segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Branca como um fantasma


Simpatizei com a beleza da atriz principal de um filme que estava a ver. Reparei no canto dos olhos, azuis e grandes como faróis, mas que exibiam uma tristeza (representada) que, por algum motivo, a tornava ainda mais bela. Não tinha uma ruga. Todo o rosto pareceu-me genuinamente dotado da elasticidade da juventude. 

Mas a beleza dela estava a falar comigo por outro motivo, e rapidamente percebi qual: a candura da pele. 


Há tempos, muitos anos idos, era eu que exibia aquela candura. Tanto que ganhei uma alcunha relacionada com a brancura "excessiva" da pele. 

Este verão senti vontade de apanhar um pouco de cor nas pernas e ombros. Porém, hoje, senti saudade daquela beleza branca, cândida, pura, jovem, com a qual ainda me identifico. O tempo não volta atrás mas certamente existe quem saiba como criar essa ilusão! Pois curiosa pela total ausência de rugas no rosto da atriz e por achar que tinha a pele tão jovem, decidi googlar a sua idade.  Qual foi o meu espanto quando vi que tem a mesma idade que eu!!!

Opá! Ela que partilhe aqui com a malta o que é que fez para criar essa ilusão de ser mais jovem, e de eliminar do seu rosto as marcas da flacidez que os 40 começa a introduzir no corpo da gente...

Vendo fotografias suas mais antigas , dá para perceber que o rosto era jovem sim, mas mais natural. Neste filme de 2018, aparece perfeita. O cabelo negro, sempre apanhado, fica-lhe bem porque a sua pele é branca calva e os olhos azuis dão um ar leve e simpático. As sobrancelhas parecem estar desenhadas para lhe tornar o rosto perfeito. 

Fiquei com um pouco de saudade de uma parte de mim que já fez parte da minha identidade como pessoa. 

E subitamente fiquei com vontade de regressar ao tom de pele "branca como um fantasma"!
Independentemente de tudo, há que celebrar as diferenças.



2 comentários:

  1. Para mim que já passei dos 40 há quase 40 as rugas já não me preocupam
    Abraço e uma boa semana

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    1. Enquanto escrevia o texto também pensava nesse instante, em que as assumimos todas, mais as que vierem. Acho que é natural mas no início desse aparecimento o ajustamento é difícil, porque ainda temos uma auto percepção visual mais ligada à juventude que à maturidade.

      O curioso é que a maioria das pessoas talvez me diga que não tenho muitas. Não tenho a testa com marcas de expressão. É um traço de família. Minha mãe com 70 tem flacidez e claro que a pele não é lisinha como a pele jovem, mas rugas? Quase nem vê-las! Nem na testa, nem nos olhos, nem ao redor da boca. Impressionante. As rugas não quiseram nada com ela.

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