domingo, 25 de agosto de 2019

Tour pelo parque


Folga de fim-de-semana e um dia fantástico de sol - talvez o último do suposto verão. Fiz como prometido: fui dar uma volta. 


Por muito que quisesse dar um pulo a Londres, o cansaço da semana de trabalho não me permitiu sentir energia para sair da cama às horas em que compensa levantar para aproveitar bem o dia. Acordei de madrugada, várias vezes mas deixei-me ficar até ser quase meio-dia. 



Uma hora depois já havia tomado a decisão de qual seria o destino a rumar: um parque nas redondezas. Um que nunca tinha ouvido falar.



Para lá chegar, disse-me o motorista - precisava atravessar um campo e procurar uma ponte pedonal sobre a via rápida. Foi o que fiz. Assim que entrei a minha visão ficou maravilhada. Campo? Vários campos de futebol, isso sim! Uma imensa área verde relvada, que dava prazer à vista. 



Avistei as casas ao lado e perguntei-me porquê, num dia tão lindo e maravilhoso, não estava aquele campo minado de famílias, a brincar, jogar futebol, relaxar em banhos de sol e conversetas...  Mas de imediato percebi que os seus quintais estavam virados para o campo. E a verdade é que, havendo um campo ao lado de uma casa com quintal, as pessoas preferem o quintal. 



Tive de o atravessar de uma ponta à outra na busca da tal ponte pedonal. O que não esperava é que, depois disso, deparasse com outro campo relvado de idênticas proporções! Mais casas à vista, mas desta vez era a frente da casa que dava para o campo, não os quintais. Nos telhados imensos painéis solares fizeram-me suspeitar que aquela urbanização não era exatamente para pessoas com uma carteira leve. 


Do cimo da ponte pedonal pude ler a placa com o nome do parque. Soube que estava no sítio certo. Porém, a entrada é dubia. Sinais dizem que existe propriedade privada à direita e um parque de estacionamento à esquerda. Segui pelo caminho sem carros. Só vi casas, fechadas com portões. Vivendas privadas para pessoas "pobres" - imaginei. 


Depois de andar até onde foi possível, tive de voltar atrás e ir espreitar o parque de estacionamento. No percurso de regresso percebi uma pista à qual podia ter dado atenção antes: o chão estava assim:


Chão gasto apenas onde passam pneus. O centro do caminho estava averdejado, sinal de que não é pisado por pessoas. Estas quando passam, tendem a caminhar ao centro.

Subi pelo parque de estacionamento e fui dar a uma ponte que atravessava outra via rápida. Ora bolas! Pensei eu. Aquele parque era muito limitado. Há esquerda da entrada na ponte, uma sinal indicava "reserva natural a 200 metros". 


Lá fui. Pouco convencida, confesso. E com razão: Depressa cheguei ao outro lado, só para encontrar uma urbanização onde uma carrinha de supermercado estava a despejar mantimentos. Já estava na "selva de betão" sem sequer ter visto nada sem ser árvores.

Decidi voltar atrás e regressar a casa ou ir a outro lugar. Pelo caminho, avistando a mesma vegetação, pensei para mim mesma que aquele era um lugar excelente para uma mulher sofrer uma violação ou para um assassino despejar o corpo da sua vítima. Só vi mato, sem cuidado, sem vigilância, sem grande frequência. É uma sorte não ser mais frequente esses crimes por cá. Não faltam recantos escondidinhos.



Voltei a ver a ponte pedonal que atravessa a segunda via rápida e pensei: "porque não? Já que vim até aqui, vou também ver o que está do outro lado". Um outro bom indicador foi ver que as pessoas atravessavam essa ponte e assim, decidi seguir atrás de um casal de homens a passear o seu caozinho.

No final da ponte foi como se tivesse percebido que havia um arco-íris! Não, não era um - aqui em Inglaterra dificilmente se avistam - a pesar de estar sol e chuva ao mesmo tempo com bastante regularidade. O que vi foi um lençol de água. E eu sou "taradinha" por ver uma coisa destas. É que me sinto logo contente. 


O parque não tem flores, não tem fauna de relevo e só vi um esquilo da referida "vida animal". Mas um lago grande, onde se pode sentar perto da margem, é sempre agradável. Descansei uns minutitos ali e depois, contornando o lago, dei a volta ao parque, seguindo então para outro poiso. 

Uma coisa boa que encontrei na saída foi uma fonte de água. Pude re-abastecer o flash, que estava pela últimos goles. Percebi que devia estar ali a pensar nos animais que os donos levam a passear por trela. Mas não me importei com isso! Água é água, seja para animais ou pessoas. 

E soube bem refrescar-me e saber que podia beber água à vontade sem ter de a racionar.

O que não se vê muito em qualquer lugar de Inglaterra são contentores de recolha de lixo. Caramba! Acabei por regressar a casa transportando o mesmo "lixo" do qual pretendia livrar-me pelo caminho. Vêm-se muitos - por toda a parte, cestos para se colocar fezes de cães. Mas cestos para o lixo? O parque não tinha nenhum!!

Engana-se quem pensa que Inglaterra é um exemplo de civismo e usa os contentores de fezes para animais - raros em portugal, como exemplo comparativo. Porque aqui não querem cocós na relva, mas acham que todas as pessoas que vão aos parques andam de carro e não lhes faz espécie terem de transportar o lixo de volta para as suas casas.

Outra coisa que não vi em lado algum, foi instalações sanitárias. O "centro de informação" do parque estava fechado - e com ar de já estar assim desde o ano passado, pelo menos. Não, isto aqui deste lado não é perfeito. Mas também não é mau. 

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