sábado, 5 de dezembro de 2015

Sabiam que os veículos partilham a estrada com os peões?

Hoje tive momentos em que pensei que a minha sorte ia mudar para pior.

Preparava-me para atravessar a passadeira, parada, com os pés já na primeira ou segunda lista da zebra - aquela em que preciso de estar para ficar visível para os automobilistas, pois se não for assim os automóveis estacionados tapam a visibilidade de quem espera no passeio. Um carro aproxima-se a uns 15metros. Tem espaço e tempo suficiente para me avistar, ali, parada, à espera de atravessar em segurança. Mas prefere ignorar-me, ou então acha que as regras do código não se aplicam a ele, ele é superior a elas, sei lá. O que sei é que o condutor passou a correr e fingiu que não me viu já com os pezinhos na zebra. 

Achei rude. Mas pronto, faz parte da filosofia e carácter de alguns. Lá vou eu à minha vidinha, que naquele instante era procurar em várias lojas por presentes de Natal.



Momentos depois tenho de atravessar outra estrada. Mais uma vez, vou à passadeira. Era de noite, não estava parada a aguardar mas a atravessá-la, três passos atrás de uma senhora, cujo carro à minha esquerda tinha interrompido a marcha para lhe ceder passagem. Mas o veículo ao lado deste, que também deixou a senhora à minha frente passar, decide carregar fundo no acelerador e atravessar. 

«Não». Será que este comportamento é já um reflexo da dita "IRA FESTIVA"? «Começa cedo» - pensei eu, a recordar o impacto do primeiro trauma das compras natalícias, há 15 anos.


Essa temível e desagradável suspeita de que as pessoas durante as suas compras e deslocações de natal, já estão, ao dia 5 de Dezembro, a ser rudes, antipáticas e agressivas. 

O receio fez-me temer o que viria a encontrar dali para a frente... 



Entrei depois num hipermercado. Apinhado de gente, com filas intermináveis nas caixas. Vai que a senhora atrás de mim avança um passo e empurra-me ligeiramente. Sabem o que ela fez a seguir?

Pediu desculpa, porque não tinha de estar tão perto. 
Respondi que não fazia mal, trocamos algumas simpatias, cada qual a tentar perceber qual das duas filas ia avançar mais rápido e nos separámos. A senhora à minha frente, por ter escutado a outra dizer que eu levava poucos artigos e era de lamentar que o hipermercado não tivesse uma caixa exclusiva para tal, convidou-me a passar à frente. Agradeci, mas dispensei. Ela insistiu fez questão e eu avancei.

Paguei a conta e segui meu rumo. A próxima travessia pela estrada decorreu tranquilamente.

Isto para mostrar dois opostos. A rudeza versus a cordialidade. Encontrei primeiro a primeira, mas felizmente terminei o dia com a segunda.

Afinal, a IRA NATALÍCIA ainda não se apoderou daquelas pessoas que aguardavam pacientemente a sua vez na fila do hipermercado. Mas afetou os automobilistas, possivelmente. Ou então, a interpretação possível é ainda pior: neste requisito, HOMENS versus MULHERES são diferentes.

BFS!

3 comentários:

  1. São coincidências!!! Ainda bem que há pessoas como as senhoras do supermercado, senão começava mesmo mal o fim de semana.

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  2. Imagina o que seria se as viaturas referidas fossem conduzidas por mulheres. E mais não digo para não ser corrido a pontapé :))

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  3. E as mulheres ganharam!
    (por acaso, quando quero atravessar, tem-me parecido que é mais fácil parar um homem condutor que uma mulher, mas quando sou eu conduzir, tento parar...o que me assusta quando conduzo de noite é não ver bem quem quer atravessar)

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