sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Unhas preconceituosas

Vocês são de reparar nas unhas de alguém?
Eu nunca fui de reparar nas de ninguém e não reparo nem nas minhas. 
Tê-las a elas e às mão limpas, isso é que me interessa. 


Acontece que, como qualquer roedora de unhas em recuperação (faz dois anos que não 'consumo'), de vez em vez dá-me para pintá-las. Foi o caso de há uns dias. Como sou uma pessoa criativa, optei por dar-lhes um padrão, mais para variar do que outra coisa. Afinal, tenho-as sempre simples, já estava na hora de lhe aplicar algo. A manutenção de uma unha comprida é mais simples se pintada. Acho que as pessoas reparam menos numa pintada do que numa simples e 'compridona' - começam logo a criticar ou a associar falta de higiene ao comprimento. (say what?)

Apesar de ter adorado o resultado, a verdade é que nem dou por elas e nem penso nisso. Mas dou por mim a ir a lugares e depois fico a pensar se a minha unha pintada influenciou a interpretação com que aquela pessoa interagiu comigo. Porque me parece ter existido algo diferente no trato.

Somos uma sociedade preconceituosa. Alguns desses preconceitos são permitidos. São aqueles que diariamente passam despercebidos, são aceites e perpetuados por todos com normalidade. Alguns começam a diluir-se um pouco: como os cabelos de cores pouco naturais - verde, roxo, laranja...

Mas e as unhas?
Será que quem olha para outra pessoa com unhas decoradas (diferente de pintadas) imagina que sabe quem a pessoa é? Já lhe traça um perfil?

A unha pintada não tem muita sabedoria: pega-se numa cor e aplica-se. Este conceito não é alvo de muito preconceito. Mas a prática de nail art (unha artística) é alvo de muitas mais críticas. Eu pelo menos sempre ouvi bastantes, de gozo, de escárnio... e vê-las nos outros a mim nunca suscitou comportamento igual. Quem quer usar uma unha de cada cor, que use! Isso nunca afetou o que penso da pessoa, porque nem a conheço. Quem quiser desenhar um Pai Natal na unha este Natal, por favor o faça! É-me tão indiferente como colocar um par de brincos ou decidir fazer madeixas no cabelo. 

Talvez por isso não estivesse consciente para o preconceito das pessoas, até agora que o «impossível» aconteceu: tenho unhas não roídas! 

Eu cá gosto de 'arte' nas unhas. Pelo menos aquele pedacinho de mim é colorido e feliz. Simplesmente tem a ver comigo, mesmo sendo eu uma pessoa muito simples. De modo que, quem me avaliar pelas unhas, pode errar, e feio! Como aliás, sempre acontece quando se separa uma característica para definir algo que requer um contacto diário com uma pessoa: o seu carácter. 

Até partilharia aqui o desenho da unha com vocês mas sou tímida e também aprecio o anonimato e quem me viu com elas, se calhasse a cá passar, saberia de imediato quem escreveu cada palavra deste blogue nestes oito anos. E aí ficaria sujeita a outro tipo de preconceito... Mas deixo-vos com algumas imagens do conceito, para apreciarem/avaliarem. 







Estas já usei, mas sem o queimado, rsss e com ligeiras
tonalidades na cor-base, assim como a escolha de
palavras-chave da actualidade para as palavras.
Não se assustem! Ficou parecido a isto:


Realismo: uma das categorias favoritas
Mensagens 
Ai jesus! Onde é que as mulheres não colocam a foto do mais-que-tudo?


Padrões animais
outros padrões
mais camuflado não fica!

Grrrrrr!



