sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Hipocrisia


Ah, a hipocrisia!
Decidi não me meter mais nos assuntos da casa e só viver a minha vida porque o "chefe" aquele que acha que manda em tudo e controla a senhoria, mais uma vez, voltou a ameaçar-me. Está a tentar pegar em qualquer coisinha minha que possa distorcer para me prejudicar.


Sendo assim, de facto, é besteira minha (adoro estes termos brasileiros) querer continuar a morar aqui. A ver vamos. As minhas preocupações no momento são outras. Infelizmente uma coisa começa a afetar a outra e não pretendo viver assim por muito tempo. Porém, por enquanto, não pretendo dar o "gostinho" a ninguém. 

Mas vai ser difícil. Sei que sou o próximo alvo.

Agora mesmo, os dois colegas que falam num inglês nativo, que são também os que não limpam e que por algum motivo se dão «muito bem» estavam a falar bem alto pelos corredores. Nisto começam a sussurrar. Depois voltam a falar alto mas quando o tema muda para os colegas da casa, voltam aos sussurros.

Disse-me aquele calhorda (outro termo brasileiro, certo?) que ele nunca falava da vida dos outros e não fazia intrigas. Escutei-o agora mesmo a fazer exatamente isso. Os dois a interrogarem-se se eu estava em casa (viram bem pelas enormes janelas a luz acesa e notam a luz a passar pela porta, por isso não estivessem com tretas) e depois ele fala-lhe de um email que foi enviado à senhoria... 

E a outra, a «nova», que diz que não faz limpezas na casa, goza, dizendo que viver numa casa com pessoas adultas é de se supor que estas não vão escrever emails a falar dos cabelos... 

E riem-se. 

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Hipócritas. Não fazem intrigas uma ova.
Não se unem contra os outros uma ova.
E que «noções» tendenciosas são estas das regras de como é viver numa casa com outros "adultos"?

Viver numa casa partilhada com outros adultos é cumprir as obrigações, ser cordial, dar um pouco de simpatia, e não virar as costas e mal trocar duas palavras quando alguém tenta estabelecer um contacto. Já se está a rejeitar uma pessoa que mal se conhece. Porquê? Afinal não gosta dos seus olhos? O seu sorriso perturba-os? Estes dois fazem o tipo: «não gosto de ti, esquece-me». Nem fazem um esforço e ainda querem ter razão.

Depois da algarviada pelos corredores enfiam-se na cozinha e fecham a porta, para terem a certeza que suas vozes não são escutadas. "She" (ela) - é o que oiço quando estão a falar dos restantes colegas da casa. A conversa só é interrompida quando batem à porta. É outra candidata a vir morar nesta casa. Aquela pela qual tive de aguardar o dia inteiro, quando me apetecia era sair ou ficar em casa com roupa mais à vontade. Mas como a hora a que vinha era uma incógnita e ninguém mais cá estava, disponibilizei-me a recebê-la.

Uma hora antes dela chegar, os outros entraram em casa e tomaram "conta" da situação. Numa circunstância normal teria ido ao encontro da candidata e cumprimentado todos. Mas fiz muito bem em me manter de fora. Acho que a "candidata" não ficou impressionada, mas não tenho como ter certeza de nada. 

PS: Já tenho certeza: ela acabou de enviar uma mensagem a dizer que não gostou do quarto.

E se calhar, intuitivamente, também não gostou daquelas pessoas que a atenderam. A "minha" candidata - aquela que recebi pela manhã, gostou e quis logo ficar com o quarto. Se calhar a forma espontânea e sincera com que se recebe as pessoas acaba por se sobrepor à superficial e falsa.

Assim que lhe fecharam a porta nas costas, deram uns risinhos e escutei-os também pouco agradados com a pessoa. 


Não sabe ela do que se safou.
Espero que quem venha - que já é do sexo feminino propositadamente porque o outro não se dá com outros "machos". Tem incompatibilidade total. Pelo menos foi o que observei desde que aqui cheguei. Contudo, com a volta que consegue dar às coisas, sempre faz a senhoria acreditar que os outros é que são doidos e o que acontece é que não tem existido sorte com a escolha de rapazes.

Talvez se aparecer  um muito british, que goste de falar do mesmo, ir a pubs, concordar com tudo o que o outro pensa, não limpe a casa e seja bagunceiro, talvez os dois se dêem bem. Mas até agora a única versão disso foi esta do género feminino.  

2 comentários:

  1. Não sei como são os preços por aí mas não dava para arranjares um t0? uma kitchenet por mais minuscula que fosse para não teres de lidar com essas coisas? Eu sei que no centro é impossível porque os preços são exorbitantes mas quanto mais longe da cidade, mais barato fica...dizem.
    Kiss

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    1. De momento se não conseguir encontrar uma actividade que dê rendimentos e bem lucrativos, que permita alguma estabilidade, não vou conseguir é nada. Daqui a minha aflição. Julguei ter conseguido uma, equivoquei-me. Começar do zero, novamente... Ai, como cansa. Estou velhota, já só quero chá, um cantinho sossegado, uma caminha para dormir. E não ter de estar sempre a mudar de cama, de cidade, de casa...

      Infelizmente isso não acontece aqui Ana. Os T0 são raros e como podes imaginar muito concorridos. Por acaso surgiu um esta semana - péssimo em termos de beleza e utilidades, mas preço um pouco acessível.

      Só que tem mais duas coisas: neste momento ninguém me deixaria alugar um - faltam as referencias laborais.

      E o morar sozinha também tem os seus inconvenientes numa cidade onde quase não conheces ninguém.

      Mas daqui a uns tempos, quem sabe?
      Os próximos passos e as próximas oportunidades são tão decisivos que dispensava todo este DRAMA que vim encontrar no regresso.

      O preço das casas menos centrais são dispendiosas à mesma. Porque são sempre "perto" ou acessíveis de alguma coisa por transportes ou estradas. Os senhorios investem um nadita de nada mais no aspecto e comodidades e cobram mais. Curiosamente é no centro que ainda se encontra valores mais acessíveis. Eu gosto da casa e até da senhoria, mas ela é completamente manipulada por este indivíduo que nem é muito inteligente, mas é mal intencionado, vingativo e manipulador.

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