uma revolta que peguei no papel impresso para lho mostrar e acabei por o «espetar» mesmo diante da cara e gritei:
-"Foi fulano X, não fulana XY"!

Ele fica a fazer-se de vítima. Mas eu não percebo que ele automaticamente assumiu essa postura. Ele encosta-se contra a parede, abre os olhos, a boca, faz-se de espantado (e talvez estivesse) e depois vai para a outra porta e eu vou atrás ou nem me lembro sinceramente. Só sei que lhe grito - faço questão de gritar para que se escute (e aqui foi o meu erro) que ele é um bully e que vou apresentar uma grande queixa contra ele. 

A coisa acabou por aí. Ou não... Porque enquanto eu aguardava a presença de um gerente, para expor o sucedido, ele andava pelo local de emprego a falar do sucedido, a fazer-se de vítima, a dizer que tinha os clientes do lado dele, a falar com todos os colegas... Sem se calar sobre o assunto, até a hora de fecho!! 



E eu estoica, muda, sem ter ninguém a mostrar um sinal remoto de estar do meu lado ou simplesmente se preocupar comigo. Só me descontrolei ali. Recupero a noção e a calma muito rapidamente. Acho que ter tido aquela explosão incontrolável é compreensível, estando a ser alvo do mais reles, baixo e estúpido bullyng que existe, desde finais de Janeiro. Quando escrevi este post aqui, datado de Março, já estava a chegar a um ponto de não aguentar mais.

Mas agora vai haver uma investigação - foram escutadas as testemunhas. A mim não me ouviram mais, a pesar de me terem dito que teria de prestar um depoimento e assinar em baixo. Vão ouvir as duas versões e o caso vai ser investigado. Aqui levam muito a sério este tipo de coisa! Mas só de forma processual. Porque o indivíduo é de apertar os botões com toda a gente. Até a um leigo é possível ver que é a pessoa errada para a função que desempenha. Além disso, ele também pratica outra coisa totalmente condenável por terras de sua majestade: arassment. Ele assedia a clientela feminina com piropos vulgares, com comentários tipo "comia-te toda". Mas como o gajo é português, faz os comentários em português. Quem já o conhece e não é tuga, sabe o que ele diz. Dá para entender na linguagem corporal. Uma vez um gerente até lhe disse que um dia ele ia entalar a língua de tanto a esticar para fora. Portanto, ELES SABEM. Mas nada fazem. Estão sempre à espera que aconteça algo mais sério para terem um pretexto para agir.

E vou ser eu o pretexto...

Não foi só dos foda-se caralho que eu me cansei. Era o bulling, o constante rosnar, gritar. O assédio às mulheres bonitas, os insultos às menos bonitas... O stress do indivíduo, a sua forma autoritária de ser. Um wanna be nazi salazarista! 

E pronto. As novidades são estas.
O resultado disto tudo só o saberei daqui a uns dias. Posso ser demitida - embora ficasse algo desapontada se isso acontecesse diante do primeiro erro sem ter direito a segundas oportunidades. Até porque a reacção que tive foi muito contra-natura. Não tem nada a ver comigo. Foi mesmo a pressão constante, o mesquinhismo das implicâncias, as falsas acusações, o comportamento rude de me proibir de falar e virar-me as costas. O empenho do indivíduo em me fazer querer passar por incompetente, o andar a DIVIDIR a equipa, a tentar por uns contra os outros... Uma merda de «chefe». Nem para bosta fertilizante serve.

Agora deixem-me tentar descansar uma hora... São um quarto para as duas e às 3 da manhã já vou estar a sair de casa em direcção ao emprego.

Só espero que esta falta de sono não prejudique o meu raciocínio e capacidade de argumentação. Devo precisar dela nos próximos dias.

PS: Preciso acrescentar um grave, sérissimo, grande detalhe: Depois de expor toda a situação e de ficar uns minutos a me acalmar (eu quis ir embora e dar o dia por terminado - só que aqui eles não são muito disso) e após ter entregado o recibo impresso que indicava o autor à gerente, voltei ao trabalho e optei por fazer uma cópia para mim. Tal como pressumi, aquela que fiz já tinha "desaparecido". Pois adivinhem o tamanho da minha surpresa quando desta segunda impressão o papel sai com o meu nome!! Como se tivesse sido eu a autora do dito. Não fui. Tinha a certeza absoluta disso. E então fui verificar todas as operações que eu fiz. Em nenhuma acusava o meu nome. Mas mandando imprimir aquela específica, estava agora a sair com O MEU NOME no papel. Quando antes, quando o imprimi, saiu com o nome da pessoa que realmente cometeu o "grande, grave, sérissimo erro" (que passou o dia todo a sorrir como se tivesse a fumar erva, pelo que vou deduzir que não foi chamado a atenção e nunca seria com a mesma agressividade com que eu fui, por um erro grave, sérissimo, grande - que não cometi). Portanto vou deduzir que ALGUÉM aldrabou os registos de forma a ser o meu nome a aparecer. E se isso vier a ser provado (logo na altura asseguraram-me que o computador registou que quem fez a coisa foi o outro) acho que muito me beneficia. Agora se disserem que foi um «erro de computador» para inocentar o outro, não vou gostar. Porque não foi. Quando imprimi - depois das acusações que me foram feitas - saiu corretamente. E nunca vi tal coisa acontecer -  mudarem o nome do autor. Portanto vou deduzir que o individuo, medroso, para tentar tapar o seu erro, fez algo no sistema para ser o meu nome a aparecer, ao invés do outro. E se assim for, o seu mau carácter fica provado. Não fica??

1 comentário:

  1. Penso que deverá ficar gravado algures, sim. Enquanto lia ia ficando indignada com esse "chefe", como é que ficou tudo?

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