10 comentários:

  1. Quando eu tinha 15 anos, um senhor de uns 70 anos, disse-me que as mulheres deviam ter sempre as mãos arranjadas. "As mãos de mulher são sagradas. Elas são como borboletas, quando acariciavam um homem, como correntes quando seguram um filho, e como armas quando defendem quem amam. Por isso as mulheres se devem orgulhar delas e exibi-las como um troféu. "(Acho que o senhor era um poeta)
    Fiquei com aquilo na cabeça e por isso é raro que não pinte as unhas. Mas nunca me deu para reparar nas unhas de ninguém. Também nunca as decorei, mas acho que ainda o vou fazer um dia qualquer. Só para ver se gosto.
    Um abraço e bom fim de semana

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    1. Elvira, também acho que o senhor era poeta! Eram mesmo outros tempos, não? De certa forma, a mulher, mesmo que debaixo de algumas ideias machistas, também podia ser vista como companheira respeitada pelas suas muitas qualidades femininas :)

      Sim, experimente! Tudo na vida deve ser experimentado uma vez. Há padrões tão discretos e elegantes que nem se dão por eles :D
      Um grande abraço

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  2. Embora reconheça que há verdadeiros trabalhos artísticos, não gosto de unhas que vão além da pintura tradicional. Eu ou pinto de encarnado escuro ou de transparente. Mas, nos outros, gosto de ver outras cores, lisas.

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    1. Eu entendo o que quer dizer, mesmo estando agora com um padrão vistoso. A minha queda natural continua a ser para a elegância e sofisticação da simplicidade, com um toquinho de nada de irreverência. Mas às vezes, essas são as mais difíceis, rss :) Gostar, gostar, gosto da unha tida como normal, mas trabalhada. Quanto a cores lisas, são quase indiferentes as garridas ou fortes em pastel, que se vêm muito agora, como uma moda. Mas gosto da cor nude. Torna a unha muito discreta. Se é o que gosta, experimente :)

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  3. Bem, algumas até são uma obra de arte mas outras metem medo ahahaha
    Como sou uma pessoa simples, a beirar a maria-rapaz, não ligo muito às unhas pintadas. Pior! Devo ter um distúrbio qualquer porque não sou de roer as unhas mas assim que elas começam a arranhar, corto-as com a tesoura. Por isso nunca estão em condições de serem pintadas porque são pequenas demais ahahaha
    O preconceito em relação às unhas é o mesmo em relação a tudo o o que estiver fora do "normal". O mesmo aplica-se a roupas, cor do cabelo, etc. As pessoas não aceitam o que foge do padrão e gozam ou desvalorizam a opinião de quem se atreve a ser diferente. Enfim, há muita cabecinha que precisa ser aberta para ver se entra alguma coisa lá dentro lol
    Abraço

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    1. Ana, as curtas também são pintadas e até, decoradas! Como algumas pessoas conseguem meter tanto padrão numa unha de tamanho normal, também me surpreende :) A pesar de estar nesta «onda», entendo pouco disso mas posso avançar que a unha de gel ou gelinho, parece ser aquela que anda nas unhas de toda a gente. Estão sempre perfeitas, dizem.
      Quanto ao resto está certíssima!
      Começo a entender porquê aquele teste de personalidade deu 0% em conservadorismo para nós duas, ahahah! :P
      Bom fim de semana.

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  4. Não sabia que se podia ser tão criativo :)

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  5. Acho que pode haver esse preconceito que falas sim. Eu própria sou capaz de tirar ilações sobre certas pessoas com quem me cruzo de acordo com as unhas =P Mas não tenho nada contra nail art, atenção! Não sou fã de coisas demasiado elaboradas, mas um toque de cor diferente ou um padrão numa unha, não me choca =)

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    1. Entretanto as minhas passaram o Natal naturais. No Natal, nem tempo para usar um penteado tive. Prendi o cabelo sem sequer olhar bem e mantive as unhas sem nada. Gostaria de ter-lhes feito algo mas cá está: por isso é que acho que não se deve ser muito precipitado a julgar alguém pelas unhas. Quem as viu a semana passada e quem as vê nos restantes dias pode pensar que está diante de duas pessoas distintas.

      Gosto que passe um periodo de tempo entre uma pintura e outra. Não sei porquê, mas gosto de as ter ao natural e não seria capaz, penso eu, de andar sempre de unha pintada. Não que veja algo de errado nisso. A não ser, claro, por se desconhecer o que esse hábito interrupto faz para a saúde das unhas e se alguns vernizes podem conter substâncias a longo prazo venenosas ao organismo.

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