segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Conversa informal de autocarro

 

Nem estava a prestar atenção. O meu foco estava nas horas no display do autocarro. Tinha 15 minutos para bater o ponto. E um percurso que podia levar mais que isso. A pontualidade era incerta e um desafio que aceitei ao receber, 10 minutos antes, uma chamada telefónica para ir trabalhar ontem, Domingo, às 10 da manhã. No total tive 30 minutos desde o desligar da chamada para sair da cama  e estar no emprego a trabalhar. Só o percurso demora mais que isso. Tinha de me apressar. 

Em 3 minutos estava fora de casa, em nove no autocarro que apareceu mesmo quando estava quase a alcançar a paragem. Corri para o apanhar e entrei. Os meus olhos no display que diz qual o próximo destino e mostra os minutos que faltam até chegarem as 10 da manhã. O autocarro vai parando nos semáforos, nas suas paragens obrigatórias e demorou-se logo na segunda, para poder facilitar a entrada a uma senhora em cadeira de rodas. Algures depois ou antes da entrada desta, um vulto feminino a falar ao telemóvel tinha entrado também e passado por mim. Sentou-se algures atrás. A voz não era muito alta. Mas a rapariga, britânica, falava claramente e dava para escutar o tema da conversa.

O meu foco está nas horas. Perderam-se quase 3 minutos na paragem onde entrou a senhora, com o marido e uns outros tantos. Até foram rápidos. A agilidade da senhora e a força de braços - louvei-lhe. Via-se bem que era uma senhora de garra, independente, com identidade que não estava presa à cadeira. E ponderei se homens conseguiriam ser assim. 


Talvez por essa distração a voz da rapariga ao telemóvel tornou-se percetível. E era esta a conversa dela: 

Acordou sem se lembrar de nada mas com aquela sensação "lá em baixo" (Ria-se). Tinha quase a certeza que teve relações sexuais mas não se lembrava de nada. Explicou que toda a gente falava daquela droga muito boa e que tinha de experimentar. Achou graça que a droga era tão boa que a tornou desmemoriada e provavelmente manteve relações sexuais. Com quem? Com o quê? Com quantos? - não faz ideia nem nunca vai saber.

A rapariga estava OK com esta experiência. Até ri, e sem ser de nervoso. Ri com gosto. Ri por ter aquela história fantástica para contar. E conta com tanta casualidade, que o faz no meio de um autocarro cheio de gente. 


Qualquer dia...

https://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/casal-faz-sexo-em-frente-a-criancas-dentro-de-autocarro




4 comentários:

  1. Na vergonha como em outras coisas passou-se do 8 para o 80.
    Abraço, saúde e uma boa semana

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  2. Bom dia
    Nos dias que correm não se pode perde tempo, temos mesmo é que aproveita-lo.
    Chegou a marcar o ponto a horas ?

    JR

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  3. Fizeste-me rir à gargalhada:)))) mas chegaste a tempo ao trabalho?
    Beijos e um bom dia

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  4. Olá a todos!
    Por muita sorte consegui marcar o ponto a horas. Aliás, dois minutos antes da 10 da manhã. Foi praticamente milagroso. Espero não ter de repetir esta façanha porque tive mesmo muita sorte. Foi como se os anjos me tivessem conduzido :)

    Tinha saudades dos vossos comentários. Abraço a todos.

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