quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Valorizando a Caixa Registadora


És bom no teu trabalho se fores o que colectou mais dinheiro dos clientes

Foi a essa conclusão que cheguei após escutar a conversa entre três chefes. Falavam de empregados quando chegaram ao nome de um rapaz. Um dos chefes não estava a lembrar-se de quem se tratava pelo que depois de uma breve descrição lembrou-se. A descrição que mais usaram para o definir foi «ele é muito bom». Mas já não se lembravam onde ele andava. Por fim, curiosos, chegaram à conclusão de que o «muito bom» já não estava a trabalhar na empresa. Talvez para lá de dois meses. Ninguém sabe quando foi embora!

Fui eu que adiantei: Acho que ele só pretendia ficar até finais de Junho, Julho - participei.

Estamos em Setembro. 
Passou Julho, passou Agosto. E veio Setembro.
Em todo este tempo ninguém sentiu a falta do «muito bom».

E o que achei realmente grave: ninguém sabe as circunstâncias em que saiu da empresa. Se comunicou a alguém, a quem, ou se algo terá acontecido. Só chegaram àquela conclusão por um deles ter avistado um documento que permite essa dedução. 

Mas eu adivinho. 
Trabalhei com ele e escutei a sua postura diante da empresa. O «muita bom» estava a cagar-se para aquilo. O «muita bom» não pretendia ficar ali muito tempo. O «muita bom» só gostava de gabar-se. Era tão inconveniente e fazia comentários irritantes que até teve um superior a «relembrá-lo» quem mandava ali. Achava-se o maior, o melhor. O mais rápido e ele próprio dizia a todos os outros que era quem mais fazia dinheiro todos os dias. 

Mas como é que o «muita bom» conseguia essa proeza?

O «muita bom» era LADRÃO de clientes. 
O «muita bom» encostava-se à caixa registadora e não se afastava muito desta. Recusava-se a fazer todos os outros trabalhos dentro do bar, como arrumar os copos nas prateleiras. Porque nesse simples ato podia perder um cliente para outro colega e isso arruinava o seu objectivo de ser o «maior». O «muita bom» deixava o trabalho pesado para os outros. E se avistasse um cliente a aproximar-se do lado oposto, mesmo que um outro colega estivesse mais perto e já a estabelecer contacto com o cliente, ele ignorava e «roubava» o cliente.

Outros ali fazem o mesmo.

E ele era mentiroso. Gostava de inventar histórias. Porém descobri-o também traidor e vil, porque quando serviu de testemunha do conflito que tive com o bully, vim a descobrir que todo o seu depoimento foi inventado. Foi como ler um conto de ficção científica. Ele pôs-se a relatar acontecimentos que não presenciou, atribuindo falas às personagens que jamais foram pronunciadas. Só que as «personagens» não eram ficcionais, eram pessoas de carne e osso e ele não teve escrúpulos em brincar com a vida de outras pessoas. O que demonstra mau carácter. 

Por isso não considero este tipo de empregado «muito bom». Considero-o bem mediocre e de pouca confiança. Porque além de «roubar» clientes e recusar-se a trabalhar, também dava para entender que estava-se nas tintas para tudo. Se isso é ser «muita bom»? Acho que é o oposto.

Cheguei à conclusão de que uns são «formiguinhas obreiras», como certamente é o meu caso. E outros são as «rainhas da colmeia» ou as «celebridades» locais, que irradiam um falso brilho sobre o qual giram os mosquitos e outros insectos parasitas. E nem sempre estas pessoas são melhores pessoas. Muitas vezes, são até o oposto. Tirem-lhes o apoio das formiguinhas obreiras e não são nada. Contudo, são as formiguinhas obreiras que são consideradas dispensáveis. 


2 comentários:

  1. Em todos os trabalhos, há disso. Uns matam-se a trabalhar e os outros recebem os louros.
    Abraço

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  2. Este mundo é dos espertos.
    Cada vez mais.
    Bfds

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