terça-feira, 18 de novembro de 2014

É de graça!


Sabem aquele momento em que se dirigem à prateleira do hipermercado com interesse em levar um produto mas o preço do mesmo não se encontra em lado algum? Para mim, se não tem preço, é de graça. É oferta para o cliente levar para casa sem pagar. Concordam?



Fui às compras num supermercado, pretendendo trazer produtos específicos. Pois dos cerca de 10 artigos que pretendia levar, NENHUM tinha etiqueta de preço! Nenhum. Nem um. Sabem o quanto isso pode ser frustrante??

OK, podem dizer-me para ser compreensiva (e sou), estamos na altura do Natal (pelo menos as lojas estão) e andam a fazer reposição dos produtos. Eu levo tudo isso em consideração. Mas andei a ver diversos produtos de higiene, e estes não tinham preço. Acabei por desistir e fui para a secção de chocolates. Interessei-me por uma caixa de bombons e não vi o preço em lado algum. Perguntei a uma funcionária.
-"Ali em cima" - diz-me ela, continuando a passar e apontando para um papel "bailante" no ar, com o preço de três produtos. NENHUM era o preço da embalagem que eu queria!


Além destas falhas, existe uma arrogância em determinadas superfícies que me começa a afectar. A arrogância de fazer o cliente procurar pelos preços. Não só este tem de procurar, em lugares por vezes «nada a ver» com a posição dos produtos, como ainda tem de ser capaz de DECIFRAR as designações. As embalagens, com o nome em inglês, a identificação com o nome em Português, tudo tão semelhante, como no caso destes bombons que eram todos "Belgas" e tinha-se de «adivinhar» quais os belgas a que o preço faz referência.


-"Ainda bem que sei ler!" - pensei, quando após indicação da funcionária e a passagem de uma idosa em dificuldades com os produtos e alguns de seus nomes estranhos. Foi então que me pus a fazer aquele jogo que as crianças fazem na escola primária, que é traçar com uma linha e ligar os objectos, por exemplo, a imagem do cão à casota, o pauzinho ao xilofone, o novelo de lã ao gato, o osso ao cão mas isso aplicado aos produtos e seus preços! Porque é a este exercício ridículo que muitas superfícies forçam o cliente a fazer em relação aos produtos e o seu preço. É um jogo. Que faz o género "onde está o Willy?", mas com preços!

Como se estes inconvenientes já não bastassem, algumas superfícies começam a dificultar o alcance a determinados produtos. Em particular os de higiene. Os que pretendia ver estavam trancados, à chave, numa montra envidraçada, cujo reflexo de luzes em alguns casos não permitia sequer ler o nome ou tipo de produto. Se era creme para as mãos ou spray capilar! Como é suposto o cliente agir para aceder a eles? Provavelmente terá de chamar uma funcionária... E depois esta perde tempo a ir buscar a chave e a voltar, fica ali ao lado do cliente, impaciente, com a chave na mão, aguardando que este se despache. E o cliente a sentir-se pressionado a tirar depressa o que pretende, sem poder perder tempo a tirar dúvidas ou escolher. Provavelmente teria de levar um qualquer produto, mesmo que mudasse de ideias, só para não passar pelo constrangimento de ter de devolver o produto à sua PRISÃO envidraçada ou abordar novamente a funcionária.


 Saí dali sem adquirir nada. E sem vontade de voltar. Já lá tinha estado 72h antes e uns determinados bombons não tinham preço. No dia seguinte, também não tinham. Hoje mudaram de lugar e já estavam etiquetados. Ainda bem! Mas a este ritmo, não dá. A lei estipula que qualquer superfície que afixe um preço de um produto por um valor, tem de deixar o cliente levá-lo por esse valor. Se se enganam, paciência. Se custa mais e cobram menos, o cliente tem de levar pelo preço que FOI INFORMADO custar. Não pelo que teria de «adivinhar». Neste caso de artigos SEM PREÇO a lei não dirá que o artigo é gratuito?
Assim é que era bom, as superfícies comerciais aprendiam logo logo a tratar a clientela com o respeito que esta merece. Ah, já não se fazem os Mrs. Selfridges de antigamente....


Por tudo isto acredito que as compras online vão ser o futuro. Não são chatices-free mas ao menos a têm a vantagem de não ter de passar por todo este stress in loco. O futuro vai ser ficar em casa relaxadamente a aguardar que as compras cheguem à porta...



4 comentários:

  1. O problema é o cliente calar e não reclamar! Eu já reclamei várias vezes, não só oralmente mas também por escrito. E já deixei de comprar em certos sítios porque não gostei do atendimento.

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    1. Fizeste-me lembrar o ano passado, por volta desta altura, quando fui a uma conhecida superfície comercial, munida de todo o bom humor e paciência e me deparei com um funcionário que ora me ignorava, ora me recriminava (nas máquinas em que tu própria passas os produtos e pagas). No final desisti de todas as compras e reclamei por escrito. Já reclamei por escrito também numa situação de abuso e maus tratos no checkin e vôo de uma companhia aérea. Mas sabes, acho que em alguns casos eles rotulam-nos como "clientes complicados" e descartam a possibilidade de nos levar a sério. Das más experiências do género que vivi a da companhia aérea foi, de longe, a que ainda hoje me deixa perplexa. KLM para mim, NUNCA MAIS.

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  2. Para mim, se não tem preço, é de graça. É oferta para o cliente levar para casa sem pagar. Concordam?

    LOL

    100% é geralmente o que faço!!!!

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    1. Antes demais, bemvindo de volta!
      Os ETs aparecem pelo Natal, lol .D

      Como é que fazes isso? Eu bem gostaria e acho até perfeitamente aceitável que tal venha a ser prática comum. Afinal, está SEM PREÇO é de graça. Tem toda a lógica.

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